Fernando Perillo/Bororó/C.Ribeiro
A velha vida a golpes de espada
Não vale essa vela acesa por nada
Nem vale o milagre do santo de casa
Que faz tempestade num copo de água
Não vale a sombra no alto da escada
Que vela a vida aos olhos da lei...
A vela viva ativa a chama
Me chama a cama, aviva a chaga
E acho que chega de fome e de praga
Pois, penso que passam a fama e apaga
Pois, prensa por prensa prefiro a faca
Mas pare de por reparo em mim...
Eu não quero mais seu amor seus avais
Quero estar em paz
como estou, tanto faz
andar, percorrer a trilha do nada
a velha sina, os sulcos na estrada
a mesma resposta a porta de entrada
mais vale a vala estreita e rasa
mais vale a ave que voa sem asas
e minha mão já torta e cansada
cavando trincheiras, senhor me valei...
valei-me rios correndo pros mares
valei-me ébrios brilhando nos bares
valei-me velhos brigando nos lares
valei-me por tudo quanto valeis...
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