"Jornalismo é a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter."
Cláudio Abramo (1923-1987)
"Neste quadro recessivo, que inquieta patrões e assusta empregados, é natural o surgimento do "jornalismo de resultado" e seus profetas – os executivos moderninhos que prometem redações baratas, revistas idem, amenidades muitas e reflexão zero. Apostam no padrão do leitor que consome mas não pensa, no perfil Homer Simpson que se satisfaz com o atendimento às suas demandas meramente consumistas, do estilo shopping center que simboliza o templo de devoção da classe média e seus periféricos".
"Para este tipo de leitor, com tanto a comprar e tão pouca disposição para ler, o jeito é o modelito USA Today, o jornalão fast food destes tempos midiáticos para uma leitura rápida, calórica e saborosa como um Big Mac. Assim, nossas semanais sofrem cada vez mais a tentação de atender a este novo mercado emergente, abdicando de sua função primordial: o texto mais consistente, mais abrangente, para refletir e ponderar sobre a salada de informações frenéticas e redundantes que o dia-a-dia de jornais, rádios, TVs e internet enfia goela abaixo do cidadão".
"A revista, que devia ser o oásis de reflexão para ajudar o pobre leitor a atravessar esta overdose semanal de notícias e mais notícias, abdica de seu papel e mergulha no turbilhão do jornalismo rápido e rasteiro. A estética vale mais do que a essência. A forma se impõe ao conteúdo. O texto curto confina os detalhes. A foto, espelhada e escancarada, come os espaços de uma informação cada vez mais estrangulada. Tudo induz uma leitura ligeira, quase leviana, para não afrontar o relógio e a agenda do nosso leitor tão apressado. E, em vez de procurar saciar a fome de informação e conteúdo, a revista sucumbe e se submete à magra dieta jornalística que ela diz ser exigência do leitor moderno. Alguém está enganando alguém neste jogo".
"Gostaria de alertar os leitores sobre o fato de que sua recente "entrevista" com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, John Danilovich, foi montada. O repórter Marco Damiani, da Istoé Dinheiro, na realidade não fez uma entrevista com o embaixador. Em vez disso, entre cinco perguntas que alguns jornalistas dirigiram ao embaixador durante o intervalo de um seminário, três foram feitas pelo repórter . Várias das "perguntas" incluídas na sua entrevista nunca foram formuladas. O repórter tirou as últimas três respostas, fora de contexto, dos comentários preparados pelo embaixador para o seminário, cujo texto pode ser encontrado na íntegra na homepage da embaixada: (http://brasilia.usembassy.gov/). Esse formato montado de "entrevista" foi desonesto e é um desserviço aos seus leitores. Obrigado, R. Wesley Carrington, adido de Imprensa".
Trechos do texto: Como a IstoÉ tornou-se IstoEra
[Brasília, 27 de março de 2006]
Um comentário:
EM CEM (100) INDIVIDUOS DE AMBOS OS SEXOS, QUE GATAFUNHAM EM JORNAIS E REVISTAS, COMENTAM ASSUNTOS VÁRIOS E FAZEM ENTREVISTAS NA TV, QUANTOS JORNALISTAS ENCONTRAMOS, AQUI OU AÍ? kkk...UM NÚMERO DECIMAL INFERIOR A ZERO! SE A BASE DE PARTIDA FOR DE MIL E NÃO APENAS CEM, ENTÃO, TALVEZ ENCONTREMOS UM NÚMERO INTEIRO , MAS INFERIOR A DEZ. MAS...QUANTOS DE NÓS SOMOS CAPAZES DE SOBREVIVER, FAZENDO UM TRABALHO DO QUAL GOSTAMOS E AINDA POR CIMA DE MODO HONESTO?????
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