21 setembro, 2007

De volta à adolescência?

Conversava com uma querida amiga no MSN quando me dei conta de que voltei à adolescência, se é que isso é possível aos 40 anos. Tinha um tempo que não nos falávamos e durante a atualização da conversa fui narrando (e ela também) as novidades.


De dezembro de 2006 até a primavera de 2007: arrumei namorado, apaixonei-me, quase morri literalmente do coração, fiz duas cirurgias, fiz escova progressiva com formol, mudei de apartamento depois de morar por cinco anos no mesmo lugar, troquei o cabelo ruivo pelo loiro, cortei a franja, parei de fumar, parei de beber, comecei a fazer caminhadas diárias após décadas de sedentarismo consciente, comprei um polar para medir freqüência cardíaca, estou feliz, trabalhando menos do que sempre e ganhando muito menos do que há muito, e, ainda assim, feliz, usando as tardes para tomar sorvete, conversar com amigos, elaborar aulas interessantes, fazer check-up, ser motorista de filha, sentar no parque para ler, ver o pôr-do-sol, elaborar projetos. Entrei na operação “a vida é bela e a fila anda”.


A minha amiga também deu sua reviravolta. Trocou de carro, comprou um grill, começou dieta séria, matriculou-se na academia, comprou uma fragmentadora, decidiu colocar o namorado nos eixos ou tirá-lo dos trilhos dela (conforme o comportamento dele rsss), comprou uma balança digital, resolveu deixar de ser politicamente calada, parou de ouvir músicas paleolíticas, instalou um som no carro e um emule no PC, dirige com som alto e faz curvas com as baladas. Enfim, como ela mesma diz: está na operação “se liga, mané!”.

Entretanto (sempre há um “contudo” na vida), foi nesse troca-troca de mudanças que percebi: parecemos duas adolescentes! E, mais, numa coçada nas costas estourei uns carocinhos (minto, diveeeersos montinhos). Notei que estava crivada no rosto, no pescoço, nas costas, nos ombros.


O pior, durante a ida de uma mensagem e a volta de outra, entrei no google com a seguinte pesquisa: “como nascem as espinhas” (?!?!??!). De cara entrei num site chamado “museu da vida” (?!?!?!?!), lá estava o texto de Elis Galvão introduzindo: “elas podem surgir em todas as idades, nos bebês, adolescentes e adultos. Quem não sofreu com um comedão que evoluiu para uma pústula? O que são estas coisas de nomes estranhos? São os cravos e espinhas que costumam aparecer na face (na maioria dos casos), ombros e tronco”.

Bingo!


Restava-me saber as causas de tantas pápulas e pústulas pelo corpo... Seria entupimento dos poros por pele morta (já que sou uma nova mulher, bem-viva...)? Aumento da produção de sebo? (senti uma certa arrogância nesta causa). Ação da bactéria Propionibacterium acnes? Ou outras alterações das células do folículo?


Pasmei!


O texto informava, também, que “embora as espinhas apareçam em todas as idades, é na adolescência que elas são mais freqüentes. Por que isto acontece? Porque, nesta fase, ocorre ajuste fisiológico (aumento e/ou diminuição) dos níveis hormonais. Estes causam a elevação do número das glândulas sebáceas que, em grande maioria, estão conectadas aos folículos pilosos, e produzem sebo. Acredita-se que, expulso através da abertura dos folículos, o sebo estimule as células da parede interna do poro, o que faz com que elas se desprendam e se agrupem, formando uma espécie de rolha: o tradicional cravo”.



Logo me vi enrolhada e encebada. Eca! Mas, com um ajuste fisiológico quem sabe. Mais do que isso, com um reajuste emocional proporcionando saldos para lá de positivos.



Ironicamente (ou não) foi nessa fase de grandes transformações que brotaram em meu corpo as vermelhidões espinhentas. Talvez, a readaptação de um organismo carimbado por anos de hábitos boêmios para a formação de outros hábitos diurnos.



Não importa. Estou mesmo adolescendo aos 40 e com a pele marcada anunciando a chegada de novos tempos.



...

2 comentários:

Anônimo disse...

Conserta aí: "se liga, mané!"

Kkkkkkk

Detalhe: a minha vida foi ao contrário. Envelheci jovem e agora estou adolescendo também. Sorte para a gente!

Anônimo disse...

Amiga, sabe que eu uso seu texto da flor vermelha na sala? Os alunos adoraram.