29 maio, 2007

Blog do dia

Fica aqui a dica de um blog muito legal! Garoto problema
Textos bem escritos com ótimo senso de humor!

Mistura que dá ibope - Renan Calheiros e Mônica Veloso

Junte na mesma cena: sexo, poder, dinheiro, imprensa, política, mulher, homem, casamento, filho de adultério, traição, corrupção, informação privilegiada, empreiteira. Quem resiste?


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PS.

DIRETO NO ASSUNTO, COLOCANDO O DEDO NA FERIDA
Por Rogério Silvério, articulista do CE (Criando Espaços)

Lobby é quem governa este país? E hipocrisia, também, eu diria. Rimos gostosamente da cara de fariseu deste Renan Calheiros, apesar de que deveríamos chorar. Chorar por nós.


Amigos, o Karma existe; pagamos ele aqui mesmo, na Terra, destarte o bom Deus - o verdadeiro - jamais nos condenará, pois nós mesmos nos condenamos; aqui se faz, aqui se paga.

Não foi há pouco tempo que esse tal Renan Calheiros batia no peito, como que detentor das coroas da moralidade e dos bons costumes? A única diferença existente entre os poderosos e o povo é a conta bancária, então? Eu acrescentaria a vergonha na cara, o povo tem vergonha, porque sabe que será punido, o povo têm vergonha, sim, salvo raras excessões, mas têm. Não têm tanta cara de pau como os políticos do circo chamado Brasil, onde ao próprio povo é reservado o papel principal: o de palhaço.

Eles, os políticos corruptos, esses sibaritas do poder, fazem tudo abertamente, claramente...e não são punidos! E muitas vezes são reeleitos numa coisa surreal, louca, insana! E quando são flagrados com a boca na botija, dizem, hipócritas: 'invasão de privacidade!Tenho meus direitos!"


Eu profetizo que irá chegar um dia em que a própria polícia será punida por descobrir certas "Operações" e esquemas dos que nos governam.


Que Justiça é essa, perguntamos? Vi uma reportagem de tv onde uma mulher com problemas mentais ficou presa por mais de um ano apenas por roubar um frasco de xampu, e na prisão, ficou cega de um olho, incompreendida psicologicamente pelas outras detentas.


Justiça, a Senhora é Cega também?


Este país virou um picadeiro infernal; aqui, prendem-se pirilampos e solta-se marimbondos. E nós, que temos alguma sensibilidade, choramos ante tanta impunidade para com os donos do poder e tanta opressão ao povo brasileiro.


Jesus, como são fajutos esses que nos governam e criam leis para massacrar o povo e tornar suas vidas suntuosas ainda mais sibaritas!

Justiça, tira a tua venda! Porque estás cega diante de tanta injustiça neste país!


Rogério Silvério, da fria Santa Catarina, especial para o Criando Espaços.

28 maio, 2007

Carta aos Diretores de Asilos de Loucos por Antonin Artaud

Senhores:
As leis, os costumes, concedem-lhes o direito de medir o espirito. Esta jurisdição soberana e terrível, vocês a exercem segundo seus próprios padrões de entendimento.

Não nos façam rir. A credualidade dos povos civilizados, dos especialistas, dos governantes, reveste a psiquiatria de inexplicáveis luzes sobrenaturais. A profissão que vocês exercem esta julgada de antemão. Não pensamos em discutir aqui o valor dessa ciência, nem a duvidosa existência das doenças mentais. Porém para cada cem pretendidas patogenias, onde se desencadeia a confusão da matéria e do espirito, para cada cem classificações, onde as mais vagas são também as únicas utilizáveis, quantas tentativas nobres se contam para conseguir melhor compreensão do mundo irreal onde vivem aqueles que vocês encarceraram?


Quantos de vocês, por exemplo, consideram que o sonho do demente precoce ou as imagens que o perseguem são algo mais que uma salada de palavras? Não nos surpreende ver até que ponto vocês estão empenhados em uma tarefa para a qual só existe muito poucos predestinados.

Porém não nos rebelamos contra o direito concedido a certos homens - capazes ou não - de dar por terminadas suas investigações no campo do espirito com um veredicto de encarceramento perpétuo.


E que encerramento! Sabe-se - nunca se saberá o suficiente - que os asilos, longe de ser "asilos", são cárceres horríveis onde os reclusos fornecem mão-de-obra gratuita e cômoda, e onde a brutalidade è norma. E vocês toleram tudo isso.


O hospício de alienados, sob o amparo da ciência e da justiça, è comparável aos quartéis, aos cárceres, as penitenciarias. Não nos referimos aqui as internações arbitrárias, para lhes evitar o incomodo de um fácil desmentido.

Afirmamos que grande parte de seus internados - completamente loucos segundo a definição oficial - estão também reclusos arbitrariamente. E não podemos admitir que se impeça o livre desenvolvimento de um delírio, tão legitimo e lógico como qualquer outra serie de idéias e atos humanos.

A repressão das reações anti-sociais, em principio, è tão quimérica como inaceitável. Todos os atos individuais são anti-sociais. Os loucos são as vitimas individuais por excelência da ditadura social. E em nome dessa individualidade, que è patrimônio do homem, reclamamos a liberdade desses forcados das galés da sensibilidade, já que não se está dentro das faculdades da lei condenar à prisão a todos que pensam e trabalham.

Sem insistir no caráter verdadeiramente genial das manifestações de certos loucos, na medida de nossa capacidade para avalià-las, afirmamos a legitimidade absoluta de sua concepção da realidade e de todos os atos que dela derivam.
Esperamos que amanha de manha, na hora da vi

sita medica, recordem isto, quando tratarem de conversar sem dicionário com esses homens sobre os quais - reconheçam - só tem a superioridade da forca.


ARTAUD, Antonin. Cartas aos Poderes. Porto Alegre: Editorial VillaMartha, 1979. (Coleção Surrealistas - Vol. 1) Fonte aqui

Apostas

a planta
os móveis

a aposta

Tem gente que joga na loteria toda semana. Eu nunca tive esse hábito. Minhas apostas vão além desses jogos.
Uma vez, uma amiga, professora, foi demitida em pleno janeiro. Ela havia perdido o emprego, pagava aluguel, se sustentava sozinha, não tinha familiares na cidade, se viu completamente desamparada. Era verão. Então, ela foi para Porto Seguro passar férias. Todo mundo, próximo, dizia: "você é louca", "você tá maluca em viajar desempregada?", "você tem que procurar emprego e não tirar férias"...
Vinha bombardeio de todos os lados. Ela, que já estava num estado emocional abalado, só recebeu dos amigos e colegas "estímulos" do tipo: "você está ferrada e não pode se divertir".
É incrível que quando alguém está numa situação limite, os conselhos nunca são para elevar a auto-estima. Ao contrário, são para relembrar a pessoa que ela está na lama e não tem saída.
Quando perguntei a essa amiga o motivo dela viajar em tal situação, ela foi simples: "preciso de um tempo para relaxar, pensar, fortalecer, e voltar em condições para procurar algo bom, pois quem vai dar emprego a uma coitada?"
Faz sentido.
Se estamos desesperados a chance maior é de receber "pena", "compaixão". E isso, verdadeiramente, não é o que eleva.
Uma outra amiga, também, muito deprimida por falta de perspectivas profissionais e financeiras, pediu emprestado dinheiro à irmã. Com o dinheiro na mão, comprou dois vestidos, foi à massagista, ao cabeleireiro e ficou linda. Mais tarde a irmã questinou "ué, você pede dinheiro emprestado para ficar gastando com besteiras, roupa, e salão? Se soubesse que era para isso não teria emprestado". Claro, minha amiga estava resgatando sua auto-estima, do jeito dela, mas no pensamento da irmã ela deveria continuar "coitada", com cara inchada, e sem ânimo.
Reações para manter o outro na "desgraça", ditando o que ele deve ou não fazer com a própria vida é o comum. Se você está mal não pode ter qualquer prazer, porque parece absurdo.
Quando uma viaja desempregada para reabastecer as energias e a outra se produz para melhorar a auto-estima, ficam rotuladas de "inconseqüentes", "surtadas".
Fatos assim não são raros. Mas quem sabe quais são as suas próprias e maiores necessidades? Só quem passa pela situação, porque de fora só se vê parte de um problema. Eu não me espanto quando vejo algumas pessoas tomando decisões aparentemente contraditórias. Sabe-se lá o que estão de fato vivendo?
Estou agora numa situação semelhante às exemplificadas acima. No limite. E busquei por soluções arriscadas. É uma aposta. Com a trena na mão vou medindo os novos espaços. Com a calculadora não outra vou contabilizando os custos. Com lápis e papéis vou desenhando as possibilidades.
Depois de um ano bem difícil, tanto de saúde quanto de grana, dentre outros aspectos, optei por mais espaço, qualidade de vida e renovação. Aparentemente, os passos estão muito, muito mesmo, maiores que as minhas pernas, porém eu preciso apostar que se eu estiver bem ali na frente os ganhos virão em seguida. Ou não? Nesta aposta tenho 50% de chance de vencer. Vou arriscar.

26 maio, 2007

Entre as ferragens



Sobre a dor e a fragilidade...

É mais frágil o corpo ou o "espírito"?

É maior/pior a dor da "alma" ou da carne?

Em um momento a gente se sente entre as ferragens da existência.

Sem rumo. Num beco. Em dúvida. Perdidos. Presos. Curiosos. Fatigados. Irresponsáveis.

Em outro instante, num lapso, é o corpo que se destrói num emaranhado de lataria.

E, tudo finda: o medo, a raiva, a incerteza, o amor, a tristeza, a gargalhada...

O carne apodrece.

Os ossos avisam que ali houve um ser, que agora já não é.

Torna-se coisa. Ossada.

Mas, para aonde foram seus planos, sonhos e o dia seguinte?

Não há bombeiro que resgate o que você deixa de fazer com a própria vida.

São Paulo - Cena IV - Clarice - Desmontar para construir

por Solange Pereira Pinto


O Museu da Língua Portuguesa abriga em gavetas os segredos de Clarice Lispector. O forte sotaque pernambucano da ucraniana, naturalizada brasileira, espalha-se pelo ar enquanto os olhos se enchem das palavras de sentimentos traduzidos.




Clarice se dizia aberta. Não se escondia. Nem o que sentia, tampouco o que pensava. Escrever lhe mantinha viva para revelar paradoxos. Tinha por metas "escrever sem prêmio, abolir a crítica que seca fundo, copiar as páginas soltas de anotações"... O hermetismo de seus textos não lhe faria popular, pensava Clarice e completava "eu compreendo o que eu escrevo".



Passear por seus escritos aproximou-me do mito. Ela se tornou humana. "Igual". Escolhia o livro pelos títulos e não pelo autor, lia de tudo. Errava ortografia. Sentia-se isolada por carregar o rótulo de escritora. Já rasgou conto, de um autor x, que "não terminava nunca mais". Fumava. Era divertida e bem-humorada. A doença a entristeceu.

Clarice foi pura filosofia.



O eco das frases perpetuaram até eu chegar em Brasília. A estrela se desconstruia para construir. O desmonte era necessário. "Um corpo só ensina a ser mortal". "O cão é tão livre, porque ele é o mistério vivo que não se indaga".



Entre mistério, vida, ser mortal ou livre, a hora da mudança havia chegado. Aquela mudança de casa mesmo. De móveis. De lugares. De coisas. De poeira estagnada. De encardidos. De paredes marcadas. De pregos fincados. De vestes penduradas. De sonhos engavetados. De vida inadiável.



Clarice falou em meus ouvidos que "as explicações não são necessárias". Dei o passo. Grande demais, talvez. Mas, algo em mim insinua que conseguirei.




"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."



E nisso se faz meu negrito "quero desbrochar de um modo ou de outro".



Clarice é indagação. Dúvida e coragem. Eu também.





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Atenção ao Sábado



por Clarice Lispector

Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço; sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas.


No sábado é que as formigas subiam pela pedra.


Foi num sábado que vi um homem sentado na sombra da calçada comendo de uma cuia de carne-seca e pirão; nós já tínhamos tomado banho.


De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana.


Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não é?


No Rio de Janeiro, quando se pensa que a semana vai morrer, com grande esforço metálico a semana se abre em rosa: o carro freia de súbito e, antes do vento espantado poder recomeçar, vejo que é sábado de tarde.


Tem sido sábado, mas já não me perguntam mais.


Mas já peguei as minhas coisas e fui para domingo de manhã.


Domingo de manhã também é a rosa da semana.


Não é propriamente rosa que eu quero dizer.

14 maio, 2007

É bom ter leitores... e amigos!

Recebi este poema de um leitor assíduo e amigo virtual. Preciso dizer que adorei?

O BLOG DA MULHER SOL

por Rogério Silvério de Farias, o poeta das sombras do Sul

Sol anjo sol só
Solange só um anjo
Criando espaçoPoético
Com seu blog eclético
Mulher vestida de sol
Tirai nossalmas do formol.
Das noites que nos levanta
Siderais espaços virtuais
Minutos preciosos como diamantes
Nas páginas metamorfoseantes
De seu blog de mulher que encanta.
Anjos de asas cortadas
Cantamos com Solange
O nada e o tudo do mundo
Cortando nossos dias como alfanje
No infinito cor de poço sem fundo.

Pérolas do bobó da lú

"Nem tudo na vida é enquadramento", Soll


Entra em cena o bobó de camarão, delicioso, preparado pelo Marcelo.

Tudo bem que foi lá pelas 17h e a fome berrava!




A estilizada casa da Luciana acolhia, entre tantos papos,

gente alternativa, interessante, numa tarde de sábado...





O tapete de diferentes peles costuradas "apoiava" gentes num indo e vindo pela sala...






A arte da rua entra em casa... Do Beira para um ap.



O autor da tela acima saboreando cerveja. 71 anos de pura disposição e arte!


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Durante a tarde falamos, rimos, bebemos, brincamos, comemos. Anotei algumas frases "marcantes". Talvez sem contexto não fiquem tão boas, mas na hora foi um sucesso.
...

"Hilda Hilst, uma feminilidade macho", Buff
...

"Cada homem é uma lua", Azul

...

"A noção de responsabilidade se modifica após o segundo filho", Said

...
"Se você não é capaz de arrumar a cama quando se levanta, não será capaz de fazer mais nada na vida", Lú
...

"A vida é móvel", Azul

...

"A arquitetura de Niemayer é apra ninguém precisar de ninguém", Azul

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Diferente da véspera, que um certo rapaz perguntou se sarau era um tipo de pagode...




Dias das mães - canetinhas para alegrar

Mãe - 39 anos

Filha - 6 anos


Avó - 63 anos
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Além de clube, zoológico, tivemos um tempo dedicado às canetinhas hidrocor! Foi bom...

13 maio, 2007

12 maio, 2007

O papa é um imbecil...

"O Papa (Bento XVI) chegou de óculos escuros, de marca, sapatos vermelhos, de marca, mas a marca que ele deixará aqui é de um perfeito idiota a serviço de uma religião hipócrita e falsa; condenou a manifestação de alegria e o prazer de viver apregoado pelos homossexuais, condenou-os ao inferno, sem saber que sexualidade é a única coisa que se pode escolher livremente nesta cloaca de mundo; condenou também os traficantes ao inferno, sem saber que esses traficantes foram vítimas, na infância, da pobreza e da miséria, do descaso de instituições podres como a dele. Se esse néscio que chamam de Papa for o autêntico representante de Deus na Terra cujo o escopo seja nos salvar, haja quem nos salve deste Paraíso prometido pelos falsos cristãos!...Eu só creio num Deus bondoso como o Rivotril! É bom dormir, pelo menos a gente acorda deste pesadelo chamado Brasil".

por Rogério Silvério de Farias, poeta, contista e agitador na Internet

Criatividade para não pirar


O balaio e a cesta de linhas coloridas para costurar novas formas de vida....



Reciclando blusas para o tempo passar em paz




Nova roupagem (pintura e colagem) para um tubo de papelão,
que juntará papel para reciclagem num órgão público.

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Ocupar as mãos e a cabeça criando faz o tempo passar com tranquilidade. É um tempo necessário para dar uma pausa nesse cotidiano corrido, automático, insensível.
Quando crio afasto-me, organizo a mente para não enlouquecer...
Soll

Clodovil no covil



Clodovil no covil

Por Solange Pereira Pinto
11.05.2007

Sabe aquela história “ouvir o galo cantar e não sabe onde”? É assim que vivemos: feito papagaios, calorosos, repetindo pedaços de noticiários. O debate descontextualizado e infantil em torno da polêmica causada por Clodovil ilustra a ignorância cotidiana. Esse é apenas mais um caso dentre tantos outros veiculados nos meios de comunicação de massa, ávidos por audiência provocada por sensacionalismo, que “deforma” a opinião pública (pois isso é o que vende, infelizmente).

Foi no meio do debate para aprovar mais um feriado para o Brasil, em homenagem ao Frei Galvão (????), que a deputada teatral do PT/RJ, Cida Diogo, interrompeu a fala do Inocêncio e chorou em plenário! Na mesma sessão, também, foi votado o reajuste salarial deles na ordem de 28,53%. Ainda lá, Gabeira queria discutir as viagens dos deputados e Clodovil a condição da mulher na sociedade atual.

Se a forma de Clodovil expor seus pensamentos não foi a mais adequada, a reação da deputada chorona foi menos adequada ainda. Ou teria ela intenções sensacionalistas?

Vamos pensar: se a deputada se diz tão ofendida por ser feia e não poder ser puta (apesar da profissão política ser em muitos casos também uma prostituição, ao se receber dinheiro público para defender interesses próprios) ela acaba por confirmar as palavras de Clodovil, sobre a mulher atual. NÃO SE PODE SER FEIA! Pois, nesse caso, o deputado a eximiu da possibilidade de ser prostituta. Isso porque, no contexto, Clodovil, pelo que vi na imprensa, em momento algum deu nomes aos bois e discutia sim uma "idéia", até a "decorosa" deputada se meter fazendo abaixo-assinado contra sua opinião dada em outra situação fora da Câmara.

Diz o noticiário: “em prantos, a parlamentar o acusou, no Plenário da Casa, de tê-la agredido verbalmente enquanto ela recolhia assinaturas para uma representação contra o deputado”, que, por sua vez, em outra ocasião, disse que “as mulheres ficaram muito ordinárias, ficaram vulgares, cheias de silicone e hoje em dia as mulheres trabalham deitadas e descansam em pé. A gente não pode concordar com esse tipo de coisa”. Segundo testemunhas, ele teria dito que ela ‘é tão feia que não poderia nem ser prostituta’". Ser chamada de “feia” é motivo para tal escândalo e desordem emocional em pleno trabalho? Sei que criança de seis anos chora quando é chamada de “feia”, de “chata”, de “boba”; adulta com baixa auto-estima também.

Inteligentemente, Clodovil responde na imprensa “essa coitada é manipulada pelo partido dela. "Eu fui muito antipático, mas falei distanciadamente. Foi horrível, eu sei. Sei que fui cruel, mas não a agredi", afirmou ele. "Nem cheguei a dizer que era feia. Agora é evidente que estava dizendo isso no subtexto. Eu não tenho o direito de achar uma pessoa feia ou bonita?", questionou.
Vendo o vídeo produzido pela TV Câmara ficam patentes as posturas de um e da outra. Clodovil assume sua postura. Poderá pagar por ela sim, pela simples liberdade de expressão, como está costumeiro no Brasil. De um jeito ou outro os limites parlamentares, os costumes em geral, têm sido testados, como, por exemplo, o "direito" de se usar ou não chapéu "nordestino" (não vejo qualquer problema nisso) no plenário.

Entretanto, não faço a menor idéia do que realmente signifique “decoro parlamentar”, pois vejo cada coisa esquisita rolando por ali. O dicionário diz que decoro é recato no comportamento; decência ou conformidade com os padrões morais e éticos da sociedade. É possível atualmente definir quais são os padrões morais e éticos do nosso país?

Aliás, a meu ver, Clodovil tentava discutir exatamente isso: a decência da mulher brasileira. Criticava a forma da mulher se posicionar como fêmea ao buscar "demedidamente" beleza, silicones, plásticas, chapinhas, artificialidade, e, por fim, uma vulgaridade que no fim das contas procura mesmo é por dinheiro, seja vindo de homens (namoros, amantes, casamentos) ou capas de revistas etc. O Big Brother Brasil é claro exemplo disso. As gostosas de cabelo espichado falam um monte de baboseiras para a TV e no fim saem nuas para as revistas. É isto dignidade? Seria algum despautério afirmar que "as mulheres hoje em dia trabalham deitadas e descansam em pé"? Note-se: “hoje em dia” e mulheres de forma “genérica”.

Aí o galo canta. Cida Diogo protocolou no Conselho de Ética uma representação por quebra de decoro parlamentar contra Clodovil, motivada pelas declarações feitas e não satisfeita também deu entrada numa representação na Corregedoria da Câmara, com o apoio de 100 parlamentares, por ele ter afirmado em seu programa de TV, há 15 dias, a tal frase.

Para engordar a cantoria do galo, publica a mídia, que “o líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), protocolou um pedido para que o deputado Clodovil Hernandes (PTC-SP) seja punido por falta de decoro parlamentar por ter agredido verbalmente a deputada Cida Diogo (PT-RJ)”. E mais, na representação, Luiz Sérgio afirma que Clodovil tem sido "extremamente preconceituoso, sexista e homofóbico, no exercício do mandato parlamentar" e que desrespeitou a Constituição, o Código de Ética e o regimento interno. Enquanto isso, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) pediu a expulsão de Clodovil Frente Parlamentar GLBT - Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transexuais (ele, que é assumidamente homossexual, diz que não integra essa frente).

Ao que se saiba homofobia é rejeição ou aversão a homossexual e a homossexualidade. E Clodovil não parece ter essa postura, mesmo dizendo sabiamente que não se orgulha de ser gay, mas de ser ele mesmo (o que faz muito mais sentido). Se for para o lado sexista, seria então ele um misógino? Ele “detesta” as mulheres apenas por que alerta sobre o que todos vêem diariamente? O preconceito é chamar alguém de feia?

Analisando quem é quem é no galinheiro, parece mais é projeção (“mecanismo de defesa que consiste em atribuir a terceiros ou ao mundo que o rodeia os erros ou desejos pessoais”). Deputadas e deputados “indignados” contra Clodovil não por uma fala “você é feia”, mas por serem eles próprios mais preconceituosos, sexistas e homofóbicos. Clodovil é gay, diz o que pensa, foi o terceiro candidato mais votado em São Paulo por ser como é, e representa, sim, parte da população. Deputados e deputadas do PT e outros simpatizantes querem linchar Clodovil do covil, por quê? Ele ameaça a ignorância.
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Entrevista com a deputada ofendida aqui Procurei entrevista com Clodovil sobre o mesmo tema e não achei... Mas a matéria da TV Câmara (não consigo postar o link aqui) é bem elucidativa.

10 maio, 2007

Rubens Alves na TV

Não deixem de assistir o programa com RUBENS ALVES, gravado em Belo Horizonte. Será exibido na TV Câmara, neste sábado, dia 12/05, às 19h e domingo, dia 13/05, às 16h.

Comércio na educação. Eu quero é novidade!

07/11/2005 - 09h42
Comércio de teses e dissertações atrai pós-graduandos


por BRUNO GARSCHAGEN

Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio

Uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado de 150 páginas pode ser comprada por R$ 2.000 em empresas especializadas. O prazo de entrega varia de um a dois meses. (Está até barato, pois comprar um diploma de qualquer curso superior é beeeemmmmm mais caro, já que a mensalidade começa em pelo menos R$ 300, e dura no mínimo três anos)

O negócio se profissionalizou de tal forma que a qualidade das monografias, teses e dissertações feitas sob encomenda é reconhecida pelas bancas examinadoras de instituições famosas pela produção intelectual qualificada. (óbvio, porque é RIDÍCULO fazer uma monografia para o comércio educacional autorizado chamado vulgarmente de"faculdade")

Um dos profissionais entrevistados pela Folha vendeu uma dissertação na área de economia, aprovada pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio, e uma na de literatura, que será defendida em breve perante uma banca da Universidade de São Paulo (USP). (e aposto que tirou nota alta hahaha)

O autor dos trabalhos é R. M., 36, mestre, doutor e professor de filosofia de uma importante universidade carioca. Ele afirmou que a empresa para a qual presta serviços de "pesquisador" é uma pequena indústria que chega a produzir teses de doutorado até na área de medicina. (esse tá podendo e, provavelmente, deve ter feito as próprias pesquisas para ganhar seus títulos, e depois, como era inteligente e sabia escrever e ler e abrir aspas e tal e coisa, ficou sem conseguir bom emprego e partiu para o câmbio negro. Afinal, os bons dançam e a mediocridade impera!, então ele vende aos medíocres, né?)

"O baixo nível de exigência da universidade brasileira abriu esse mercado, que permite que pessoas sem qualquer intimidade com um determinado assunto, mas que saibam organizar informações, possam fazer teses e dissertações para vender", diz R. M., para quem trabalhos acadêmicos podem ser feitos mecanicamente, contando com a indiferença de professores universitários. (está claro que hoje EDUCAÇÃO É COMÉRCIO. Se é comércio, o produto é mercadoria, logo deve ser vendido. Tem tanta faculdade por aí que vestibular em particular não existe, mas tem apelido de "agendado". Concordo com R.M. que ORGANIZAR INFORMAÇÕES é o que basta, e se os professores da graduação ensinassem pelo menos isso, formaria alunos "mais preparados" para o mundo "acadêmico". É pura mecânica mesmo!)

Nos classificados dos principais jornais do Rio e na internet há dezenas de empresas oferecendo esses serviços. Foi dessa forma que professores universitários ouvidos pela Folha disseram ter constatado a existência desse mercado, apesar de nunca terem registrado casos semelhantes em seus departamentos. (DUVIDO! Até resenha de um tema qualquer durante o bimestre vem comprada ou colada! Me engana que eu gosto hahaha)

"A oferta é tão explícita que é quase uma pressão sobre os alunos", diz Cláudia Márcia da Rocha, professora do departamento de letras vernáculas da faculdade de letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). (Pressão sobre o aluno é essa propaganda pérfida que ilude milhares de pessoas, persuadindo-as a fazerem faculdade acreditando que terão emprego com canudo no bolso. Isso sim é uma maldade, uma pressão, um abuso, quando sabemos que nem um terço dos graduados terá condições de competir e muito menos de conquistar emprego que não seja do tipo "telemarketing", né Fê?).

"Tenho 37 anos de magistério e nunca imaginei que veria esse tipo de coisa ser feita abertamente." (jura?! tadinha! Escondido pode, né? Hipocrisia da porra!)

"Erudição balofa"

Liliana Cabral Bastos, coordenadora do programa de pós-graduação de letras da PUC-RJ, acha que vendedores de teses aproveitam-se de falhas das instituições. (Vendedores de teses aproveitam-se do mercado educacional assim como os donos das instituições, os clientes-alunos, os professores "prostituídos" que passam todos para ter salário no fim do mês. Todos empatam, né Fê? rsss)

Segundo R.M., que produz trabalhos acadêmicos sob encomenda há um ano, qualquer pessoa que saiba organizar informações e escrever bem pode elaborar um trabalho padrão a partir da pesquisa e da bibliografia entregues por quem faz a encomenda. (Bom, aqui tenho uma ressalva, escrever bem infelizmente não é para muitos. Assim, poucos estarão habilitados realmente a prestar serviços paralelos e entregar boas encomendas).

"É o que eu chamo de erudição balofa: muitas citações, costuradas com os parágrafos chavões da academia, naquele indefectível estilo impessoal da terceira pessoa." (Ufa! Nossa, finalmente vejo escrito o que sempre achei nojento, absurdo, burro, ridículo etc! E bota balofa nisso! É para dar mais páginas e parecer mais "inteligente" hahahaha)

A falta de originalidade dos trabalhos pode, sim, servir de estímulo a esse mercado, conta Herli Menezes, professor de metodologia do ensino de ciências na Faculdade de Educação da UFRJ. Ele acha que a padronização do texto acadêmico beneficia essa fraude. (Óbvio ululante pleonástico redundante! hahahahahha, me divirto com isso hahahahah)

Insegurança e falta de tempo

Profissionais e estudantes entrevistados pela Folha afirmam que a compra e a venda dos trabalhos são estimuladas por falta de tempo, insegurança e pouco interesse por pesquisa. O advogado C.B., 27, do Espírito Santo, comprou a monografia com a qual se formou em direito na Universidade Salgado de Oliveira, de Campos (RJ). (Não se preocupe C.B. seus antecessores, mais velhos, que estão no mercado atualmente ganhando rodo de grana não fizeram monografias. Para ser advogado não é preciso pesquisa acadêmica, apenas bons contatos, o mínimo de entendimento de leis e seus buracos e muita lábia, pode crer!)

Pagou R$ 50 pelo projeto de pesquisa e R$ 200 pela monografia. Quem vendeu foi uma colega da própria faculdade, que estava um período à frente. (Tá vendo C.B.? É fácil!)

O advogado disse que encomendou a monografia porque, na época, estava mais preocupado em estudar para as provas finais. "Sabia que não conseguiria conciliar as duas coisas e que a monografia não me traria qualquer retorno." O trabalho, somado com a apresentação diante da banca, foi aprovado. C. B. ainda vendeu a mesma monografia por R$ 200 para dois outros estudantes. (Com certeza a monografia não lhe daria retorno mesmo! Pois não lhe abrirá qualquer porta. Se bem que copiar e colar falas de autores pode lhe ser útil nas petições, pelo menos isso você já aprendeu?)

Banca mais exigente

Para evitar que alunos apresentem trabalhos comprados, a saída é formar bancas qualificadas para avaliar a apresentação, segundo Marcelo Milano Vieira, professor de estudos organizacionais da Escola Brasileira de Administração Pública de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. "Basta a banca fazer perguntas específicas sobre a coleta dos dados e a origem das informações usadas em dissertações e teses." (Eita, o Marcelo Vieira agora deu um tiro no pé! Será que são todos uns desqualificados nas bancas? Ops! Não são os professores da instituição que formam as tais bancas avaliadoras? Agora boiei! A sugestão é fazer pegadinha? Ai ai ai. A origem das informações usadas em dissertações e teses é fácil: livros hahahahha E da pesquisa varia entre imaginação, criatividade ou até campo mesmo)

Como os trabalhos feitos sob encomenda seguem um formato padrão aceito nas universidades, Vieira diz que a banca pode descobrir a fraude formulando perguntas fora do modelo determinado. Ele atribui o crescimento da compra de trabalhos de pós-graduação a profissionais sem interesse ou condições intelectuais para fazer mestrado ou doutorado, mas que são pressionados pelas empresas a obter um título."São executivos que só querem o certificado e, para isso, buscam trabalhos sob encomenda." (Ora, se é sob encomenda tem mesmo que seguir o padrão aceito. E Vieira que me desculpe, o professor atento, a priori, já sabe quem é quem. Já sabe qual aluno tem ou não condição de fazer qualquer trabalho acadêmico por si só. Se o trabalho chega à banca é porque já passou pelos "requisitos", o orientador já viu etc blá blá blá. E a banca que descobrir as fraudes fará o quê? Passará dos alunos da mesma forma míope. E concordo que o APELO POR TÍTULO é um problema nacional, absurdo!)

O número reduzido de professores e a grande quantidade de pós-graduandos agravam o problema, opina a professora Cláudia Márcia da Rocha, da UFRJ. "Há turmas de mestrado com 40 alunos. Não há como dar conta de todos", avalia Rocha. (Realmente não dá. Porém, querida professora, escola é comércio, professor é commodities, aluno é cliente, título é mercadoria. O conhecimento e o aprimoramento intelectual que vão para o inferno! Acho que essa deve ser uma daquelas cláusulas contratuais de letra miúda)

Ele conta ainda que um amigo, professor da Coppe (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia), cobra dos alunos que produzam textos em aula, para evitar problemas como plágio ou compra de trabalho. (Inteligente esse amigo! Pelo visto esse ama o que faz e é de fato um "Mestre").

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A falência do sistema é geral, e será que ninguém percebe? Eu quero é novidade!

Frase inteligente

"Infelizmente, os homens não engravidam. Se engravidassem, essa questão (legalização do aborto) já estaria resolvida".
José Gomes Temporão, Ministro da Saúde,
reagindo à crítica ao aborto feita pelo papa BentoXVI no seu primeiro discurso em São Paulo.

Imagem criativa


Campanha da Tok Stok

09 maio, 2007

O poder do marketing

Duas garotinhas de oito anos conversam no quarto:

O que você vai pedir no NATAL?

Eu vou pedir uma Barbie, e você?

Eu vou pedir um O.B.

O.B.?! O que é isso ?!

Nem imagino, mas na televisão dizem que com O.B. a gente pode ir à praia, andar de bicicleta, andar a cavalo, dançar, ir ao clube,correr, fazer um montão de coisas legais, e o melhor... SEM QUE NINGUÉM PERCEBA!!!

08 maio, 2007

Cardápio musical

Clique e ouça...
Desenho de Deus (2006) Dandara (2005) Mulher Ideal(2002) Eu Sei (2004) Meu Ébano(2005) Passarela no ar(2006) Por mais que eu tente(2005) Se não é amor(2005) Epitáfio (2001)
A Miragem
(2001) A Loba(2001) Se quer saber (2002) Amor e Sexo(2003) As Loucuras de uma Paixão(1997) Vê se me erra(1992) Devagar...Devagarinho(1995) Dois (1997) A canção tocou na hora errada(1999) Mal Acostumado(1998) Paratodos(1993) Espanhola (1999)
Partituras
(1995) Sonhos (1994) Tem coisas que a gente não tira do coração(1996) Chama da Paixão(1994) Sol de Primavera(1994) Lenha (1999) Mulheres (1998) SE (1992) Beija eu (1991) O Canto da Cidade(1992) Nobre Vagabundo(1996) Recado(1990)
Encontro das Águas
(1993) Sozinho(1999) Ta na Cara(1998) Resposta ao Tempo(1998) Ainda lembro(1994) Nuvens(1995) Dez a Um(1997) Bem Querer(1998) Caça e Caçador(1997) Alma Gêmea(1995) Quem é Você(1995) Um Dia de Domingo(1985)
Coração de Estudante
(1983) Momentos(1983) Quarto de Hotel(1980) Se eu quiser falar com DEUS(1980) Meu Bem Meu Mal(1981) Você é Linda(1983) Baila Comigo(1980) Vai Passar(1984) Menino do Rio(1980) Oceano (1989) Fonte da Saudade(1980) Conselho(1986)
Alma
(1982) Mel na Boca(1985) Saigon(1989) De volta pro meu aconchego(1985) Faz parte do meu show(1988) Só Pra Contrariar(1986) Um Homem também chora(1983) Deslizes (1989) Bilhete (1980) Balada do Louco(1982) Viajante(1989) Um certo alguém(1983)
Purpurina
(1982) Verde (1985) O que é o que é (1982) Me dê Motivo(1983) Lança Perfume(1980) Estranha Loucura(1987) Tiro ao Álvaro(1980) Anos Dourados(1986) Caçador de mim(1980) Agonia (1980) Meu Bem Querer(1980) Ao que vai chegar(1984)
Como Uma Onda
(1983) Tudo com você(1983) Paixão(1981) Codinome Beija Flor(1985) Samba pra Vinicius(1980) Papel Machê (1984) Judia de Mim(1986) Brasil (1988) Ontem (1988) Encontros e Despedidas(1985) Nos bailes da vida(1981) Samurai (1982)
Todo o Sentimento(1987) Apesar de Você (1972) Grito de Alerta (1979) Naquela Mesa (1970) Detalhes (1970) Gabriela (1975) Gostava Tanto de Você(1973) Tigresa (1977)
Coisinha do Pai
(1979) Quando eu me chamar Saudade(1974) Canta Canta minha gente(1974) Foi um Rio que passou em minha vida(1970) Cio da Terra(1976) Juízo Final(1976) O Mar Serenou(1975) Gota D'Agua(1976) Não deixe o samba morrer (1975) Viagem (1973) Sufoco (1978)
Bandolins
(1979) Atrás da Porta(1972) Argumento(1975) Regra Três(1973) A paz do meu amor(1974) Toada(1979) Meu mundo e nada mais(1976) Você abusou(1971) Tristeza pé no chão(1972) Rosa de Hiroshima(1973) Valsinha(1971) Retalhos de cetim(1973)
Águas de Março
(1972) Começar de Novo ( 1978) Loucura (1979) Começaria Tudo Outra Vez(1976) Foi Assim (1977) Outra Vez(1977) Café da Manhã (1978) Folhas Secas(1973) Só Louco(1976) 1.800 Colinas(1974) Dança da Solidão(1972) Olho por Olho(1977)
Conto de Areia
(1974) A Deusa dos Orixás(1975) Alvorada no Morro(1973) Pra Você(1972) Os Amantes(1977) O Surdo(1975) Pedaço de Mim(1979) To Voltando(1979) Pela Luz dos Olhos Teus(1977) Se queres saber(1977) O Bêbado e a Equilibrista(1979) Wave (1977)
Você
(1974) Canto das Três Raças(1974) Desabafo(1979) Samba de Orly(1971) Seu Corpo(1975) Madalena(1970) Samba de uma Nota Só ( 1960) Disparada (1965) Travessia ( 1967) Matriz ou Filial ( 1964) Trem das Onze (1965) Viola Enluarada (1967) A Banda (1965)
Cantiga por Luciana
( 1969) Carolina (1967) Festa de Arromba ( 1964) Hoje (1966) Upa Neguinho (1967) Prova de Fogo (1967) Samba do Avião(1967) Noite dos Mascarados(1967) Laranja Madura (1966) Mas que nada(1963) País Tropical(1969) Modinha(1968)
Poema do Adeus
(1961) Sem Fantasia(1967) Estão voltando as flores(1961) Samba em preludio(1962) Negue (1960) Garota de Ipanema ( 1962) Apelo (1967) O Barquinho ( 1961) Gente Humilde ( 1969) Minha Namorada (1962) Arrastão (1965) Alegria Alegria (1967)
Caminhando (1968)
Você passa eu acho graça(1968) Namoradinha de um amigo meu(1965) A Flor e o Espinho ( 1964) Preciso aprender a ser só(1965) Volta por cima(1962) Mulher de Trinta(1960) A Praça(1967) Chove Chuva(1963) Brigas(1966) Fotografia (1967) Andança(1968)
Roda Viva
(1967) Samba do crioulo doido(1968) Ninguém Me Ama( 1952) Eu Sei Que Vou Te Amar (1958) Saudosa Maloca ( 1955) Chega de Saudade ( 1958 ) Conceição ( 1956) Desafinado (1958) Esse seu olhar(1959) Iracema(1956) Dindi (1959) Ronda (1953)
vocação nº1
(1957) Eu não existo sem você(1958) A Noite Do Meu Bem(1959) Se Todos Fossem Iguais a Você (1957) Castigo ( 1958) Ouça ( 1957) Lábios de Mel ( 1955) Molambo ( 1953 ) Estrela do Mar(1952) Tereza da praia(1954) Alguém como tu(1952) Evocação nº2(1958)
E daí?
(1959) A Deusa da Minha Rua ( 1940) Chuvas de Verão (1949) Copacabana ( 1947) Amélia (1941) Adeus -Cinco Letras que choram-( 1947) Última Inspiração( 1940) Marina ( 1947) Ave Maria no Morro (1942) Eu sonhei que tu estavas tão linda (1942) Atire a Primeira Pedra ( 1944)
Brasileirinho
( 1949) Mensagem ( 1946) Velho Realejo( 1940) Caminhemos( 1947).

Frase do msn

"Eu costumo dizer que eu me acho burro demais. Portanto, não tolero gente mais burra que eu de jeito nenhum". Du Moraz

07 maio, 2007

O rei e a censura togada


Entrevista com Paulo César Araújo para IstoÉ

Biógrafo de Roberto Carlos diz queo cantor maculou a imagem e queimpedir a venda de seu livro é umato reacionário

Por Eliane Lobato
O historiador e jornalista Paulo Cesar de Araújo tem 45 anos de idade, 22 deles vividos na Bahia e 23 no Rio de Janeiro. Uma grande paixão atravessou a infância e virou objeto de pesquisa da última década e meia: a vida e obra do cantor Roberto Carlos. Entretanto, foram necessárias apenas cinco horas para Araújo confirmar o quanto as paixões são cruéis: esse foi o tempo que durou a audiência realizada na semana passada na 20ª Vara Criminal da Barra Funda, São Paulo, na qual seu livro Roberto Carlos em detalhes foi proibido, em caráter definitivo, de ser produzido e comercializado. Lançada em dezembro pela editora Planeta, a obra de 504 páginas chegou a vender espetaculares 22 mil exemplares. No acordo, a editora entrega a Roberto Carlos os quase 11 mil exemplares restantes e fica obrigada a ressarci-lo caso ele compre algum livro não recolhido em lojas. O autor fica proibido de falar sobre a vida íntima do artista. O Rei, por sua vez, retira os processos civil e criminal que movia contra eles e suspende a cobrança de multas. Isso foi chamado de audiência de conciliação.

As partes que mais desagradaram ao Rei, segundo ele disse ao juiz, são referentes ao sofrimento de Maria Rita na fase final do câncer, ao suposto caso que teria tido com a cantora Maysa (já falecida) e sobre a suposição de que teria participado de orgias na casa do produtor Carlos Imperial. Casado, pai de uma menina de cinco anos, Araújo trabalha como professor. A ISTOÉ, ele diz que tem chorado diariamente pelo desfecho “reacionário”, mas continua amando Roberto Carlos.

ISTOÉ – Houve acordo ou uma rendição?
Paulo Cesar de Araújo – Foi um acordo bom para a Planeta, foi muito bom para o Roberto Carlos. E ruim para mim, para a história, o público e o mercado editorial.

ISTOÉ – Para a Planeta foi bom por quê?
Araújo – Porque a expectativa, segundo os advogados, era de uma derrota na Justiça. Iríamos perder a causa, dois processos, um civil e outro criminal, e haveria uma indenização alta a pagar. A Planeta avaliou que seria melhor fazer o acordo agora sem pagar nenhuma indenização. O livro tinha sido proibido por liminar e os advogados de Roberto Carlos já estavam lá com uma petição pedindo multa acumulada de R$ 250 mil. No início, eles tinham estipulado multa de R$ 500 mil por dia se houvesse venda após a liminar. O juiz é que passou para R$ 50 mil.

ISTOÉ – Não valeria a pena lutar?
Araújo – Se dependesse só de mim, evidentemente que eu continuaria. Eu queria arriscar, queria testar os limites desse sistema, dessa democracia, dessa liberdade. Mas, na avaliação dos advogados da Planeta, todo o quadro era favorável a Roberto Carlos. A forma e a rapidez inédita como o processo andou, a postura do juiz, dos promotores. Na audiência, os promotores e o juiz pediam para fazer acordo. Veja o clima em que a audiência transcorreu: o juiz (Tércio Pires) disse ao diretor da Planeta (Cesar Gonzalez) que se ele não tivesse comparecido seria expedida uma ordem judicial para fechar a editora! Então, na avaliação da editora, a derrota era iminente. Preferiram fazer o acordo.

ISTOÉ – Você chegou a falar diretamente com Roberto Carlos?
Araújo – Sim, fiz uma proposta a ele. Eu disse: Roberto, a proposta que vou apresentar agora é a melhor para todo mundo, para você principalmente porque queimar 11 mil livros em pleno século XXI é lamentável. Será uma mácula para sempre na sua biografia. Proponho que você tire do livro o que acha que não deve ser tocado, que considera ofensivo, que o magoou. O que chama de invasão de privacidade representa apenas 5% do meu livro. Você também reclamou que eu estava usando a sua história em benefício próprio, então eu cedo a você todos os direitos autorais, não quero mais um centavo. Mas que o livro continue a existir, após a revisão que será feita por você. Roberto Carlos falou: “Posso até pensar nisso depois, mas prefiro seguir o que está acordado aqui.” E o juiz já foi entregando o papel para ele assinar, ninguém mais se manifestou. Saí chorando da audiência.

ISTOÉ – Há mágoa com a Planeta?
Araújo – Não. Acho que são interesses diferentes. O interesse da editora é vender livro. O autor, embora também queira vender livro, quer também manter a obra viva. Lamento a decisão da editora porque acho que foi imediatista. Esse caso seria emblemático, definitivo para se conhecer a liberdade de se fazer biografias no Brasil, um divisor de águas. Lamento que os editores todos não tenham se unido para fazer um “corporativismo positivo” já que isso afeta a eles também porque abre um precedente importante. Advogados da Planeta me revelaram que, nesse momento, todos os livros que a editora publica passam por uma banca de advogados que estão cortando trechos. Tive informação de que outras editoras também estão fazendo isso. Isso é censura prévia, interna, que era vista nos anos de chumbo da ditadura militar.

ISTOÉ – Ficou acordado também que você não pode mais falar sobre a vida pessoal de Roberto Carlos, não é?
Araújo – Os advogados do Roberto Carlos queriam botar uma cláusula no acordo me proibindo de falar do livro. Eu falei: não dá, esse livro já é parte da história, é uma obra de referência e ainda prevalece a liberdade de expressão no Brasil. Vou passar o resto dos meus dias falando desse livro. Aí ele disse: então, não vai poder falar da vida pessoal de Roberto. Falei: também é impossível porque a obra dele é marcadamente biográfica, pessoal. Ele fala da mãe em Lady Laura, fala do pai em Traumas, dos filhos em Quando as crianças saírem de férias, da cidade em que nasceu em Meu pequeno Cachoeiro, do sofrimento do filho, Segundinho, em As flores do jardim da nossa casa. Não tem como falar da obra do Roberto sem aspectos da vida pessoal. Aí, ele disse que não posso falar da vida íntima dele. Tudo bem. Vida íntima não me interessa mesmo, nem a do papa nem a do Roberto Carlos.

ISTOÉ – O que ficou, para você, dessa experiência?
Araújo – É lamentavel que o livro tenha sido condenado não por uma questão objetiva. Os advogados jamais questionaram, em nenhum momento, nos dois processos, qualquer afirmação do livro. Não se fala que tal fato não é verdadeiro. Foi condenado por uma coisa subjetiva: o artista se sentiu ofendido, ficou magoado, incomodado. Atribuo isso à personalidade do Roberto Carlos, uma pessoa complicada, com todo o processo de superstição e de Transtorno Obsessivo Compulsivo e, infelizmente, mal assessorada também. A boa fama e a respeitabilidade do artista estão sendo atingidas. Ele tem sido alvo de crítica de muitos fãs, formadores de opinião, leitores. A imagem dele está arranhada justamente por causa desse ato reacionário, totalmente fora do contexto na sociedade brasileira.
ISTOÉ – Existe alguma garantia constitucional para o biógrafo?
Araújo – Existe. Eu comecei o livro acreditando nisso. A liberdade de opinião, de expressão está na Constituição. Esse debate envolveu dois poderes: a mídia e o Judiciário. Ganhei no primeiro, os formadores de opinião deram razão ao autor. E Roberto ganhou no Judiciário – onde sabemos que se encontra respaldo para as teses mais retrógradas, reacionárias.

ISTOÉ – Cabe ação ainda? A proibição é válida também para outras línguas?
Araújo – Não sei.

ISTOÉ – Deu para ganhar dinheiro? Qual é seu porcentual?
Araújo – Meu porcentual é o tradicional, 10%. Ainda não recebi nada de direitos autorais porque agora é que vai ter a prestação de contas. Era um livro para vender muito porque não fala só de Roberto Carlos. É uma obra de referência para a música: trato de tropicalismo, festivais de canção, bossa nova, ditadura militar.

ISTOÉ – Mas o título é Roberto Carlos em detalhes...
Araújo – Claro, ele é o fio condutor. Mas não é uma biografia de Roberto Carlos, é um ensaio biográfico. Falo de Caetano Veloso, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Tim Maia. Entrevistei cerca de 200 pessoas, entre as quais Tom Jobim, João Gilberto, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Tim Maia.

ISTOÉ – Do que ele não gostou no livro?
Araújo – Na audiência, ele disse que não gostou que eu tivesse abordado questões da vida pessoal dele. Citou o episódio Maysa, a Maria Rita e o “caso Imperial”. Ele interpretou que eu teria afirmado que ele teria participado de orgias na casa de Carlos Imperial, um escândalo que envolvia menores e que abalou a jovem guarda. Mas eu digo no livro, está lá: esse acontecimento não atingiu Roberto Carlos.

ISTOÉ – Roberto Carlos disse que admite que escrevam 500 livros sobre a vida pública dele, mas que sobre a vida pessoal só ele pode falar. É um direito?
Araújo – Claro que não! Imagina se cada personagem da história se arvorasse proprietário exclusivo da trajetória. Vai contra o bom senso e o direito da liberdade de expressão... Que ele possa contar, e deve contar, é evidente. Torço para que Roberto Carlos faça o livro dele, será um depoimento importante. Imagina o presidente Lula dizendo a mesma coisa: só eu posso contar minha história quando quiser e como quiser. Evidentemente isso não se sustenta, ainda mais nos tempos atuais. Até porque uma história está relacionada a outras histórias. Roberto Carlos teria que pedir permissão aos herdeiros de Tim Maia quando for falar dele, e a todos os outros que citasse. Já pensou?

ISTOÉ – Diferentemente de outros artistas, Roberto Carlos sempre trancou sua vida pessoal e foge de holofotes. Esse comportamento não dá direito a não querer que se divulgue com quem ele dormiu?
Araújo – Artista discreto e reservado é como é o João Gilberto. Não dá entrevista para a Rede Globo, ninguém sabe para quem ele dedicou tal disco, tal música. Ele sempre foi assim, a vida inteira. Já no caso de Roberto Carlos, é diferente. Ele leva, atualmente, uma vida discreta, mas sempre expôs publicamente tudo da sua vida, seus dramas e sentimentos. O Brasil sabe as mulheres que ele amou intensamente: a Nice, a quem dedicou Como é grande o meu amor por você, a Míriam Rios, para quem fez A atriz, e a Maria Rita, que ele ama e a quem dedicou outras canções. Ele dividiu isso com o público; mantém uma exposição relativa. Agora, por exemplo, tornou público o problema do TOC. Tem edição antiga da revista Amiga com Roberto Carlos com a esposa e filhos na sala de sua casa. Ele ficou discreto nos últimos 15 anos. Mas sua carreira é a de um astro pop, de celebridade. Ninguém entra hoje na casa de Roberto Carlos para tirar foto, mas já entrou.

ISTOÉ – Você continua fã dele?
Araújo – Claro. Continuo achando As curvas da estrada de Santos uma grande canção... Não interfere. O que está acontecendo é circunstancial. A obra é eterna.

ISTOÉ – Que sentimento você tem hoje por Roberto Carlos?
Araújo – Digo que meu caso com Roberto Carlos é um caso de amor não correspondido. Acontece na vida. Sou fã dele desde a infância. Fiquei 15 anos tentando falar com ele e não consegui. Mesmo assim, entrevistei todo mundo, escrevi um livro que considero uma homenagem e ele vai e me processa. É uma relação de amor não correspondida mesmo.

ISTOÉ – O que acha do verso “sua estupidez não lhe deixa ver que te amo...”?
Araújo – (Risos) É para mim. Pode ser sim. As canções do Roberto servem para todo mundo, ele expressa o sentimento próprio e o dos outros também.
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NOTÍCIA COMENTADA:
Bom, diante de tudo isso agora EU VOU LER O LIVRO! JÁ COMPREI! Eu não o leria em circunstâncias normais, mas o fato de ter sido censurado me atiçou a curiosidade: o que tem lá que não pode ser lido?
Acho o Roberto Carlos um problemático que deveria se tratar. Se ele não quer exposição que deixe de lado sua carreira e fama.
Acredito que ele tem dinheiro suficiente para se APOSENTAR!
Que ele largue a MãE REDE GLOBO e vá ficar em um mosteiro! Ou em casa, ou em alto mar, sei lá, menos no espetáculo de fim de ano da Globo diante da mídia, dos fãs, da exposição.
Se ele faz programa para a maior rede de televisão do país é por que GOSTA DO SUCESSO! GOSTA DA FAMA! GOSTA DE SER O REI!
E todos falam do rei, não é mesmo? Absurdas as atitudes do Roberto Carlos e do judiciário brasileiro.