24 setembro, 2007
Vi e não gostei - Casa Cor 2007
Na foto: um dos raros ambientes criativos
A Casa Cor Brasília deste ano não me agradou.
Não sei se é o clima sem umidade desse cerrado, ou se estou murcha demais, ou se a secura dos ambientes pretos, marrons e escuros me enjoou.
Sempre gostei de ver as novidades em decoração e afins. Acontece que agora em 2007 há uma volta da tendência anos 70 (ou menos) de acrílicos misturados a móveis de estilo "antiquário". E, tons representativos de época ditatorial: negros.
Dizem que é o estilo "vintage" (moda retrógrada, demodèe, decadente, uma recuperação de estilos dos anos 20, 30, 40, 50 e 60 e alguns estilistas atribuem ao retorno das modas setentistas e oitentistas um certo teor "vintage", mas, por serem relativamente recentes, o termo não é devidamente atribuído a estas décadas - wikipédia).
Até que eu gosto de coisas antigas. Porém, está tudo muito fechado, sério, escuro...
Para mim, de escuridão, bastam aquelas não escolhidas.
O objetivo dessa vez foi reformar um prédio abandonado há mais de dez anos (usando a osistema Gypsum Drywall) e homenagear Niemeyer (centenário) no Touring Clube do Brasil, na Esplanada do Ministérios
Havia muitas fotos de Brasília, da construção, da atualidade, muito preto e branco, e, quem sabe, muita poeira nos meus olhos ou as sombras de um casarão abandonado.
Realmente creio que a aposta dos arquitetos e decoradores na temática atingiu o objetivo, pois, em geral, a obra do grande Oscar não prima pela iluminação direta, por janelas amplas, por claridade. Antes disso, preza a forma geométrica. As linhas: retas ou curvas.
Os ambientes estavam assim: sem luz, sem cor. Preto e branco como a capital de ternos e gravatas. Secos como o clima. Escuros como o Senado e a Câmara. Impecáveis na aparência, contudo "falsos" no aconchego.
Havia um "peso" que só olhares mais atentos diriam de onde vieram.
A sensação de masmorra estava lá. Um umbral estiloso. Parecia que eu visitava aquelas fazendas de engenho e ouvia as vozes desesperadas de escravos chicoteados.
No mais, tudo muito organizado como deve ser um evento desses e poucos lugares tinham um real acolhimento, passando um ar de leveza.
Talvez eu esteja exagerando, ou, talvez, como diz o pensamento "quando o aluno está pronto o mestre aparece", eu não esteja pronta para cômodos opressores e poupados de luz, cor e alegria.
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Um comentário:
Eu voto pela alegria, sempre... xô baixo astral... e esse negocio meio retro, meio de esquerda, meio intelectual nao tá com nada nao... só quero paredes que exaltem meus dentões sorridentes, e moveis para combinar...
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