29 janeiro, 2007

Crítica, filosofia, educação e globalização...

"A crítica não é uma busca por definir as estruturas universais de todo conhecimento legítimo e toda possível ação moral, mas ela é uma pesquisa histórica que procura ressaltar, entre as contingências e arbitrariedades que nos fazem ser o que somos, a possibilidade de não sermos mais aquilo que somos..."(Michel Foucault)



"A crítica filosófica não comporta a transmissão de qualquer moral particular mas a abertura do espaço ético à inquietude, a sensibilidade, a atenção. A crítica procura se situar fora das morais afirmativas; ela não questiona uma moral para sua troca por outra; ela não é a denúncia de uma falsa moral e o advenimento da moral verdadeira, o que não significa que renuncie ao campo da ética nem que seja eticamente neutral ou imparcial; pelo contrário, ela procura manter aberta a interrogação pelo valor e sentido do que fazemos e sobre a forma em que nos relacionamos com o que fazemos: é a afirmação do valor da não conformidade, da insatisfação, da abertura"(Jorge Larrosa).


"As resistências são as manhas necessárias à sobrevivência, o fundamento para a rebeldia perante as ofensivas que ameaçam nosso ser (Freire, 1997: 87); elas são, ao mesmo tempo, reafirmação de nossa não completude, do caráter constitutivamente aberto, inacabado, do universo humano. Em verdade, mais do que manha, a resistência é a afirmação do caráter irrenunciável da autonomia, princípio ético-político não negociável do ser humano. O termo `autonomia` denota desde sua origem grega (autós: si mesmo; nómos: costume, norma, lei) uma relação entre a norma, o comum, o compartilhado e o sujeito que a produz. Autônomo é aquele que se dá a si mesmo a norma (em oposição ao autônomo, o heterônomo segue a norma de outro). Resistir é uma forma de afirma a autonomia. Resistimos a unidimensionalidade da globalização, a onipotência do mercado, porque impõe uma lógica que avassala nossa autonomia, porque pretende decidir por nós, sobre nós, para nós. Resistimos essa lógica porque nos torna menos humanos, limita nosso campo de ação e de pensamento, restringe nossa liberdade de pensar e ser aquilo que queremos ser. A uma educação para a resistência se opõe uma educação para a docilidade, para a obediência. Ambas qualidades são pouco interessantes para a prática da filosofia com crianças e professores em, pelo menos, dois sentidos. Por um lado, porque a própria filosofia não poderia crescer se fosse praticada por sujeitos dóceis e obedientes. Por outro lado, porque a docilidade e a obediência obstaculizam o exercício da liberdade na autodeterminação do ser e do fazer do sujeito. Mas estas qualidades são pouco convenientes não só para a filosofia, quanto para as diversas formas de vida, de um modo geral". (Walter Omar Kohan)

27 janeiro, 2007

Educação? como? onde? por que?

Desânimo na sala de aula, editorial da "Folha de SP"

Um sistema que deixa escapar entre os dedos 16% dos alunos mais velhos precisa de reparos urgentes



Eis a íntegra do editorial:

Uma legião de 1,7 milhão de jovens brasileiros entre 15 e 17 anos está fora da escola. Abandonaram as aulas por falta de vontade de estudar.

Análise do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostra que 40% dos jovens fora da escola a deixaram por desinteresse. A busca de emprego vem em segundo lugar (17%).

Por mais que se matizem os dados – não se pode excluir, por exemplo, uma soma de dois ou mais fatores para explicar a evasão –, o diagnóstico de que a escola "é chata" é indisputável.

Despontam aqui duas ordens de problemas.

Há aqueles mais marcadamente acadêmicos, como a repetência e a sensação de não aprender nada "útil", e outros com maior interface social, mas que também resultam em evasão, a exemplo de desemprego na família, gravidez na adolescência.

É preciso atacá-los todos.

Só que mudanças de envergadura exigirão medidas no campo acadêmico, as quais políticos relutam em adotar. Um sistema bem feito de progressão continuada ajudaria a baixar os índices de repetência.

Remunerar de forma diferenciada docentes e diretores cujos alunos se saiam melhor seria uma fonte de estímulo à excelência no sistema.

Também os "curricula" cobram há tempos uma ampla revisão. Tenta-se ensinar coisas demais aos jovens, perde-se o foco, e o resultado é fracasso.

Pelo menos nos anos iniciais, é preciso concentrar-se nas ferramentas básicas – português e matemática –, que mais tarde permitirão ao estudante assenhorear-se das demais ciências.

O fato, incontestável, é que a educação vai mal, e algo precisa ser feito. Um sistema que deixa escapar entre os dedos 16% dos alunos mais velhos precisa de reparos urgentes.

(Folha de SP, 14/1)

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Comentando:

Não me abisma saber que a Educação no Brasil vai de mal a pior.
como diz um velho amigo, professores agora são simples "Commodities" (são produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, que podem ser estocados por certo tempo sem perda sensível de suas qualidade, como suco de laranja congelado, soja, trigo, bauxita, prata ou ouro. Atualmente também são consideradas commodities produtos de uso comum mundial como lotes de camisetas brancas básicas ou lotes de calças jeans).

Tanto faz você ser uma laranja doce ou azeda, desde que dê algum "caldo" está na linha de produção e gerando lucro aos empregadores. Professores, hoje em dia, não precisam de ter uma "qualificação", mas apenas "render" um suco, mesmo que insoso, afinal existe açucar e ninguém será reprovado por tomar algo mais, digamos, "sem graça". Há que ser "básico" como uma camiseta branca, sem grandes dizeres.

Claro que, entre os 15 e 17 anos, queremos muito mais do que "conteúdos" chatos e sem aplicação prática para os nossos dilemas hormonais. A escola é enfadonha, chata. Os professores são sucos, em grande parte, azedos. O sistema tenta preparar o jovem para o vestibular de uma formação posterior, a tal profissão, que jamais tenha que usar certas fórmulas decoradas durante tantos anos de fundamental e médio.

Melhor do que estudar é viver, assim pensam nossos jovens. Estão errados? Lembro-me que o segundo grau (assim chamado na minha época) foi um dos piores momentos escolares que já vivi.

Eram conteúdos, provas, professores, exigências, currículos, pesados, chatos, e sem qualquer ligação com minha vida pessoal. Não havia contexto, havia decoreba. Havia obrigação. Havia teste de cognição e jamais de criatividade.

O jovem é, por natureza, "revolucionário", empreendedor, e colocá-lo sob uma redoma, uma camisa de forças, é mortal, improdutivo, desanimador e sem qualquer desafio.

A evasão escolar não é apenas problema do sistema educacional, mas do contexto cultural de um país. Se temos no Brasil uma inversão de valores, uma cultura que não permite autonomia e responsabilidade pelos próprios atos (vejamos a política), não temos que cobrar de nossos alunos postura diferente daquela que hoje eles demonstram.

Educar é questão nacional, educacional, familiar, institucional e pessoal. É parte de um todo muito mais complexo que o resumo "escola".

Se ninguém está interessado em propagar valores, pesquisa, leitura, senso crítico, quebra de paradigmas, falando de modo geral, por que nossos jovens devem ser responsabilizados pelos abusos e absurdos de um sistema "suco de laranjas"?

Não há, por enquanto, solução possível para esta questão. Embora, tenhamos professores dedicados, diretores comprometidos, coordenações visionárias. Contudo, uma escola é apenas uma ilha perdida num oceano de desmandos, lucro, capitalismo e "salve-se quem puder". Enquanto isso, tentamos lançar bóias àqueles que conseguem agarrá-las. Certamente, muitos morrerão afogados, inclusive, nós, os professores.

Duplamente prisioneiros

Agora, na madrugada, conversava com o Roger. Quase três da manhã veio a filosofia: “o ser humano é a inteligência em um animal”.

Ótima definição e tampouco nova. Falávamos sobre virgindade, monges, mundano, devassidão... O que leva uma pessoa a viver mais plenamente o seu lado animal ou o seu lado racional?

Disse Buda que melhor mesmo é o caminho do meio...

Falava sobre autoconhecimento. E esse, sem dúvida, dói. Descobrir as próprias sombras e o próprio “lixo” é um ato de coragem e muita reflexão. Melhor falar dos vizinhos e ver novela, “pensa” a maioria.

Contudo, lá estão os monges aprisionando seus “animais” na meditação e sublimando o corpo para um paraíso futuro, para a iluminação. Assim como as virgens e beatas.

Por outro lado, vemos pessoas aprisionando a “razão” para viverem como animais plenos em seus instintos e irracionalidade. Muitos são os exemplos.

Viver o aqui-e-agora dos prazeres mundanos e carnais – o “paraíso” da vida – ou escolher viver o amanhã do “paraíso” da morte? Paraísos e infernos (dependendo do ângulo de visão) tão ensinados pelos dogmas religiosos e morais.

Perguntei a ele: “somos animais aprisionados na razão, ou uma razão aprisionada no animal?”

Ele disse: “ambos. Essa é a condição humana”.

Exato. Talvez, a chave de toda a tormenta existencial. Conviver com a dupla prisão, sabendo que a liberdade é utopia. Uma questão de escolha quanto ao predomínio de uma ou outra “redenção”.

Difícil mesmo é caminhar pelo meio que não seja apenas o dentre as pernas ou muito além dos prazeres que só o corpo pode dar...

soll

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Essa pode ser uma "síntese":


Embriagai-vos

É necessário estar sempre bêbado. Tudo se reduz a isso; eis o único problema. Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem tréguas.


Mas – de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor. Contanto que vos embriagueis.

E, se algumas vezes, sobre os degraus de um palácio, sobre a verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder:

- É a hora da embriaguez! Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embragai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, como achardes melhor.


(Charles Baudelaire)

26 janeiro, 2007

o poeta...a poesia... um é o outro...

"Quero ser poeta e trabalho
para tornar-me vidente:
Você não compreenderá nada
e eu quase
que não saberia explicá-lo.
Trata-se de chegar ao desconhecido
através do desregramento de todos os sentidos.
Os sofrimentos são enormes,
mas é preciso ser forte, ter nascido poeta,
e eu me reconheci poeta.
Não é de modo algum culpa minha.
É errado dizer:
Eu penso:
dever-se-ia dizer:
sou pensado.
— Perdão pelo jogo de palavras.
Eu é um outro."


(ARTHUR RIMBAUD)

24 janeiro, 2007

Lá vamos nós vivendo...


"Tudo pode acontecer, inclusive nada".
Richard Fitzgerard

19 janeiro, 2007

oficina literária...

Ligare sine Locale

O bebê não sabe o nome de nada. Sem referências – vê. O
concreto. Percebe o mundo sem perceber o
sentido/percebe o sentido ao enxergar o
mundo. Em sua plasticidade re-significa. Forma novos
caminhos. Silencia. Quebra a língua - aprende a
falar. Junta palavras para construir a
linguagem. Imita. Des-constrói o real para
compreender. Desordena. Joga. Caixas de fósforo que
se juntam em vagões de trem. Brinca. Repete para
entender. Simplifica. Transforma.
O neném é um enigma. Seu choro um
oráculo. No murmúrio está toda a
significação. Onde tudo sabe. Tudo se
diz em um murmrrumrrummsrsrsr. Universal.
Quem lhe cuida
se incumbe no exercício do convívio diário de
interpretá-lo. Busca a metalinguagem. Revestida de
trans-temporal-idade. Processo árduo de percepção. Em
revisão permanente. Amamentação. Dar vida. O bebê não
comunica. Necessita versões. Verões. Para ser.
crescer. É. Factual. Simultaneamente na percepção e na
visão/vislumbra-se o sentido. Des-vela-lhe.
(por Solange Pereira Pinto - exercício em 2 de maio de 2003)

13 janeiro, 2007

Pergunta do dia...

O pai de um grande amigo me perguntou esta semana. "Você tem dois meses para pensar e me responder: qual é a RAZÃO para viver?"

Eta perguntinha difícil, né! E ele ainda completou: "não pense em explicações ou argumentos emocionais, mas sim RACIONAIS".

Fica ainda mais complicado de responder, pois se poderia responder por amor aos filhos (ou outras pessoas etc), para "evoluir" (o quê, não é?), porque se está vivo...

Vou pensar... Afinal, somos seres racionais (Somos? rsss) e temos que encontrar "razões" (será?) Se não fosse assim porque seríamos racionais?

Quem tiver alguma sugestão deixe nos comentários.

Andei pesquisando na net e encontrei coisas do tipo:

"Razão para viver: a morte"

"Não há razão para viver"

"Buscar o prazer"

"Busca da verdade e do sentido das coisas

"Existe razão?"

"A razão de viver é procurar a razão para viver" (euzinha hahahha)



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Procurando o "conceito" de razão apareceu esse abaixo:

Mas o que é "razão"?

Costumamos chamar de razão a capacidade que todo ser humano tem de criar e articular palavras e pensamentos. Por isso, dizemos que o homem é um animal racional, que fala, pensa, tem idéias.

Chamamos também de razão um modelo de pensamento, tipicamente ocidental, que nasceu entre os gregos e se tornou o orientador da conduta humana no mundo.


Razão não quer dizer somente pensar, mas pensar de forma organizada, esclarecida, contida. Sem contradições, nem grandes emoções.


Foi com Sócrates e Platão que este modelo de pensamento nasceu, na Grécia Antiga. Um modelo presente até hoje. A racionalidade é uma exigência da nossa civilização.

“Sem a razão, não seria possível ter feito esse cálculo do edifício, sem a razão era impossível você planejar a obra, sem a razão não é possível que você garanta a eficácia dos trabalhadores, não é possível que você consiga um resultado final de qualidade, com segurança, essa qualidade da edificação”, diz Luís.

Sócrates e Platão acreditavam que o corpo, as sensações, as emoções, são a fonte dos erros, da violência e da desordem. Para eles, o homem precisa se opor à sensibilidade, percepções e apetites do corpo, e buscar a essência das coisas, a verdade que vem dos pensamentos e idéias.


As opiniões e ilusões, as crenças religiosas e, principalmente. as contradições devem ser rejeitadas. Portanto, a razão não é natural nos homens, como se acredita. Ao contrário, foi construída pela cultura e é um produto da nossa civilização.


“Ela era conhecida como a bruxa do lixo”, diz o documentarista Marcos Prado, referindo-se a Dona Estamira. “Ela comandava uma comunidade de velhinhos renegados da sociedade, que dormiam lá, moravam lá”.


A trajetória de Estamira, mostrada no documentário de Marcos Prado, traz questões importantes para a filosofia: será que a razão consegue mesmo guiar o homem?

O que a sociedade fez, ao longo da história, com aqueles que não conseguiam controlar as contradições, os afetos, as paixões?

Para que o pensamento racional pudesse se manter como modelo de discurso, o homem procurou afastar todos que atentassem contra ele - os que deliram, se excedem, se desequilibram.

Quando a razão se tornou o ideal de interpretação do mundo, a ausência de razão, a loucura, passou a ser o que devemos excluir, banir da sociedade.


O Fantástico mostrou, há 26 anos, como era um desses chamados "depósitos de loucos" - a colônia Juliano Moreira, no Rio. Uma cidade de rejeitados.


“Um campo de concentração onde as pessoas entravam para depois não sair nunca mais e morrer lá dentro”, afirma Roberto Aquino, diretor do Museu Bispo do Rosário. A Juliano Moreira chegou a abrigar 5.500 internos, que viviam abandonados, em condições deploráveis.
“Não era um local de tratamento médico, de cuidados da saúde. Era um lugar da morte, da dor e do silêncio”, diz Aquino.

A reportagem do Fantástico sensibilizou a sociedade. O dia em que estas imagens foram exibidas, 18 de maio de 1980, é considerado o Dia Nacional da Luta Anti-Manicomial, porque marcou o início da reforma psiquiátrica no Brasil.

A situação, hoje, é bem diferente. Os doentes mentais não são mais internados em instituições como esta. Mesmo assim, cerca de 600 internos ainda vivem aqui - gente que não tem para onde ir.

Mas, apesar de ser um lugar de tristeza e abandono, foi na Juliano Moreira que surgiu um artista genial: Artur Bispo do Rosário.

Foi numa cela construída para pacientes agitados que Bispo do Rosário foi recolhido. Lá, ele permaneceu por mais ou menos sete anos, em total isolamento. E começou a construir sua obra.
O sergipano Bispo do Rosário, morto em 1989, ficou mais de 50 anos internado na Juliano Moreira. Hoje, é um artista admirado no mundo inteiro. Sua obra foi exposta recentemente em Londres, ao lado de pintores consagrados como Miró.

O que o discurso racionalista quer eliminar não é somente a loucura, mas tudo o que seja estranho, desconhecido, obscuro, diferente, representado na figura do louco.

No entanto, grande parte dos homens que construíram nossa cultura - cientistas, artistas, pensadores - foram considerados loucos.


Será que um certo grau de loucura não é uma condição para criar?

“Uma coisa me ajudou a recorrer a uma coisa que a gente pode chamar de loucura. É que eu sou péssimo compositor, péssimo instrumentista, péssimo cantor. Eu tive que partir para o que não é normal. Quando você parte para o que não é normal, muitas pessoas já chamam isso de loucura. ‘Ah, esse cara é louco’, eu ouvi isso várias vezes”, afirma o compositor Tom Zé.
Tom Zé foi a principal atração do Festival da Loucura, que aconteceu há dois meses, em Barbacena, Minas Gerais.


A idéia do festival era celebrar a loucura como fonte de criação e apagar a triste fama da cidade.
Aqui há um hospício, conhecido em todo o país, que chegou a ter mais de três mil internos.
“As pessoas não têm nem idéia do que é sofrer de um problema mental. Eu mesmo sou beneficiado pela farmacologia”, confessa Tom Zé.


Será que ao excluir a loucura, nossa razão não estaria se tornando também mais fraca? Menos criativa? Mais triste?


“Eu amo é dar às pessoas o prazer de descobrir que eu fiz um pequeno segredinho numa coisa chamada canção, onde na verdade tem só o invólucro de uma coisa que eu chamo ‘rebeldia’. E a rebeldia é uma forma de loucura”, comenta Tom Zé. “E um dia, esse tipo de loucura foi aceito como música”.

Eu sou responsável pelos meus atos? Tenho controle sobre mim mesmo? O que pode a vontade humana contra o desejo?


Fonte: aqui (Viviane Mosé, para o Fantástico)


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outro conceito:


A palavra RAZÃO tem sua origem em duas fontes que têm sentidos equivalentes. Uma é a palavra latina RATIO e a outra fonte é a palavra grega LOGOS. São palavras substantivas derivadas de dois verbos que apresentam sentidos muito parecidos. LOGOS vem do verbo LEGEIN – que quer dizer: contar, reunir, juntar, calcular; o outro verbo é REOR que significa: contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular.

Na origem, RAZÃO, significa capacidade intelectual para pensar e exprimir-se correta e claramente, para pensar e dizer as coisas tais como são.

A RAZÃO é uma maneira de organizar a REALIDADE pela qual esta se torna compreensível. É, também, a confiança de que podemos ordenar e organizar as coisas porque são organizáveis, ordenáveis, compreensíveis nelas mesmas e por elas mesmas, isto é, as próprias coisas são racionais.

Fonte aqui

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Na wikipédia:

"Razão é a faculdade de raciocinar, de apreender, de compreender, de ponderar, de julgar; a inteligência. Os filósofos racionalistas opõem a razão à imaginação. Enquanto empregar a imaginação é representar os objetos segundo as qualidades secundárias, aquelas que são dadas aos sentidos, empregar a razão é representar os objetos segundo as qualidades primárias, aquelas que não são dadas à razão".

12 janeiro, 2007

Para quem vive e saber viver...


"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios...
Por isso, cante, ria, dance, chore
e viva intensamente cada momento da sua vida...
Antes que a cortina se feche
e a peça termine sem aplausos."
(CHARLES CHAPLIN)

10 janeiro, 2007

09 janeiro, 2007

"Pau" na internet... Cicarelli, Tato x Youtube

Este país é realmente atrasado. Terceiro mundinho é pouco. Cheio de cabecinhas da idade média. Haja saco para agüentar tanta hipocrisia e falso moralismo. A justiça manda operadoras bloquearem acesso ao youtube por conta da “trepada” da Cicarelli na praia. (O vídeo está disponível no site Boicote a Cicarelli)

O desembargador Ênio Santarelli Zuliani, do Tribunal de Justiça de São Paulo, em mandado ordena o bloqueio ao site inteiro. O que demonstra o despreparo da justiça e vários de seus integrantes sobre a internet, tecnologias, territorialidade, liberdade de expressão, diferença entre público e privado.

Centenas de sites, blogs, jornais estão comentando o assunto. O vídeo “proibido” está ainda mais divulgado depois dessa censura ao site youtube (que não é brasileiro).

Porém, hoje o desembargador retorna em sua decisão para “explicar” que não foi bem isso que determinou, embora tenha escrito claramente sobre o bloqueio. Ora, não sabe escrever com clareza?

Esse é outro problema da justiça, dos jargões profissionais, da “academia”; escrevem para quem? Sentenças, liminares, despachos, artigos, textos confusos à cara da ignorância brasileira, no entanto os autores se acham os entendidos, “maiorais”.

É pressuposto da Internet a liberdade de opinião, de divulgação, de livre acesso, de informação em rede. É um espaço aberto para empresas, entes públicos, privados e indivíduos. Cada um é responsável pelo que publica, pela autoria, pelos atos e riscos que corre, assim como Tato e Cicarelli correram o risco de serem flagrados transando no mar e filmados. Se não queriam o risco, que fizessem o ato em lugar privado. Praia é lugar público. O youtube também é um site aberto à divulgação pública de vídeos.


Se o casal se arrependeu da própria atitude, que não corra mais riscos de exposição quanto àquilo que não quer que seja falado, mostrado, divulgado. O que não dá é para um site inteiro ser censurado porque um casalzinho de famosos resolve gozar no mar.
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Abaixo alguns resumos e links sobre o caso:

A interdição do acesso à internet coloca o Brasil na companhia de países como China, Cuba e Irã, que não se destacam pelo apreço à democracia e à liberdade de imprensa. A maneira confusa como se formalizou a proibição revela a falta de entendimento da Justiça para atuar em questões que envolvam novidades tecnológicas como a internet.

A situação mostra ainda a inutilidade de se tentar impor medidas unilaterais de controle sobre a internet, que tem como uma de suas características fundamentais a falta de controles. A proibição de acesso ao YouTube, onde por sinal o vídeo já não se acha mais em exibição, não impediu que quem quisesse pudesse ver as cenas picantes de sexo implícito do casal nas centenas de outros sites que replicaram a peça.
[...]
Em um dos muitos comentários postados na internet a respeito do caso envolvendo a modelo e o site de vídeos, um leitor faz a pergunta que parece mais adequada: “quem deve sair do Brasil, a Cicarelli ou o YouTube?”.

Leia mais aqui...

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Ou seja
Desembargador do TJ-SP manda desbloquear YouTube

por Maurício Cardoso
O desembargador Ênio Santarelli Zuliani, do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou nesta terça-feira (9/1) o desbloqueio do site de vídeos YouTube. Ele mandou "restabelecer o sinal do site YouTube, solicitando que as operadoras restabeleçam o acesso e informem ao Tribunal as razões técnicas da suposta impossibilidade de serem bloqueados os endereços eletrônicos".
[...]

7. Fica registrado não estar excluída a imposição, pela Turma Julgadora, de medidas drásticas, como o bloqueio preventivo, por trinta dias ou mais, até que o Yotube providêncie a instalação de software, com poder moderador das imagens cuja divulgação foi proibida. Porém, essa é uma decisão de competência da Turma Julgadora e que poderá ser tomada na próxima sessão de conferência de votos dos Desembargadores. Ademais, a decisão definitiva dependerá das respostas técnicas das operadores que foram notificadas. [...]
Leia mais aqui...



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[...] O diretor teatral Gerald Thomas, que vive em Nova York, adotou recentemente o site de compartilhamento de vídeos YouTube para mostrar aos amigos no Brasil trechos de suas peças. Nesta segunda (08/01), quem acessou seu blog não conseguiu ver as cenas do novo espetáculo "Earth in Trance". "Não dá mais para ver o vídeo", dizia um visitante.

"Voltamos à era da censura?", questionou Thomas, irritado. "O passo seguinte é banir a Internet inteira, porque vídeos circulam pela rede mesmo antes do YouTube existir: tem que banir a imprensa também e qualquer fotografia." [...]

Leia mais aqui...

08 janeiro, 2007

Cena I

Mormaço. Tarde nublada. Conversas difíceis. Resolve duas pendências importantes. Chega em casa. Segunda-feira. 18h. Casa vazia. Ninguém. Exatamente isso. Ninguém. Liga o som. Música preferida. Tira a roupa. Toma um banho demorado. Continua sem roupa. Pega uma coca-cola bem gelada. Acende um cigarro. Segue a fumaça. Olha para o teto. Perde-se no tempo. Anda nua pela casa. Pega um livro. Lê um capítulo. O mundo pára. De repente a vida pára e continua em outra dimensão...

06 janeiro, 2007

o que são férias?

O que são férias? Momento para descansar?
De repente estamos "em férias". De quê? Do trabalho... Mas, o que significa trabalhar? Apenas receber recompensa financeira pelo exercício de uma atividade? Vejo o quanto não tenho tempo ocioso. Quantas tarefas temos que cumprir quando estamos de "folga"? Organizar a casa, as pendências, dar uma geral em coisas que ficaram pra trás por causa da pressa diária... Isso é "folga"? Outro dia li sobre "lazer" x "ócio", sobre ter a oportunidade de realmente não fazer "nada"! Ah... que vontade de fazer nada! Ficar de pernas para o ar. Deixar o tempo correr pelo corpo, pelo relógio, pelas tardes e noites sem pensar nas obrigações, nas contas a pagar (elas não nos dão férias!), lavar louça, fazer comida... Deixar o tempo invadir os pulmões da existência e deixar o sussuro de liberdade ecoar pela atmosfera. Atingir o nirvana do ócio! Fazer nada é fazer nada! Não é ler, não malhar, não é ir ao cinema, não é ir ao teatro, ou a qualquer outro lugar. Fazer nada é fazer nada! É se entregar ao prazer da tal "preguiça". É permitir descansar mente e ossos. Deixar o pensamento voar para aonde quiser. Deixar o corpo entregue às sensações do inérte. Cadê minhas férias? Nas férias nem se deve blogar... Deveria colocar entre os dedos, não mais teclados e letras, mas pedaços de ar e carregá-los até as nuvens, em seguida deitar sob elas para tomar as gotas dos fenômenos naturais, sem vida urbana, sem urgências, sem emergências, sem pendências que parecem nunca se esgotar... Quero férias...

05 janeiro, 2007

música do dia - Seu nome


Seu Nome

Luiza Possi
Composição: Vander Lee

Quando essa boca disser o seu nome, venha voando
Mesmo que a boca só diga seu nome de vez em quando
(repete)

Posso enxergar no seu rosto um dia tão claro e luminoso
Quero provar desse gosto ainda tão raro e misterioso do amor...


Refrão:
Quero o que você me dê o que tiver de bom pra dar
Ficar junto de você é como ouvir o som do mar
Se você não vem me amar é maré cheia, amor
Ter você é ver o sol deitado na areia
(repete)


Quando quiser entrar e encontrar o trinco trancado
Saiba que meu coração é um barraco de zinco todo cuidado
(repete)


Não traga a tempestade depois que o sol se pôr
Nem venha com piedade porque piedade não é amor
(repete)

03 janeiro, 2007

Uma letra (03.01.2007)

Sem título
Autora: Solange Pereira Pinto
Ano: 2006
Técnica: Recorte, impressão e lápis de cor


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1. F

02 janeiro, 2007

Retrospectiva 2006

O ano que passou foi marcado de vários momentos, óbvio!
Selecionei alguns importantes, embora tenha havido tantos outros, agradáveis ou não...
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(não consegui postar a foto rsss)

Amigos virtuais...



Amigos do peito

Amigas, risadas, literatura e noitadas


Encontro, paixão, amor, tesão, admiração...


Criatividade, arte, exposições, performances...


Amor, orgulho, cuidado, carinho, aprendizagens, beleza, descobertas...


Estresse, mudanças, chateações, saúde abalada, sustos, cuidados...


Reconhecimento, carinho, dedicação, prazer profissional


Parte dos alunos no meu aniversário! Obrigada! Feliz 2007!

Duas datas (02.01.2007)


1. 07.12.2006
2. 03.01.2007

01 janeiro, 2007

Três pronomes (01.01.2007)


1. Eu
2. Ele
3. Nós