24 fevereiro, 2009

Por que blogo?

O Dudu Oliva fez um convite interessante: poderia me dar um depoimento pelo qual motivo que você bloga?

Claro!
E ele publicou num blog que reúne depoimentos. É interessante saber por que as pessoas blogam...

Abaixo uma cola do meu depoimento para o Dudu! Vejam outros no blog

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Será que eu blogo por que comecei? Tenho blogue que já terminei. Tenho blogue que abandonei. Tenho blogue que não acabarei. Tenho blogue pedagógico. Tenho blogue de serviços. Tenho blogue de bobagens. Tenho blogue de recorta-e-cola. Tenho blogue-portfólio... Tenho blogue vitrine. Hum... tenho muitos blogues... Será que sou viciada em blogues? Acho que blogo para me organizar, para me fazer entender, para lembrar, para não esquecer, para curtir, para conhecer gente, para registrar, para aparecer, para imortalizar, para fazer pensar, para viver... Blogo para o meu ser virtual existir em si, em ti, em mim. Blogo para não sumir. Blogo para seguir. Blogo para rir. Blogo por que comecei e por que no fim me apaixonei pela tecnologia. Blogando, na verdade, eu vou me achando, me encontrando, me perdendo, me copiando, me reinventando. Blogar me traz a mim e me leva por ai. Blogar é paixão, é tesão, é fixação. Ainda que o blogue às vezes repouse, assim como eu me permito parar e ficar à toa, ele continua lá traduzindo em pixels meu eu que logo mais será outro... feito um post... feito um comentário... feito mais um blogue na multidão www.

http://solangepereirapinto.blogspot.com
http://atocomtexto.blogspot.com
http://livroarte.blogspot.com
http://osensocritico.blogspot.com
http://revistajornalismo.blogspot.com
http://galeriasoll.blogspot.com
http://etc!

20 fevereiro, 2009

Doenças e simbologia

Achei este texto num email... mentira ou verdade nos faz refletir. Certas crendices podem levar os sábios à reflexão. beijossssssssssss Soll

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A Doença Como Caminho

Este texto é uma indicação de leitura do livro "A Doença Como Caminho", de Thorwald Dethlefsen e Rüdiger Dahlke, que trata do conteúdo psicológico associado a vários tipos de doenças e incidentes, os quais por não conseguirmos trabalhar / montar adequadamente em nossa psique, passam a fazer parte da nossa "sombra", não sendo percebidos conscientemente, manifestando-se, então, em nosso corpo físico, para que assim os possamos vivenciar, para superar e integrar seus conseqüentes desafios e ensinamentos.

Por fazerem parte de nossa "sombra", habitando exatamente nosso inconsciente, e não o consciente, o mais normal é que não aceitemos estar vivendo ou ter alguma coisa haver com quaisquer dos assuntos levantados em relação às perguntas e questões associadas às doenças citadas. O mais normal é negarmos a existência das situações cogitadas em relação a nossas vidas...

A nosografia é uma prática milenar que se constitui na descrição sistemática das doenças, que é exatamente do que trata o livro aqui indicado. Esse tipo de abordagem tem uma diferenciação fundamental em relação aos remédios (que são necessários dentro de contextos específicos, diferente do uso banalizado que vêm tendo), pois age focando a causa das doenças, enquanto os remédios agem sobre os efeitos, sem nada acrescentarem ao processo de trabalho das causas a não ser fazer com que a pessoa possa ganhar algum tempo para se recompor, o que perde o efeito e sentido nas abordagens com medicações a médio e longo prazos. Focar a causa das doenças nos leva à questão de qual a memória/lembrança a ser resgatada pela pessoa(*), de modo a tornar-se novamente uma manifestação da perfeição universal.

(*) bem como do entendimento do porque da experiência de vida dolorsa pela qual está passando.

Aqui estão apenas algumas das doenças listadas e num resumo muito geral, contendo apenas a parte de questões levantadas em alguns capítulos, além de um texto na íntegra sobre "depressão", para servir como exemplo. Vale a pena ler o livro, que traz além deste "guia rápido" copiado aqui, a análise e interpretação ligada aos diversos sistemas do corpo físico, e possuí-lo posteriormente como guia para consultas quando oportuno.

Um outro livro excelente com esse mesmo tipo de abordagem é: Metafísica da Saúde - Sistemas Respiratório e Digestivo - Valcapelli & Gasparetto.

Ao final, segue ainda uma lista complementar sobre o mesmo assunto com a visão da psicóloga americana Lois L



Infecção - um conflito que se materializou
Quem mostra predisposição a inflamações está tentando evitar conflitos.
No caso de contrairmos uma doença infecciosa, devemos nos fazer as seguintes perguntas:
1 - Qual o conflito existente em minha vida que até agora eu não vejo?
2 - Que conflito estarei evitando?
3 - que conflito tento fingir que não existe?
Para descobrir que conflito se trata, basta prestar atenção ao simbolismo do órgão afetado ou da parte doente do corpo.

Alergia - uma agressividade que se materializou
A pessoa alérgica deve fazer a si mesma as seguintes perguntas:
1 - Por que não suporto tomar consciência da minha agressividade, e a transfiro para a manifestação corporal?
2 - Quais âmbitos da vida me inspiram tanto medo que procuro evitá-los?
3 - Para que temas apontam os meus alérgenos?
4 - Até que ponto uso minha alergia para manipular o meio ambiente?
5 - Como encaro o amor, qual é a minha capacidade de amar?

Respiração - Assimilação da Vida
No caso de doenças que tenham relação com a respiração, a pessoa doente deve fazer a si mesma as seguintes perguntas:
1 - O que me faz sentir falta de ar?
2 - O que me recuso a aceitar?
3 - O que estou evitando dar?
4 - Com o que não desejo entrar em contato?
5 - Acaso terei medo de dar o passo para uma nova liberdade?

Asma
Perguntas que a pessoa asmática deve fazer a si mesma:
1 - Em que âmbitos da vida quero receber sem dar nada em troca?
2 - Consigo confessar conscientemente minhas agressões? Que possibilidades disponho para expressá-las?
3 - Como lido com o conflito entre a vontade de dominar e a sensação de inferioridade?
4 - Quais setores da vida valorizo e quais rejeito? Posso sentir algo do medo que fundamenta meu sistema de valores?
5 - Quais setores da vida procuro evitar por considerá-los sujos, baixos, ignóbeis?
Não se esqueça: Sempre que se sente uma limitação, ela de fato é medo! O único modo de combater o medo é expandindo-se. A expansão ocorre se a pessoa deixar entrar aquilo que até agora rejeitou!

Males Estomacais e Digestivos
No caso de males estomacais e digestivos, devemos nos fazer as seguintes perguntas:
1 - O que não posso ou não quero engolir?
2 - Algo está me moendo por dentro?
3 - Como lido com meus sentimentos?
4 - O que me deixa tão azedo?
5 - Como expresso a minha agressividade?
6 - Como fujo dos conflitos?
7 - Existe em mim alguma saudade reprimida de um paraíso infantil, livre de conflitos, em que eu só seja amado e cuidado, sem precisar me esforçar para nada?

Doenças Hepáticas
A pessoa que sofre do fígado deve fazer a si mesma as seguintes perguntas:
1 - Em que âmbitos perdi a capacidade de fazer uma avaliação e uma discriminação corretas?
2 - Onde é que não consigo mais decidir entre aquilo que posso suportar e aquilo que é um "veneno" para mim?
3 - Em que sentido ando cometendo excessos? Até que ponto estou "voando alto demais" (ilusões de grandeza) e onde venho ultrapassando os limites?
4 - Acaso me preocupo comigo mesmo e com o âmbito da minha "religio", de minha religação com a fonte primordial? Ou o mundo da multiplicidade está impedindo minha percepção intuitiva? Os temas filosóficos ocupam uma parte muito pequena na minha vida?
5 - Confio nos outros?

Doenças dos Olhos
Quem tiver problemas com os olhos, ou seja, com a visão, deve em primeiro lugar abandonar por um dia seus óculos (e/ou lentes de contato) e viver conscientemente a situação honesta de vida criada pelo fato. Depois desse dia, deve fazer um relatório honesto, descrevendo o modo como viu o mundo e as experiências que teve, o que pôde e o que não pôde fazer, no que foi impedido pela falta de visão, como lidou com o ambiente exterior etc. Um relatório como esse deve fornecer-lhe material suficiente para poder conhecer melhor sua personalidade, seu mundo e seu modo de ser. Essencialmente, deve responder às seguintes perguntas:
1 - O que não desejo ver?
2 - Minha subjetividade tem impedido meu autoconhecimento?
3 - Deixo de ver a mim mesmo nos acontecimentos?
4 - Uso a visão para obter uma percepção mais elevada?
5 - Tenho medo de ver os contornos rígidos (definidos) das coisas?
6 - Posso suportar, afinal, ver as coisas como elas são?
7 - Qual o âmbito de minha personalidade de que procuro desviar o olhar?

Doenças do Ouvido
Quem tem problemas com os ouvidos, ou seja, com o ato de ouvir, deve de preferência fazer a si mesmo as seguintes perguntas:
1 - Por que não estou disposto a prestar atenção ao que os outros dizem?
2 - A quem ou a que não desejo obedecer?
3 - Há equilíbrio entre os dois pólos de minha personalidade, o egocentrismo e a submissão?

Dores de Cabeça
Quem sofrer de dores de cabeça o tiver enxaquecas deve fazer a si mesmo as seguintes perguntas:
1 - Com que estou "quebrando a minha cabeça"?
2 - O "em cima" e o "embaixo" estão num equilíbrio dinâmico dentro de mim?
3 - Estou me esforçando demais para subir? (cobiça)
4 - Sou um cabeçudo e tento derrubar os obstáculos com a cabeça?
5 - Tento substituir a ação pelo pensamento?
6 - Estarei sendo honesto no que se refere aos meus problemas sexuais?
7 - Por que transfiro o orgasmo para a cabeça?

Doenças de Pele
Quem teve afecções cutâneas deve fazer a si mesmo as seguintes perguntas:
1 - Acaso estarei me isolando demais?
2 - Qual é a minha capacidade de estabelecer contatos?
3 - Por trás da minha atitude defensiva não haverá um desejo de intimidade?
4 - O que será que deseja atravessar os limites a fim de se tornar visível (sexualidade, desejo, paixão, agressividade, satisfação)?
5 - O que é que de fato está "coçando" dentro de mim?
6 - Acaso resolvi viver no ostracismo?

Doenças Renais
Quando temos alguma coisa nos rins devemos fazer a nós mesmos as seguintes perguntas:
1 - Quais problemas me afligem no âmbito conjugal?
2 - Acaso tenho tendência a estagnar na projeção e, desta forma, a considerar os erros do meu parceiro como problemas que só dizem respeito a ele?
3 - Deixo de ver a mim mesmo no modo como o meu parceiro se comporta?
4 - Ando me apegando a velhos problemas e, deste modo, interrompendo o fluxo do meu próprio desenvolvimento?
5 - A que salto para o futuro meu cálculo renal está tentando me estimular?

Os males da Bexiga
Doenças na bexiga sugerem as seguintes perguntas:
1 - A quais âmbitos me apego, embora ultrapassados, e só à espera de serem eliminados?
2 - Em que ponto me coloco sob pressão e a projeto para os outros (exames, o chefe)?
3 - Que assuntos gastos devo abandonar?
4 - Por que choro?

Doenças Cardíacas
No caso de perturbações e doenças cardíacas devemos fazer as seguintes perguntas:
1 - Há equilíbrio entre meu coração e minha cabeça, entre a compreensão e o sentimento? Eles estão em harmonia?
2 - Dou espaço suficiente para meus próprios sentimentos, me atrevo a demonstrá-los?
3 - Vivo e amo de todo coração ou apenas participo, sem grande entusiasmo?
4 - Minha vida transcorre num ritmo animado ou a forço a dotar um ritmo rígido?
5 - Ainda há combustível e explosivos suficientes em minha vida?
6 - Tenho escutado a voz de meu coração?

Distúrbios do Sono
A insônia deve servir de motivo para se fazer as seguintes perguntas:
1 - Até que ponto dependo do poder, do controle, do intelecto e da observação?
2 - Acaso posso me desapegar?
3 - Como desenvolvo minha capacidade de entrega e minha sensação de uma confiança básica?
4 - Acaso me preocupo com o lado sombrio da minha alma?
5 - Quão grande é o meu medo da morte? Já me reconciliei o suficiente com ela?

Uma necessidade exagerada de dormir suscita as seguintes questões:
1 - Ando fugindo da atividade, da responsabilidade, da conscientização?
2 - Vivo num mundo quimérico e tenho medo de acordar para a realidade da vida?

Lista das Correspondências Psíquicas

dos Órgãos e Palavras-chave para as Partes do Corpo

Bexiga - Pressão, desapego
Boca - Disposição para receber
Cabelos - Liberdade, poder
Coração - Capacidade de amar, emoção
Costas - Correção
Dentes - Agressividade, vitalidade
Estômago - Sensação, capacidade de absorção
Fígado - Avaliação, filosofia, religio
Gengivas - Desconfiança
Intestino delgado - Elaboração, análise
Intestino grosso - Inconsciente, ambição
Joelhos - Humildade
Mãos - Entendimento, capacidade de ação
Membros - Movimentos, flexibilidade, atividade
Músculos - Mobilidade, flexibilidade, atividade
Nariz - Poder, orgulho, sexualidade
Olhos - Discernimento
Ouvidos - Obediência
Órgãos genitais - Sexualidade
Ossos - Firmeza, cumprimento das normas
Pele - Delimitação, normas, contato, carinho
Pênis - Poder
Pés - Compreensão, firmeza, enraizamento, humildade
Pescoço - Medo
Pulmões - Contato, comunicação, liberdade
Rins - Parceria, discernimento, eliminação
Sangue - Força vital, vitalidade
Unhas - Agressividade
Vagina - Entrega
Vesícula biliar - Agressividade

A Depressão
Depressão é um termo geral para um quadro sintomático que vai de um mero sentimento de abatimento até uma perda real da motivação para viver, ou a assim chamada depressão endógena, que é acompanhada de apatia absoluta. Ao lado da inibição total das atividades e de uma disposição abatida de ânimo, encontramos na depressão sobretudo um grande número de sintomas colaterais físicos, como cansaço, distúrbios do sono, falta de apetite, prisão de ventre, dores de cabeça, taquicardia, dores na coluna, descontrole menstrual nas mulheres e queda do nível corporal da energia. A pessoa depressiva é atormentada pela sensação de culpa e vive se auto-repreendendo; está sempre ocupada em voltar às boas (fazer as pazes) com tudo. A palavra depressão deriva do verbo latino deprimo, que significa "subjugar" e "reprimir". A questão que surge de imediato se refere ao que a pessoa deprimida sente, se está sendo subjugada ou se está de fato reprimindo alguma coisa. Para responder à questão temos de considerar três âmbitos relativos ao assunto:

1 - Agressividade: Num trecho anterior do livro dissemos que a agressividade que não é exteriorizada acaba por se transformar em dor física. Poderíamos completar essa constatação ao dizermos que a agressividade reprimida leva, no âmbito psíquico, à depressão. A agressividade cuja manifestação é impedida, bloqueada, volta-se para dentro de tal forma que o agressor acaba por tornar-se a vítima. A agressividade reprimida acaba sendo responsável não só pela sensação de culpa, mas também pelos inúmeros sintomas colaterais que a acompanham, com seus vários tipos de sofrimento. Já dissemos, num momento anterior, que a agressividade é tão-somente uma forma específica de energia vital e de atividade. Sendo assim, aqueles que ansiosamente reprimem seus impulsos agressivos reprimem ao mesmo tempo toda sua energia e atividade. Embora a psiquiatria tente envolver as pessoas deprimidas em algum tipo de atividade, elas simplesmente acham isso uma ameaça. De forma compulsiva, elas evitam tudo o que possa suscitar desaprovação e tentam ocultar seus impulsos destrutivos e agressivos, vivendo de maneira irrepreensível. A agressividade dirigida contra a própria pessoa chega ao auge no caso do suicídio. Tendências suicidas sempre são um alerta para que observemos a quem são dirigidas de fato as intenções assassinas.

2 - Responsabilidade: À exceção do suicídio, a depressão sempre é, em última análise, um modo de evitar responsabilidades. Os que sofrem de depressão já não agem; meramente vegetam, estão mais mortos do que vivos. No entanto, apesar de sua contínua recusa em lidar de forma ativa com a vida, os depressivos são acusados pela responsabilidade que entra pela porta de trás, ou seja, por sues próprios sentimentos de culpa. O medo de assumir responsabilidades passa para o primeiro plano exatamente quando essas pessoas têm de entrar numa nova fase da vida, tornando-se bastante visível, por exemplo, na depressão puerperal.

3 - Recolhimento - solidão - velhice - morte: Estes quatro tópicos intimamente relacionados servem para resumir as áreas mais importantes dos três temas anteriores, mostrando quais são os nossos pressupostos básicos para refletir sobre eles. A depressão provoca o confronto dos pacientes com o pólo mortal da vida. As pessoas que sofrem de depressão são privadas de tudo o que de fato está vivo, como o movimento, a mudança, o companheirismo e a comunicação. Em sua vida, é o pólo oposto que se manifesta, ou seja, a apatia, a rigidez, a solidão, os pensamentos voltados para a morte. Na verdade, embora esse aspecto mortal da vida seja sentido com intensidade na depressão, ele nada mais é do que a própria sombra do paciente.

Nesse caso, o conflito está no fato de a pessoa deprimida ter tanto medo de viver como de morrer. A vida ativa traz consigo uma culpa e uma responsabilidade inevitáveis e esses são sentimentos que o deprimido faz questão de evitar. Aceitar responsabilidade é o mesmo que abandonar todas as projeções e aceitar a própria singularidade, ou o fato de estar só. Personalidades depressivas, no entanto, têm medo de fazer isso e, portanto, precisam apegar-se aos outros. A separação que, por exemplo, a morte de pessoas íntimas lhes impõe, pode servir de estímulo para a depressão. Os depressivos são, antes de mais nada, abandonados por conta própria, e viver por conta própria, assumindo responsabilidades, é a última coisa que querem fazer. Ter medo da morte é um outro fato que não lhes permite suportar a condicionalidade da vida. A depressão nos torna honestos: ela revela a nossa incapacidade tanto para viver como para morrer.



Segundo a psicóloga americana Lois L. Há, todas as doenças que temos são criadas por nós. Ela afirma que somos 100% responsáveis por tudo de ruim que acontece no nosso organismo. "Todas as doenças tem origem num estado de não-perdão", diz a psicóloga.

Sempre que estamos doentes, necessitamos descobrir a quem precisamos perdoar. Quando estamos empancados num certo ponto, significa que precisamos perdoar mais. Pesar, tristeza, raiva e vingança são sentimentos que vieram de um espaço onde não houve perdão. Perdoar dissolve o ressentimento. A seguir, você vai conhecer uma relação de algumas doenças e suas prováveis causas, elaboradas pela psicóloga Louis.

DOENÇAS/CAUSAS:

AMIGDALITE: Emoções reprimidas, criatividade sufocada.
ANOREXIA: Ódio ao externo de si mesmo.
APENDICITE: Medo da vida. Bloqueio do fluxo do que é bom.
ARTERIOSCLEROSE: Resistência. Recusa em ver o bem.
ARTRITE: Crítica conservada por longo tempo.
ASMA: Sentimento contido, choro reprimido.
BRONQUITE: Ambiente família inflamado. Gritos, discussões.
CÂNCER: Mágoa profunda, tristezas mantidas por muito tempo.
COLESTEROL: Medo de aceitar a alegria.
DERRAME: Resistência. Rejeição a vida.
DIABETES: Tristeza profunda.
DIARRÉIA: Medo, rejeição, fuga.
DOR DE CABEÇA: Autocrítica, falta de autovalorização.
ENXAQUECA: Medos sexuais. Raiva reprimida. Pessoa perfeccionista.
FIBROMAS: Alimentar mágoas causadas pelo parceiro.
FRIGIDEZ: Medo. Negação do prazer.
GASTRITE: Incerteza profunda. Sensação de condenação.
HEMORROIDAS: Medo de prazos determinados. Raiva do passado.
HEPATITE: Raiva, ódio. Resistência a mudanças.
INSONIA: Medo, culpa.
LABIRINTITE: Medo de não estar no controle.
MENINGITE: Tumulto interior. Falta de apoio.
NÓDULOS: Ressentimento, frustração. Ego ferido.
PELE (ACNE): Individualidade ameaçada. Não aceitar a si mesmo.
PNEUMONIA: Desespero. Cansaço da vida.
PRESSÃO ALTA: Problema emocional duradouro não resolvido.
PRESSÃO BAIXA: Falta de amor em criança. Derrotismo.
PRISÃO DE VENTRE: Preso ao passado. Medo de não ter dinheiro suficiente.
PULMÕES: Medo de absorver a vida.
QUISTOS: Alimentar mágoa. Falsa evolução.
RESFRIADOS: Confusão mental, desordem, mágoas.
REUMATISMO: Sentir-se vítima. Falta de amor. Amargura.
RINITE ALÉRGICA: Congestão emocional. Culpa, crença em perseguição.
RINS: Crítica, desapontamento, fracasso.
SINUSITE: Irritação com pessoa próxima.
TIREÓIDE: Humilhação.
TUMORES: Alimentar mágoas. Acumular remorsos.
ÚLCERAS: Medo. Crença de não ser bom o bastante.
VARIZES: Desencorajamento. Sentir-se sobrecarregado.

18 fevereiro, 2009

A Brasília por onde ando....

Brasília entre as asas
Foto: Solange Pereira Pinto
Mês: fevereiro/2009

"A liberdade de fracassar é vital se você quer ser bem sucedido. As pessoas mais bem sucedidas fracassaram repetidamente, e uma medida de sua força é o fato de o fracasso impulsioná-las a alguma nova tentativa de sucesso."

12 fevereiro, 2009

Curso a distância em Divulgação Cientítica

A Universidade Gama Filho oferece, a partir de abril, o curso de especialização em DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA, com carga horária: 340h a distância + 20h presenciais (em São Paulo).

Contando com corpo docente altamente qualificado, a pós-graduação foi elaborada de forma a atender às necessidades de mercado, considerando os avanços tecnológicos tão marcantes em nossa época.

Estar por dentro do que se passa e, mais ainda, saber como divulgar descobertas, novas tecnologias e a ciência em si mesma são desafios dos profissionais atentos e engajados com os avanços em geral.

De forma semi-presencial (apenas 20h presenciais), o curso possibilita a adesão de alunos em todo Brasil. Para se inscrever basta se conectar aqui, preencher a ficha e seguir os passos orientados.

Não perca esta oportunidade de se informar e reciclar seus conhecimentos com que há de mais atualizado no campo da divulgação científica. Afinal, o século XXI é marcado pela tomada de consciência acerca de nossas atitudes e os reflexos delas para o planeta, para nós mesmos e para as próximas gerações.
Já dizia Albert Einstein "toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil - e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos."
Aguardamos você!
Um abraço da equipe
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Disciplinas

- História e filosofia da ciência
Introdução à divulgação científica
História e filosofia da ciência
Tópicos em ciência
Metodologia da pesquisa

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História e filosofia da divulgação científica
Ética em divulgação científica
Tópicos em divulgação científica
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Corpo Docente
Prof. Ms. André Paulo Corrêa de Carvalho
Prof.ª Ms. Andréa Ramirez
Prof. Ms. Anízio Viana da Silva
Prof. Dr. Armando Luis Serra
Prof. Ms. Carlos Aragão
Prof.ª Dr.ª Cilene Victor
Prof.ª Ms. Fernanda Ramirez
Prof. José Alberto Lovetro (cartunista Jal)
Prof. Dr. Jorge. Rodolfo Lima
Prof. Dr. Laércio Elias Pereira
Prof.ª Dr.ª Moema de Rezende Vergara
Prof. Dr. Rodrigo Marchiori Liegel
Prof.ª Ms. Silvia Araújo da Silva Hermida
Prof.ª Esp. Solange Pereira Pinto
Prof. Esp. Thiago Henrique Santos
Prof. Esp. Thomas M. Simons

Entre outros convidados.
Obs.: Os professores são convidados e não têm vínculo com a Instituição, desenvolvendo temas de suas especialidades.

Investimento
Inscrição
Até 20 dias antes do início do curso: R$ 90,00
Até 07 dias antes do início do curso: R$ 120,00
Matrícula: R$ 265,00
Mensalidade: 18x R$ 265,00*

*Pagamento com desconto até um dia antes da data de vencimento, após permanecerá o valor sem desconto: R$ 275,00.

Obs.: O pagamento da matrícula será no 1º dia de aula e a 1º mensalidade, 30 dias após a matrícula.

Locais
SAO PAULO
25/04/2009
Sábado e domingo, das 8 às 18h, uma vez ao mês.

06 fevereiro, 2009

“Como será daqui pra frente?”

Por Elida Kronig

“ Estive vendo as novas regras da ortografia. Na verdade, já tinha esbarrado com elas trilhares de vezes, mas apenas hoje que as danadas receberam uma educada atenção de minha parte.
Devo confessar que não foi uma ação espontânea. Que eu me lembre, desde o ano retrasado que uma amiga me enche o saco para escrever a respeito. O faço com a esperança de que diminua o volume de e-mails e torpedos que ela me envia.

Em suma, que as novas regras ortográficas a mantenham sossegada por um bom tempo.

Cai o trema!

Aliás, não cai... Dá uma tombadinha. Linguiça e pinguim ficam feios sem ele mas quantas pessoas conhecemos que utilizavam o trema a que eles tinham direito?

Essa espécie de "enfeiação" já vinha sendo adotada por 98% da população brasileira. Resumindo, continua tudo como está.

Alfabeto com 26 letras?

O K e o W são moleza para qualquer internauta, que convive diariamente com Kb e Web-qualquercoisa. A terceira nova letra de nosso alfabeto tornou-se comum com os animes japoneses, que tem a maioria de seus personagens e termos começando com y. Esta regra tiramos de letra.

O hífen é outro que tomba mas não cai. Aquele tracinho no meio das vogais, provocando um divórcio entre elas, vai embora. As vogais agora convivem harmoniosamente na mesma palavra.
Auto-escola cansou da briga e passou a ser autoescola, auto-ajuda adotou autoajuda. Agora, pasmem! O que era impossível tornou-se realidade.

Contra-indicação, semi-árido e infra-estrutura viraram amantes, mais inseparáveis que nunca. Só assinam contraindicação, semiárido e infraestrutura. Quem será o estraga-prazer a querer afastá-los?

Epa! E estraga-prazer, como fica?

Deixa eu fazer umas pesquisas básicas pela Internet.

Huuummm... Achei!

Essas duas palavrinhas vivem ocupadíssimas, cada uma com suas próprias obrigações. Explicam que a sociedade entre elas não passa de uma simples parceria. Nem quiseram se prolongar no assunto. Para deixar isso bem claro, vão manter o traço.

Na contra-mão, chega um paraquedista trazendo um paralama, um parachoque e um parabrisa - todos sem tracinho. Joguei tudo no porta-malas pra vender no ferro-velho. O paraquedista com cara de pão de mel ficou nervoso. Só acalmou quando o banhei com água-de-colônia numa banheira de hidromassagem.

Então os nomes compostos não usam mais hífen?

Não é bem assim.

Os passarinhos continuam com seus nomes: bem-te-vi, beija-flor. As flores também permanecem como estão: mal-me-quer. Por se achar a tal, a couve-flor recusou-se a retirar o tracinho e a delicada erva-doce nem está sabendo do que acontece no mundo do idioma português e vai continuar adotando o tracinho.

As cores apelaram com um papo estranho sobre estarem sofrendo discriminações sexuais e conseguiram na justiça, o direito de gozarem com o tracinho. Ficou tudo rosa-choque, vermelho-acobreado, lilás-médio...

As donas de casa quando souberam da vitória da comunidade GLS, criaram redes de novenas funcionando por 24hs, para que a feira não se unisse sem cerimônia aos dias da semana. Foram atendidas pelo próprio arcanjo Gabriel que fez uma aparição numa das reuniões, dando ordens ao estilo Tropa de Elite:

- Deixe o traço!

Deu certo. As irmãs segunda-feira, terça-feira e as demais, mantiveram o hífen.

Os médicos e militares fizeram um lobby, gastaram uma nota preta pra manter o tracinho. Alegaram que sairia mais caro mudar os receituários e refazer as fardas: médico-cirurgião, tenente-coronel, capitão-do-mar.

Uma pequena pausa para a cultura, ocasionada pelo trauma de ler muitas pérolas do Enem e Vestibular. Só por precaução...

Almirante Barroso não tem tracinho. Assim era chamado Francisco Manuel Barroso da Silva. Sim, o cara era militar da Marinha Imperial. Foi ele quem conduziu a Armada Brasileira à vitória na Batalha do Riachuelo, durante a Guerra da Tríplice Aliança.

No centro do Rio de Janeiro há uma avenida com seu nome (Av. Almirante Barroso). Na praia do Flamengo, há um monumento, obra do escultor Correia Lima, em cuja base se encontram os seus restos mortais. Fim da pausa!

Acho que algumas regras pra este tracinho, até que simpático, foram criadas por algum carioca apaixonado. Será que Thiago Velloso e André Delacerda tiveram alguma participaçãonas novas regras?

O R no início das palavras vira RR na boca do carioca. Não pronunciamos R (como em papiro, aresta e arara), pronunciamos RR (como em ferro, arraso e arremate). Falamos rroldana e não roldana, rrodopio e não rodopio, rrebola e não rebola.

Pois bem, numa das tombada do hífen, o R dobra e deixa algumas palavras com jeito carioca de ser: autorretrato, antirreligioso, suprarrenal. Será fácil lembrar desta regra. Se a palavra antes do tracinho (nem vou falar em prefixo) terminar com vogal e a palavra seguinte começar com R é só lembrar dos simpáticos e adoráveis cariocas.

Mais uma coisinha: a regra também vale para o S. Fico até sem graça de comentar isso, pois todos sabemos que o S é um invejoso que gosta de imitar o R em tudo. Ante-sala vira antessala, extra-seco vira extrasseco e por aí vai...

Quem segurou mesmo o hífen, sem deixá-lo cair, foram os sufixos terminados em R, que acompanham outra palavra iniciada com R, como em inter-regional e hiper-realista.

Estes tracinhos continuarão a infernizar os cariocas.

O pré-natal esteve tão feliz, rindo o tempo todo com o pós-parto de uma camela pré-histórica que ninguém teve coragem de tocar no tracinho deles.

Já o pró - um chato por natureza, foi completamente ignorado. Só assim manteve o tracinho: pró-labore, pró-desmatamento.

A vogal e o h não chegaram a nenhum acordo, mesmo com anos de terapia. Permanecem de cara virada um pro outro: anti-higiênico, anti-herói, anti-horário. Estou começando a achar que as vogais são semi-hostis com as consoantes...

O interessante é que as vogais quando estão próximasumas das outras, não tem essa de arquiinimigas. Fizeram lipo juntas e conquistaram uma silhueta antiinflacionária de microorganismo. Sumiram todos os tracinhos, notaram?

Vogal-vogal, com as novas regras ficam magrinhas: microondas, antiibérico, antiinflamatório, extraescolar...

Uma inovação interessante:

- Podem esquecer o mixto , ele foi sumariamente despedido. Puseram o misto no lugar dele.

Fiquei bolada com essa exceção: o prefixo co não usa mais hífen. Seguiu os exemplos de cooperação e coordenado, que sempre estiveram juntas.

Não estou me lembrando no momento, de nenhuma palavra que use co com tracinho.
Será que sempre escrevi errado?

Quem diria que o créu suplantaria a ideia!? Teremos que nos acostumar com as ideias heroicas sem o acento agudo.

Rasparam também o acento da pobre coitada da jiboia. O acento do créu continua porque tem o U logo depois. Pelo menos a assembleia perdeu alguma coisa...

Resta o consolo em saber que continuamos vivendo tendo um belíssimo céu como chapéu.”

02 fevereiro, 2009

Inovação acadêmica

A ficção que vale um doutorado


Prestigiados pelo mercado editorial, romances apresentados como teses em bancas de pós-graduação colocam em debate o gênero tradicional de escrita acadêmica

Edgard Murano



Adriana Lisboa, de Rakushisha: incentivo do orientador para criar romance em vez de tese
A tendência pode até ter antecedentes de luxo, como Friedrich Nietzsche e Roland Barthes, mas foi o mais recente prêmio Jabuti, entregue em setembro, que deu a ela uma visibilidade rara no país. Antes de virarem finalistas nas categorias romance e conto-crônica deste ano, três obras de ficção haviam passado pelo caprichoso ritual das bancas examinadoras, apresentadas que foram como teses de doutorado ou monografias de fim de curso em faculdades.

Os romances Rakushisha (Rocco), de Adriana Lisboa, e A Chave de Casa (Record), de Tatiana Salem Levy, são ficção da gema. Nem por isso deixaram de ser avaliados como ensaios acadêmicos na pós-graduação de conceituadas universidades cariocas, Uerj e PUC-Rio, respectivamente. Já Histórias de Literatura e Cegueira (Record), de Julián Fuks, foi uma distinta monografia de fim de curso em jornalismo, na USP.

Os três livros mostram uma ruptura flagrante de gênero, que está longe de ser desprezível. O modelo tradicional de escrita, produzido em áreas de conhecimento predominantemente acadêmicas, em particular nas chamadas ciências humanas, é de outra estirpe. É marcado pelo estilo ensaístico, tantas vezes formal, com discurso em geral em terceira pessoa, de todo modo fundado no rigor da pesquisa, na busca por evidenciar erudição e invariavelmente com respaldo em citações que, aos olhos de um leitor não-acadêmico, parecem mais interromper o fluxo de leitura do que outra coisa.

Nada disso caracteriza as três peças de ficção que se tornaram finalistas do Jabuti 2008. No entanto, todas foram chanceladas pelo meio acadêmico.

Flexibilidade relativa
É verdade que os casos atuais contam com o precedente ilustre do escritor Esdras do Nascimento, que em 1977 defendeu na UFRJ aquele que é considerado por muitos o primeiro romance-tese brasileiro, Variante Gotemburgo. O exemplo de Esdras, de criar um romance sobre a construção de um romance, orientado na época por Afrânio dos Santos Coutinho, notabilizou-se como um caso pioneiro, até então isolado.

O fenômeno atual, no entanto, pode ser indicador de uma flexibilidade inédita. Ela pode não ser propriamente a tônica majoritária em cursos de Letras ou Comunicação de todo o país. Mas mostra a disposição da Universidade brasileira - parte dela, ao menos - à experimentação que se propõe a retirar algo da poeira previsível que parece contaminar sua linguagem e aumentar o fosso entre público e academia.

Nesse processo, teses vêm adotando cada vez mais estruturas flexíveis e abertas, a ponto de, em alguns casos, flertarem com a classificação de ensaio literário, quando não a de descarada ficção.

- O fato de a academia estar menos sisuda em relação às suas teses é um fenômeno natural. Está havendo uma mudança, uma espontaneidade, que por sua vez está gerando trabalhos mais flexíveis - pondera Márcia Lígia Guidin, integrante da comissão do prêmio Jabuti 2008.
Tatiana Levy, autora de uma das obras finalistas (A Chave de Casa), acredita que a universidade, além de um espaço dedicado à transmissão do saber, também deveria pautar-se por experimentações. Ela conta que já havia completado mais da metade de sua pesquisa de doutorado quando resolveu apresentar um romance como tese.

- Eu fazia uma pesquisa sobre memória e legado, temas presentes no livro. Foi então que Marilia Rothier, minha orientadora, me sugeriu entregar um romance - conta Tatiana, formada em Letras pela UFRJ e que também fez mestrado na PUC-Rio.

Experimentação
Marilia Rothier, professora do Departamento de Letras da PUC-Rio, sugeriu à sua orientanda que em vez de uma análise, "algo que qualquer um faria", ela poderia escrever um romance, o qual foi seguido de um posfácio explicativo.

- Ela já estava propensa a escrever uma ficção, então insisti para que o fizesse - afirma Rothier, que tem percebido um interesse cada vez maior dos alunos por uma linguagem menos formal.

Tatiana Levy recorda que, enquanto concluía seu romance-tese, soube de pelos menos mais três outras teses sendo produzidas em forma de ficção, duas na Uerj e outra na UFRJ, esta orientada pelo crítico Silviano Santiago.

Resistência
Essa flexibilidade, no entanto, está longe de ser hegemônica na vida acadêmica brasileira e iniciativas do gênero ainda sofrem as resistências do meio.

Julián Fuks, outro finalista no Jabuti, era aluno da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA-USP) quando teve o impulso de escrever Histórias de Literatura e Cegueira como trabalho de conclusão de curso de jornalismo, em 2004. Fuks teve dificuldade para encontrar um orientador para o seu trabalho, que contou com liberdades em relação ao modelo tradicional acadêmico: forma narrativa, intertextualidade sem recorrer a citações explícitas e mistura de ficção com dados biográficos.

Embora constassem do projeto original, tais "desvios" em relação à norma acadêmica não tinham, de início, alarmado seu orientador. Até que Fuks lhe entregou a primeira parte do escrito. Diante do caráter experimental e pouco acadêmico do trabalho, o professor o aconselhou a abandonar o que já tinha feito e mudar o discurso. A solução de Fuks foi mudar de orientador.

- Desde o primeiro momento em que foi ganhando consistência em mim a idéia de escrever sobre escritores que ficaram cegos, eu sabia que o tema perderia muito se tivesse de atender aos moldes de um trabalho acadêmico convencional - afirma Fuks.

Incentivo
Para Adriana Lisboa, autora de Rakushisha, o trabalho de pesquisa e redação de sua tese de doutorado não encontrou tantos percalços, como o que Fuks sofreu. Seu orientador chegou até a incentivá-la a escrever um livro de ficção em vez de uma tese teórica clássica. Desde o início, Adriana tinha em mente a publicação do trabalho, pois já contava com uma carreira literária e cinco livros publicados.

- Essa abertura da academia a novos trabalhos é mais do que bem-vinda: é inevitável. Um trabalho de ficção, tradução ou um roteiro de cinema que seja criado com pesquisas na área de literatura se justificam perfeitamente como dissertação de mestrado ou tese de doutorado, sem nenhuma necessidade de prefácios ou posfácios para legitimá-los - defende Adriana.

A escritora-doutora não vê, na diluição das fronteiras entre gêneros, algo bom ou ruim, e sim uma possibilidade a mais aos escritores acadêmicos. Embora não haja um levantamento com estatísticas precisas sobre esse fenômeno, relatos sobre dissertações e teses que abandonaram o formato tradicional já não espantam o mundo acadêmico.

- Esse fluxo agora repentino de teses escritas como romance, refletidas no prêmio Jabuti, é uma expressão minoritária do que está acontecendo, mas nem por isso menos importante, porque de fato são títulos de interesse - afirma Jezio Hernani Bomfim Gutierre, editor-executivo da Fundação Editora da Unesp.

Fantasia
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a busca por novas formas e projetos de cunho pessoal culminou na criação de um grupo de pesquisas chamado DIF - artistagens, fabulações, variações. Junto ao programa de pós-graduação em Educação da UFRGS, seguindo a linha de pesquisa "Filosofia da diferença e educação", o grupo coordenado pela professora Sandra Mara Corazza discute não só o formato de trabalhos acadêmicos como também formas alternativas de expressão.

- Buscamos criar novas sensibilidades e novas maneiras de pensar, pesquisar, ler e escrever os componentes educacionais e seus correlatos. É preciso que o sujeito seja um bom artesão e também um esteta, além de um pesquisador de palavras, frases e imagens - afirma Sandra Corazza.

A professora encontra amparo no crítico e intelectual francês Roland Barthes (1915-1980) ao defender o "querer-escrever" dos acadêmicos, a vontade de personalizar um estilo, testando a fronteira dos gêneros de escrita. Haveria, segundo a concepção de Sandra, "fantasias de escritura" a serem contempladas mesmo por um texto acadêmico.

- Fantasias de escritura: uma força desejante, um eu produzindo um objeto literário, um objeto científico, um objeto curricular, formado ao ser escrito. Segundo uma tipologia grosseira, esse objeto pode ser um poema, um romance, um artigo, uma monografia, uma dissertação, uma tese, um currículo, um texto que diga como se deve educar uma criança, como dar uma aula etc. - afirma a professora.

A "fantasia", diz Sandra, seria como uma energia, um motor que poria em marcha a escritura, qualquer escritura. Advoga-se, com isso, para a árida produção acadêmica, o mesmo impulso de prazer proporcionado pelos textos mais saborosos. É o texto visto como um ato de amor. Amar, escrever, ler e criticar fariam parte do mesmo campo de ação, que significa, para Sandra, fazer justiça a quem estudamos.

Antecedentes
A idéia seria inspirada em Barthes. Considerado um pensador que ajudou a fundamentar as propostas de mudança de linguagem acadêmica, Roland Barthes produziu obras cheias de vigor e criatividade, imprimindo um estilo próprio à exposição de suas teorias. O saber com sabor.

No ensaio "Jovens Investigadores" (Jeunes Chercheurs, 1972), do livro O Rumor da Língua (Edições 70, 1984, tradução de António Gonçalves), Roland Barthes define as agruras dos cientistas iniciantes às voltas com a hierarquização do discurso acadêmico:

"No limiar do seu trabalho, o estudante sofre uma série de divisões", conta Barthes. "Enquanto intelectual, ele é arrastado na hierarquia dos trabalhos", mas, continua o francês, "enquanto investigador, está votado à separação dos discursos: de um lado o discurso da cientificidade (discurso da lei) e, do outro, o discurso do desejo, ou escrita".

O discurso do desejo ou escrita, ao qual se refere Barthes e cuja acepção a professora Sandra Corazza toma emprestado, é o desejo do registro livre, subjetivo, literário. Para os que defendem essa abertura, a questão é: se a tese acadêmica é o ponto alto da reflexão universitária, por que ela deveria seguir um formato fixo, cristalizado, em vez de espelhar uma experiência mais radical do pensamento?

Em contrapartida, a padronização que se deseja transgredir está ligada ao caráter universal do conhecimento, uma das premissas da Universidade, o que gera o receio de que a pesquisa possa se perder nos maneirismos e técnicas da arte.

José Luiz Fiorin, professor de lingüística da USP e colunista da Língua, vê com reservas essa transgressão:

- Está havendo uma mudança nos parâmetros da tese dentro da esfera acadêmica. A concepção científica vigente levava a uma ausência de marcas de subjetividade no texto, como o uso da 1ª pessoa do singular. Hoje, com o questionamento de um dado modelo de ciência, é usual a presença dessas marcas. No entanto, o abandono total do discurso científico traz consigo não uma crítica racional à ciência, mas uma descrença irracional na sua possibilidade. Isso significa a negação da ciência. Além do mais, nunca vi as tentativas de substituir uma tese por um romance, por exemplo, resultarem num bom romance.


Tatiana Levy, de A Chave de casa: universidade como espaço de ousadia

Crise
Casos como os de Nietzsche, por exemplo, podem ser antes exceções históricas que confirmam a regra preconizada por Fiorin. Estaria no filósofo talvez a mais aguda percepção da crise discursiva da linguagem dos pensadores, embora outros filósofos, como os franceses Voltaire e Rousseau, também usassem da forma ficcional para desenvolver raciocínios e defender teses.

Uma nova maneira de sentir, uma nova maneira de pensar, cita Sandra Corazza, repetindo palavras atribuídas a Nietzsche. Assim Falou Zaratustra, escrito em 1884, é ficção filosófica de estirpe, baseada na idéia de que seria impossível denunciar os limites da razão usando para isso uma forma racional, argumentativa. A escolha de linguagem é entre a que imita o solar e perfeito Apolo, que não admite a mancha da vida dentro de si, e a que flerta com o estilo visceral e artístico de Dioniso.

Nietzsche desconfiava que só uma linguagem dionisíaca seria capaz de dar conta da denúncia aos limites da razão apolínea. Para pensar certos temas, seria preciso, antes de tudo, cantar. As teses que namoram a ficção parecem ecoar esse espírito. A constatação de que nem tudo é respondido apenas porque parecemos rigorosos e que, para um mundo de respostas tão incertas, a qualidade da pergunta pode valer tanto quanto a garantia dada por nossa resposta.



O desejo no texto acadêmico
Leia trecho em que o crítico francês Roland Barthes sugere modalidade de escrita mais vigorosa para o ensaio acadêmico

"O trabalho (de investigação) deve ser colhido no desejo. Se esse desenvolvimento se não realiza, o trabalho é moroso, funcional, alienado, movido unicamente pela necessidade de passar um exame, de obter um diploma, de assegurar uma promoção de carreira. Para que o desejo se insinue no meu trabalho, é preciso que esse trabalho me seja pedido, não por uma colectividade que entende certificar-se do meu labor (da minha pena) e contabilizar a rentabilidade das prestações que me consente, mas por uma assembléia viva de leitores na qual se faz ouvir o desejo do Outro (e não o controlo da Lei). Ora na nossa sociedade, nas nossas instituições, o que se pede ao estudante, ao jovem investigador, ao trabalhador intelectual, não é nunca o seu desejo: não lhe é pedido que escreva, é-lhe pedido, ou que fale (ao longo de inúmeras exposições), ou que "relate" (em vista de controlos regulares)."

Extraído de "Jovens Investigadores" (Jeunes Chercheurs, 1972), do livro O Rumor da Língua (Edições 70, 1984, tradução de António Gonçalves)


01 fevereiro, 2009

Para sempre....

A leitura torna o homem completo; a conversação torna-o ágil, e o escrever dá-lhe precisão.

Francis Bacon