09 novembro, 2006

Autonomia e educação - blog de Paulo Ghiraldelli


“[...] Mas decidir o que é bom e o que é ruim não pode ser algo de antemão retirado do poder de cada indivíduo. As pessoas querem ser educadas não para ficarem a vida toda sendo educadas. Eles querem ser educadas para, em determinado momento, poderem optar. [...] Aprender a fazer da educação um processo de favorecimento da autonomia é algo prático, da seguinte ordem: mantenha a mente aberta, desconfiada; pergunte sempre as razões de qualquer proibição; e se a proibição vem por parte dos seus professores, tratem de desconfiar ainda mais [...]”.
Paulo Ghiraldelli Jr. “O filósofo de São Paulo”
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Aqui o texto na íntegra. É um blog que vale ser lido! Anote esta dica!

08 novembro, 2006

Reflexões...

"Oh, quanta gente detém a verdade, e essa gente se diz tão mais lúcida que eu. Mas quando olho as varandas vejo tantas folhas secas, que já nem sei quem mais sucumbe. Lá estão as árvores nuas. Lá estão as flores não germinadas. Lá estão prometendo verões. Não duvido. Mas, de cá vejo os invernos. As geleiras fechando o tempo. Acizentando os céus. Ainda que saiba de caminhadas eternas sobre o arco-íris. Porém, só aqueles que andam sobre ervas daninhas sentem o gozo de pisar onde se definham roseiras. Seja vítima ou não. Seja sábio ou não. Cada um percorre o terreno no qual consegue manter-se em pé. E, é agora que alguém vai duvidar? Não ande por onde se saiba andar?! Se a trilha é lama, há de ser lesma, minhoca ou qualquer outro ser que se vire na escuridão. Existem os lamacentos! A luz é para quem corre ao vento. Noutro acaso, quando a escuridão acomete, há aqueles que procuram as vítimas do tempo. Do veneno. Do breu. Nem toda larva vira borboleta" .

07 novembro, 2006

Poesia e vida...

"Nunca soube me defender, mas sempre consegui vencer o medo e o nervosismo para evitar ataques aos outros. Quando havia algum colega sendo discriminado, me tornava seu melhor amigo. Estar do lado mais fraco é poesia. Poesia não combina com o senso comum".
"A literatura não substitui a vida, ela nos prende mais a ela. Não entendo quando um escritor se sente realizado ao escrever um livro. Eu me sinto cada vez mais irrealizado aumenta a fome. O desejo não pretende se satisfazer para continuar desejando".
"Aumentamos a voz quando alguém grita com a gente. Os livros gritam - raros notam. Os leitores que escutam e respondem serão os novos autores".
"Tive que chamar atenção de mim para somente assim chamar atenção dos outros. Eu me esforcei o dobro. Hoje não olho para baixo para evitar a vertigem. Me perco mais voltando do que indo para frente".
"Não preciso impressionar para ser feliz".
Fabrício Carpinejar
Leia a entrevista completa com Carpinejar
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Frase do bar

"Eu não sou príncipe, mas bato colocado".

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Bem, cada um interprete como quiser.
Essa frase eu ouvi hoje de um jovem de 32 anos.
Um verdadeiro Dom Juan!
Cerveja vai, cachaça vem, e eis que a frase é colocada na mesa!
O que seria bater colocado?
rssss

Atendendo a pedidos...


"Criar para recriar", eis a palavra-chave para se entender e apreciar como merece a arte que aqui fica registada.
E porque não pegares nestas imagens e recriá-las uma vez mais?
Fica a sugestão.
Um abraço
Jorge de Lisboa


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Então Jorge, essa é para você! A minha recriação a partir de Anish Kapoor.
Gostou?
beijo grande!
solange

06 novembro, 2006

Anish Kapoor - Ascension

Imagens e texto por Solange Pereira Pinto
Esculpindo fumaça ou vento...

Esculpindo cores e ecos...


Esculpindo olhares...


Esculpindo cera e sensações...

Não tenho receio em dizer: as imagens que eu hoje vi ninguém mais verá.

Pode parecer estranho, mas entrar em contato com as esculturas e instalações de Anish Kapoor é o mesmo que caminhar por outra dimensão. Clichê desnecessário, mas lá estão as obras. Expostas. “Fixas”. Aparentemente, simples até. Ousadia. Criatividade é pouco para definir. Além disso, são minuciosamente trabalhadas. Polidas. Erguidas. Planejadas.

De uma matéria-prima que pode variar de acrílico, metal, cera, luz até fumaça, Kapoor utiliza qualquer meio para definitivamente nos transportar.

Apesar das controvérsias, o artista convida à co-criação, ainda que para além da faixa branca fincada no chão, no que há de melhor da linguagem contemporânea. O feito (e muito bem-feito) não está feito. Precisa do “expectador”. Necessita do outro para se completar. Embora, também surpreenda à distância.

Minha percepção é que não é possível ser mero observador, é imperativo participar. Tomar corpo. Comungar. O que Anish principalmente esculpe são sensações, olhares, cores, imaginação.

O encanto está em presenciar que as obras, ainda que as mesmas, serão sempre novas, diferentes a partir de cada interação do olhar. Refletem a busca incessante e concretizam a possibilidade do ainda não visto constante. Criar para recriar. Demonstra o talento de se utilizar a linguagem da atualidade de forma inusitada, quando já envelhecemos por pensar que tudo está pronto e criado, nesse tempo de releituras.

Kapoor prova que não. Ele pega o vento. Mas é a gente que dança com ele.

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Hoje (5/11/2006) estive no Centro Cultural Banco do Brasil (Brasília/DF) na mostra “Ascension”, do escultor indiano Anish Kapoor.

Para saber mais....


05 novembro, 2006

Obrigada a todos!

O humano se faz de linguagem e palavras
Imagem da Internet
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Olá, queridos leitores e amigos!
Registro aqui meus agradecimentos a todos que votaram neste blog na última semana! Conquistamos o selo dourado de novembro!
Sem vocês não seria possível!
Grande beijo!
Soll

Florbela Espanca - poesia portuguesa

Florbela Espanca


“O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade...sei lá de quê!”.
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"Viver é não saber que se vive".

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Uma Biografia e outra aqui também

Sem palavras... Há remédio?

"Os planetários (ou planetentes?)
necessitam de tarja preta.
A loucura deu com os dentes.
Já tocaram a sineta?
Ou mundo está doente?"
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(Solange - 4/11/2006)

Contomentário...

Antes de perguntar (Por Solange Pereira Pinto)



O motoboy de uma pizzaria talvez não tivesse descanso após o dia de finados. O fim-de-semana se aproximava. Era sexta-feira. O jovem de 19 anos morava no Rio de Janeiro. Das belas praias. Do Samba. Da MPB e Bossa Nova. Dos morros recortando a paisagem. Vivia com os pais na Favela do Jacarezinho. Lugar violento, apontava o noticiário. João e Célia se orgulhavam do filho. Bruno Macedo. Trabalhador. Dedicado. Estudante. Logo após o almoço algo não ia bem em casa. Seu João passava mal. 77 anos. O rapaz sai a toda. Desesperado convence um colega. “Precisamos procurar ajuda”, talvez tenha dito. Subiram na moto e foram ao cruzamento. Rua Viúva Cláudio com José Maria Belo. Um derrame prenunciava o pai. A idéia urgente: chamar um táxi. Teria que ser rápido. A angústia não poderia levar muito tempo. “Socorro, precisamos de ajuda”. Era o pensamento. Coração aos pulos. Finalmente, chegaram até o taxista. Pálidos. Aflitos. O pai perecendo. A mãe rezando. Nesse mesmo instante, bem perto dali, um fuzil dispara. Uma vez. Duas vezes. Três... Bem que podiam ser as batidas agoniadas no peito. Mas, não. Não só. Eram os policiais patrulhando a área. Júlio César, PM, cumpria seu ofício. Seu João piorava. Dona Célia inquieta. Do alto do Jacarezinho não se sabia ainda qual tragédia tomaria o dia. Rio de janeiro, ano 2006. Novembro. Dia 3. Dois policiais avistam um motorista de táxi sendo abordado por dois rapazes. Não tinham dúvida. Pardos. Negros. Apressados. Favelados. Só podia ser assalto. Um tiro certeiro. Uma face rasgada. A outra perplexa. Dois mortos, a caminho do Hospital Salgado Filho. Dona Célia em estado de choque. Início de infarto. Tudo quase instantâneo. Como um flash. Antes mesmo de perguntar.

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O texto acima poderia ser um conto.
Uma ficção.
Mas é uma narrativa baseada nas últimas notícias que li.

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PM mata jovem por engano no Rio de Janeiro - Um jovem de 19 anos foi morto nesta sexta-feira por um policial militar no Rio de Janeiro. Bruno Ribeiro de Macedo corria em busca de socorro para o seu pai, que passava mal. Foi neste momento que ele foi confundindo como um assaltante. Bruno era entregador do pizza e morava na Favela do Jacarezinho, um dos locais mais violentos do Rio de Janeiro. Segundo moradores da favela, o rapaz saiu de moto da favela à procura por um táxi. Um amigo o acompanhava na busca por socorro. Quando avistaram um taxista, os dois se aproximaram do carro para pedir ajuda. Neste momento, dois policiais que faziam patrulha na região pensaram se tratar de um assalto. Júlio César de Oliveira Lima, um dos PMs, disparou algumas vezes contra a moto. Um dos tiros acertou o rosto de Bruno. Em seu depoimento ao delegado, Júlio César admitiu ter efetuado os disparos. Segundo o PM, quando os dois jovens se aproximaram do táxi, ele disparou duas vezes para o alto e depois atirou em direção à moto para impedir a fuga. João Rodrigues de Macedo, de 77 anos, o pai de Bruno, acabou morrendo no hospital sem saber o que aconteceu com o filho. Quando soube da morte do marido e do filho, Célia Ribeiro de Macedo teve princípio de infarto. Foi levada ao hospital, medicada e já passa bem. O delegado que cuida do caso disse que não prendeu o PM porque ele se apresentou espontaneamente para prestar esclarecimentos.

Leia mais sobre o caso aqui, aqui, aqui e aqui.

03 novembro, 2006

Pátria é língua






Milton Hatoum: "Antes de mais nada, a noção de pátria está relacionada com a língua e também com a infância. O que mais marca na vida de um escritor, talvez seja a paisagem da infância e a língua que ele fala".


Leia aqui uma antiga entrevista com o escritor Milton Hatoum, vencedor do prêmio Bravo! com o recém lançado Cinzas do Norte.

Arte... Arte... Arte... O que é....

Título: Arte é amarra ou risco é?
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: mista
Data: outubro/2006
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obs: intervenção feita por mim no livro do artista Wallace
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"Arte paga é arte vendida?" ( Wallace)
"Arte dada é arte sem valor?" (Solange)
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"A arte aprisiona ou liberta?" (Solange)
"A arte cura ou enlouquece?" (Solange)
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Se arte não se define, o que (ou quem) é o artista? (Solange)
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Olho-me no espelho. Não há alguém.
Apenas se reflete um rosto.
Um par de olhos, um nariz, uma boca, duas orelhas e vários pelos e cabelos.
Essa sou eu. Uma imagem comum. Um esboço qualquer.
Não há mais que isso na tela espelhada.
Olho a mesa e vejo-me.
No papel em branco. No vazio.
Lápis, carvão, tesouras, colas, tintas, pincéis de vários pelos e larguras.
Ali estou. Onde ainda se criará. Um rabisco prenhe.
Estão por nascer. Quase juntos. A arte e eu.
(Solange Pereira Pinto - novembro/2006)
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"Quem nasce antes: a arte ou o artista?" (Solange)

trimmmmmmmmmm trimmmmmmmmmmmm


Semana dos telefonemas! Continua tocando. Atendo ou não?

02 novembro, 2006

Trimmmmmmmmmmmm trimmmmmmmmmm

Às quatro horas da tarde alguém liga para sua casa e diz: “estou preocupada”. Essa pessoa não sabe. Mas, você passou o dia enfurnada, ensimesmada, enfraquecida. E, ainda, assim você pergunta: “o que foi?”. A sua amiga-irmã lhe responde: “a voz da sua filha está triste, não percebeu?”. Você diz: “está? Não notei.” E, completa, “como poderia notar a tristeza alheia se a minha me impede?”. Nessa toada as horas caminham. Vem um, vem dois, vem três, vem quatro, vem um monte de gente lhe dizer o que fazer, como agir. Tá bom! Já lhe disseram todos os seus deveres. Há alguém que possa lhe dizer seus direitos? Seus direitos de ser fraca, de ser incompetente, de ser incapaz, de ser humana, de ser falível... Não. Não mesmo. Não há espaço para isso nessa roda gigante de minutos que passam antes dos segundo invertendo a ordem natural do relógio. A questão é que isso dói. Isso magoa. Ser cobrado machuca, principalmente, quando você não pode dar mais do que já dá com o que lhe sobra de força. De repente, é nesse instante que a vontade de sumir sobe com você no altar do “para sempre”. O badalo toca. Você percebe que tem que vestir a fantasia e sair para o trabalho. Nada difícil em dias normais. Contudo, a veste de hoje lhe pesa. Você arrasta as bolas de ferro e correntes e segue. No pensamento a culpa. A culpa de ser fraca. A culpa de ter nascido. A culpa de ter parido. A culpa de existir. O tempo sagrado que remedia aponta outras chances. Você se afasta do deserto e bebe. Toma da fonte junto àqueles que na mesma anarquia se martirizam em lucidez. Mas que se erguem em guias tortas. Cai a lua. Agora, juntos, riem. Sem culpa. Sem responsabilidades. Sem pesares. Não há estrela. Não há sol. Há esquecimento. Não existe acorde que lembre valsa. Não há tom que remeta à canção da manhã. Há surdez. Há cegueira. Há mudez. Tão necessárias a conduzir os passos daqueles que não têm paz. O tilintar dos sinos não ressoará para quem em leito vive e em vida morre. Calar-se-ão. O telefone ficará quieto. Ou se ao tocar você não mais atenderá, tampouco ouvirá. Pelo menos, não agora. Agora que sua sede transborda e sua alma anestesia. Passará um dia novamente. Até que sua boca seca diga outro alô para quem insiste em lhe dizer que... Você já sabe. O outro não.

Microconto






Relógio biológico


"Pulei o dia caí na noite".
Solange Pereira Pinto

01 novembro, 2006

Fusão ou confusão?


Título: Olhando para todos os lados
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Fotografia
Data: outubro/2006
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Hoje à tarde um amigo me ligou.
- E ai linda, quer fazer um frila?
- Claro! Sobre o quê?
- Liga para o Nico. Ele sabe os detalhes.
- Certo! bjs
- Tchau...
Um mintuto depois...
- Oi, Nico! Quanto tempo, né? [...] Qual é a história do frila?
- Ah, sim, é para cobrir um congresso de educação. Sua área né...
- Obaaaa! É mesmo, gosto muito do tema.
- Aliás, né Solange, qual não é a sua área... advogada, jornalista, psicologia, professora...rsssss.
- hahahahhahaha. É verdade, o pior é que atiro para todo lado em não acerto em nada. afff!
- Que isso! Liga lá para agência, eles precisam com urgência.
- Valeu! Beijo
- Beijo
Dois minutos depois...
- Alô, aqui é a Solange, amiga do Nico...sobre o frila...
- Oi Solange, tudo bem? Mas, eu já organizei isso. Fiz um remanejamento na equipe e está tudo certo. Mesmo assim obrigada.
- Ah, tá. Boa sorte, se precisar é só ligar.
- Beijos
- Beijos
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Well, não rolou o freelancer, mas continuo olhando para todo lado. Será isso visão sistêmica, fusão do conhecimento, ou confusão sistemática? Sei não... Melhor ler "A Descoberta do Fluxo" (Mihaly Csikszentmihalyi), depois que eu fizer um frila para comprá-lo, é claro... Ou quem sabe ganhar de aniversário (que está chegando hehehe)...
Diz o resumo: "A arte de discernir o que nos proporciona o fluxo é também a possibilidade de alcançar a sabedoria de viver plenamente".
O problema é quando a criatura tem fluxo diversificado igual mangueira furada!
Hahahahaa
Tô me sentindo a própria mangueira, e vermelha, hahahaha.

Não sou Leila mas quebro a cara...

"Quebro a cara toda hora. Mas só me arrependo
do que deixei de fazer por preconceito, problema e neurose."
Leila Diniz

Selo de ouro - votação





A votação do blog continua!

Conto com vocês!

É só entrar aqui ou no selo cinza (logo abaixo dos links do lado direito deste blog) e votar no criandoespacos.blogspot.com !

beijões

Soll

Frase de bar


"Tem gente que acha que bebida alcoólica é espinafre"

um email... uma resposta...

De:xxxxx
Para: Solange Pereira Pinto
Data: 31/10/2006 18:23
Assunto: RES: VOTEM EM MIM - SOLANGE

Nunca mais a gente saiu né ? Outro dia tava lembrando como foi gostoso dançar a noite toda e ver o sol nascer na margem do rio... até os urubus do porto estavam com ares de gaivotas...rs
Tempim bão.
Bjao.



De: Solange Pereira Pinto
Enviado por: gmail.com
Para: xxxx
Data: 01/11/2006 03:20
Assunto: Re: VOTEM EM MIM - SOLANGE
entao, podemos reinventar a vida, apesar das nuvens que cobrem os céus, há tempo para se ver um raio de sol, se quisermos olhar bem olhado a fresta daquilo que nos impede de enxergar. sei que os tempos não andam tao bons, nem pra vc, nem pra mim, nem pra muita gente... mas se não tivermos algo de doce e quente pra lembrar na existência, o vento pode nos levar para as brumas do esquecimento. talvez eu ainda não queira ser apenas lembrança, ou você, ou aqueles que gostamos. nem sempre é fácil abrir as retinas, nem sempre é fácil enxugar as lágrimas, mas sempre é tempo ou possibilidade de abrir a janela e gritar. to aqui para ouvir seus gritos e lamentos. assim como espero ter conchas que ouçam meus relentos e ais. isso tá quase virando poema, mas é mais um dito para vc que perfeitamente entende o que digo. cansei de falar para os temporais. beijo grande! soll