24 fevereiro, 2007

Arritmia cardíaca


Enfim, fiz a ablação para "curar" minha arritmia cardíaca. Isso aconteceu, ontem, por volta das 16 horas. Agora estou aqui, no dia seguinte, quase meia-noite, blogando... Pensando na vida, nas dores do viver, nas limitações, nas incompreensões, nas expectativas... juro que estou sem forças! O coração pode estar mais forte (talvez), a anemia pode ter ido embora, mas estou frágil, cansada, até meio "passada", apesar de sóbria. Antes tivesse bebido para encher a cara e ter um minuto de trégua da realidade e acordar ressaqueada, com a sensação de ter tido paz por um ilusório momento. Parece que o coração está curado, mas a vida continua torta. E, a virilha doendo. A perna incomodando. A cabeça girando... Tenho que reaprender a viver! Como diz uma amiga de Salvador: "assim não dá!". E por muitas vezes me pergunto: "cadê eu?!"
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Para saber mais sobre ablação/arritmia cardíaca clique aqui

Reflexão apropriada...

Somos o que pedimos ou o que deixamos de pedir?

por Fabrício Carpinejar

Não tinha coragem em minha infância de pedir o que desejava, eu desejava o que vinha.

Poderia roçar meus olhos nas vitrines das lojas, mas não apontava e dizia:
- Quero agora!

Não me envergonhava dos meus sonhos, justo por isso. Meus sonhos aumentavam os brinquedos que recebia.

Não ganhava mesada, tinha direito a ficar com as moedas quando a mãe trocava de bolsa.

Repartia com os irmãos em chicletes e balas para rodar o vidro do armazém. Meu carrossel era girar o baleiro.

Um pouco de nostalgia não fere a barba. Meu filho completa cinco anos.

Eu perguntei e perguntei o que ele queria. Como de costume, replicou com um abraço nas pernas:
- Qualquer coisa, qualquer coisa tá bom.


Qualquer coisa que eu desse para ele estaria realmente bom. Não estava fingindo com "não precisava". Ou escondendo o que pretendia. Clipes coloridos, uma lupa, um carimbo, e ele se veria espelhado.


Fui com ele olhar uma bicicleta. Já que não consegui ensinar a minha mulher, ensinaria a ele. Revistamos o shopping, até que ele ficou em dúvida entre duas.


O cansaço me agitava:
- Escolhe logo!


Ele me indagou, suave:
- Levo a mais barata.


A noção de que ele deve ajudar a família é maior do que seu desejo de ter tudo em seu quarto.
Outra história, agora com meus sobrinhos. Joãozinho, 4, e Nana, 7, pediram presentes aos seus pais. Nana gritou: Playstation II! Joãozinho, com olhar de bolinha de gude, recitou baixinho para seus pés: - Sementes para plantar arvorezinhas na chácara.


Ofertas cumpridas, até hoje o Playstation está parado no armário e Joãozinho plantou melancia, laranjeira e o diabo de flor durante uma semana, com a alegria escandalosa da bananeira.


Somos o que pedimos ou o que deixamos de pedir?



No amor, a ambição destrói a possibilidade de criar com pouco.

O luxo é uma espécie de esmola. Por mais que se dê, menos se está se oferecendo do corpo. Dar é subtrair a invenção.


A imaginação prefere a modéstia. Amor não é para ocupar o tempo, mas desocupar.

Comprei muitas vezes um pacote faraônico para não precisar brincar e estar junto. Algo para me dispensar de participar, que me isente da proximidade.


A compulsão de surpreender com presentes e jóias esconde uma avareza por dentro. De algum modo, estamos dispensando a comoção acompanhada de uma música ou da própria voz. Estamos nos substituindo.


Um afeto inesperado, uma palavra espichada como colar, uma meninice na hora de acordar correspondem ao apelo. Criar escolhas pode ser mais prazeroso do que escolher.


Penso isso ao encostar na árvore que Joãozinho plantou, com meu filho andando de bicicleta pelas lombas, num entardecer de ferrugem dos morros. De repente, nem vou escrever esse texto.


Encosto nas árvores para meu corpo crescer.

23 fevereiro, 2007

Nietzsche

"Odeio quem me rouba a solidão sem em troca me oferecer verdadeira companhia."
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" Quanto mais me elevo menor apareço aos olhos de quem não sabe voar "
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"Ama-se o desejo e não o desejado."
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"A bem de nós mesmos todos fingimos ser mais ingênuos do que realmente somos.
Deste modo nos livramos do receio de nossos semelhantes."
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22 fevereiro, 2007

MSN na madrugada...

ROGERIO diz:
ah já me encheu o saco
ROGERIO diz:
ser um pedaço de carne e sangue que sonha
ROGERIO diz:
ja me cansei
Lis - Soll diz:
gostei da frase
ROGERIO diz:
quero ser deus tambem

Carnaval

As manchetes dos jornais anunciam as escolas vencedoras do Carnaval e as estatísticas da desordem. Dos acidentes aos assassinatos, passando pelos assaltos e outros tipos de agressões, a folia brasileira dura o ano inteiro. Mas, no carnaval, não sei ao certo, os números engordam. Ou será que não?



Passar os olhos pelos noticiários é engolir miséria. Mortes, catástrofes, fome, corrupção, acidentes naturais, lixo, guerras, e todo tipo de conteúdo produzido pela humanidade em seu mais alto grau de degradação.
No saldo, parece que as equações do carnaval são:
violência = muita gente + bebidas/drogas + bundas de fora.
Ou
violência = bebida/droga + direção + imprudência.
Ou
violência = pobreza + desejo de consumo + oportunidade.
Ou
violência = dane-se + eu-quero-agora.


Isso é lá diversão?

León Ferrari


A civilização ocidental e cristã, 1965. Plástico, óleo e gesso



"A arte não será nem a beleza nem a novidade, a arte será a eficácia e a perturbação. A obra realizada será aquela que, dentro do meio por onde o artista se move, tenha o impacto equivalente a um atentado terrorista", escreveu León Ferrari em 1968 em "A arte dos significados". Esse texto integra o livro "León Ferrari retrospectiva. Obras 1954-2006" (Andrea Giunta - org - Cosac Naify, R$ 120)
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León Ferrari - Nasceu em Buenos Aires em 1920. Vive e trabalha em Buenos Aires, Argentina.Formado em engenharia na Faculdade de Ciências Exatas, Físicas e Naturais da Universidade de Buenos Aires, León Ferrari iniciou sua produção em 1955, com obras em técnicas e suportes, como a colagem, o xerox, a arte postal e os objetos, em materiais como cerâmica, gesso, madeira, cimento e aço inoxidável.
Participou da vanguarda portenha com suas investigações caligráficas e descrição de pinturas e objetos na década de 60.Viveu em São Paulo, como exilado político, de 1976 a 1984. Em 1991 voltou a viver em Buenos Aires.
A polêmica sempre rondou seu trabalho, de conteúdo fortemente político. A exposição "León Ferrari 1954-2004", no Centro Cultural de Recoleta, em Buenos Aires, foi fechada por pressão de uma organização católica que a considerou "blasfema".
O artista, que sempre viu a imagem católica do inferno como uma justificativa da Igreja para matar e torturar gente desde a época das cruzadas até as ditaduras latino-americanas da década de 1960 e 70, expôs a obra "Cristo crucificado en un avión de combate". Nela, a figura do Cristo está presa a um avião de combate norte-americano.
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Mais obras de León Ferrari aqui
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19 fevereiro, 2007

mete a cenoura...


Cenoura a palito
Autora: Solange Pereira Pinto
Ano:fevereiro/2007
Técnica: fotografia


olha povo o melhor tira-gosto da cidade:
cenoura no limão e sal!
para conferir vá ao Marujo, na 105 sul.
Eu recomendo!
inté

Nas vésperas...


Lá estava deitada
tomando soro
feito coca-cola na veia
Lá estava descansando da vida
esperando o dia
Lá estava sorridente
contando os dias felizes
Lá estava cautelosa
sentindo o ritmo do coração
Lá estava temendo
a semana seguinte
Lá estava às vésperas
Dos dias que mais proximamente
antecedem um fato ou acontecimento
Lá estava deitada
tomando ferro na veia
para que o tempo não pare no cansaço
mas para que chegue o dia do futuro
daquele que espero acordar
leve, livre, depois do carnaval,
com a alma curada
se é que isso é possível...

Enquanto Houver Sol


Entardecer no trânsito
Autora: Solange Pereira Pinto
Ano: fevereiro/2007
Técnica: fotografia


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Composição: Sérgio Britto



Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma idéia vale uma vida
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando que se faz o caminho
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver so
lEnquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol

12 fevereiro, 2007

Pedagogia da autonomia - Paulo Freire...

- Não há docência sem discência
- Ensinar exige rigorosidade metódica
- Ensinar exige pesquisa
- Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos
- Ensinar exige criticidade
- Ensinar exige estética e ética
- Ensinar exige a corporeificação das palavras pelo exemplo
- Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação
- Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática
- Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural
- Ensinar não é transferir conhecimento
- Ensinar exige consciência do inacabamanto
- Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado
- Ensinar exige autonomia do ser do educando
- Ensinar exige bom-senso
- Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores
- Ensinar exige apreensão da realidade
- Ensinar exige alegria e esperança
- Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível
- Ensinar exige curiosidade
- Ensinar é uma especificidade humana
- Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade
- Ensinar exige comprometimento
- Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo
- Ensinar exige liberdade e autoridade
- Ensinar exige tomada consciente de decisões
- Ensinar exige saber escutar
- Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica
- Ensinar exige disponibilidade para o diálogo
- Ensinar exige querer bem aos educandos

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Paulo Freire:
“Ao descobrir-me ingênuo, comecei a tornar-me crítico”.
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“Não creio na amorosidade entre mulheres e homens, entre os seres humanos, se não nos tornarmos capazes de amar o mundo”.
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“Quanto mais filhas e filhos se vão tornando ‘seres para si’ tanto mais se vão fazendo capazes de re-inventar seus pais, em lugar de puramente copiá-los ou, às vezes, raivosamente e desdenhosamente nega-los”.
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“o futuro não nos faz. Nós é que nos refazemos na luta para faze-lo”.
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Clique aqui para acessar a biblioteca virtual Paulo Freire

Pedagogia do Oprimido

Pedagogia da Autonomia

Pedagogia da Esperança

Pedagogia da Indignação

Política e educação

Pedagogia da pergunta

Professora sim, tia não

o calibre


De repente sua vida se resume a uma maca.
Não maçã, nem manhã, tampouco manha.
Lá está você dependendo da tecnologia,
da medicina, dos cuidados, do incerto.
Para variar, do imprevisível, tão possível da vida.
Foi assim no dia 28 de dezembro.
Refém estava nas mãos de três cardiologistas.
Refém estava nos olhos da brisa.
Refém estava sem destino no destino.
Refém estava refém da crença que não tenho.
Um mês passado, um caminho futuro.
Duas vias num só coração turbilhonando.
Do sangue confuso, da parada repentina.
O calibre do medo do que lhe aguarda.
Daquilo que lhe água, ou desagua.
Do que lhe afaga ou desaba.
Lá estava eu refém do calibre.
Do tiro.
Do temor.
Da agulha.
Da dor.
Do alívio.
Novamente estarei refém dos calibres.
Como se a vida não passasse de armas a ponto de atirar para qualquer lugar.
Não se sabe quem cairá.
Nem menos quem sobreviverá.
Lá ficarei feito soldado em batalha acreditando que a medalha irá para o meu peito (mas que a guerra irá acabar).
Não por honra, ou vaidade, mas porque viver é uma cachaça que embriaga e não dá para parar.

frase do findi...

"por polidez, perdi minha vida".
Rimbaud

08 fevereiro, 2007

Quem educa quem?


Ana Luppso (5 anos) descobrindo, em casa, os prazeres da pintura

Creio que aprender seja um desafio diário, e que ensinar seja um compromisso humano. Nessa caminhada, a questão que fica para mim é: "quem ensina quem?".

Muitas vezes, responsabilizamos a escola pela "obrigação do educar". Contudo, esse papel se estende (no meu entender) ao governo, órgãos públicos e privados, famílias e todas as instituições que compõem uma socidade.

São as trocas, as interações, as relações que, sem dúvida, promovem crescimento. É o conhecimento acumulado, por séculos, que permite encurtar atalhos para certos temas. "Educar" vai além de ensinar a ler e escrever, fazer contas, ou decorar fórmulas de física e química para o vestibular.
Educar, penso, envolve também ética, valores, cidadania, posturas individuais e coletivas, além da capacidade de lidar com a própria vida em busca dos objetivos pessoais e da tal felicidade.

Na condição de mãe, posso dizer que aprendo diariamente com minha filha, que ainda traz a espontaneidade da liberdade, da inocência, da curiosidade e da coragem. Acredito que, em grande parte das vezes, tenho feito por ela é a tentativa de "enquadrá-la" para uma vida em "sociedade", o que me causa dúvidas, tristeza e a sensação de não permiti-la ser quem poderia ser, mas ser alguém "moldada". Isso é educar?

Claro que também tento respeitar seus limites, será? Sob qual ótica? Daquilo que considero limite? Do limite dela ou do meu? Educar não é simples. Nos esbarramos nas nossas dificuldades, na pressa, na imposição social, no mercado financeiro, nos apelos publicitários de consumo, nas diferenças raciais, ideológicas e religiosas. São muitos os percalços no percurso da educação.

O que tem facilitado um pouco meu papel de mãe é compartilhar experiências com outras mães, pais, avós, tios e uma gama infinita de pessoas que convivem comigo diariamente. Tem sido nessa troca de informações e nas observações atentas do que é "ser criança" que vou mudando meu leme e tentando fazer o barco não naufragar nesse oceano de informações e diferenças.

Talvez, o que mais tenho aprendido é que respeitar as diferenças é o desafio maior; que não projetar em um filho os nossos desejos ou frustrações requer uma atenção diária; que proteger a infância é uma obrigação de nós adultos; que no fim das contas eu mais aprendo do que ensino...

Por isso pergunto: quem ensina quem?

06 fevereiro, 2007

DaHora Oficina de Culinária



Missoshiro de legumes





Macarrão colorido






As oficinas de culinária DaHora ensinam você a combinar ingredientes fresquinhos para montar pratos saborosos e saudáveis. E melhor. Super fáceis de fazer. O tempo de preparo médio de cada receita DaHora é de apenas 30 minutos.

Oficinas de fevereiro nas datas abaixo, das 20h às 22h, na SQS 105 (bloco C).









>Oficina 1 – Terça – 06/02
>- Chop Suey de filé
>- Sopa de milho
>- Doce de banana

>Oficina 2 – Quinta – 08/02
>- Escondidinho de shitake
>- Cuscuz marroquino vegetariano
>- Mousse de limão

>Oficina 3 – Sábado – 10/02
>- Arroz com tomates e azeitonas
>- Missoshiro de legumes
>- Compota de maçã sem açúcar

>Oficina 4 – Terça – 13/02
>- Macarrão colorido
>- Creme de abóbora
>- Mousse de maracujá

>Oficina 5 – Quarta – 14/02
>- Frango picante
>- Salada de cuscuz de trigo
>- Doce de abacaxi

>Oficina 6 – Quinta – 15/02
>- Yakisoba de legumes
>- Caldo verde vegetariano
>- Creme de maça sem açúcar



Investimento: R$ 50,00 (inclui apostila).

Desconto de 20% para quem indicar um amigo.
Para quem se inscrever em mais de uma oficina, a segunda sai a R$ 40 e a terceira a R$ 30.


Inscrições com a Ana Carla (8427 9276) ou com a Maíra (8401 8546) até sexta-feira, 09/02.


Vagas limitadas.