30 setembro, 2006

Debate do filme Crash no limite

Eleições 2006 - chegou a hora de votar ou vomitar?


1) Eu sei porque o Lula não foi ao debate: por uma questão de coerência. Se ele não vê nada, não sabe de nada, não escuta nada, por que iria a um debate? Afinal, ele não mete as mãos em qualquer lugar. Para decepar, só dedinho. Tem que lucrar!
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2) Ontem a Rede Globo mostrou o que é democracia e como se exerce a liberdade de expressão no Brasil-merrecolândia. Não convidou todos os candidatos à presidência da República. Ou são apenas quatro concorrentes? O povo tem a Globo que merece!
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3) O "debate" na Rede Bobo entre Cristovam, Alckmin, Heloísa Helena e a cadeira do Lula foi soberano. Mostrou o quanto somos palhaços. Os três candidatos presentes fizeram questão de dirigir pergunta ao Lula-ausente! Eu não vi debate. Você viu? Um perguntava se o dia está claro o outro respondia que a laranja está azeda e todos concordavam que leite com café é bom.
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4) O estudante de direito Adriano Saddi Lima Oliveira, 23, que confessou ter pago R$ 40 mil a dois homens para matarem sua mãe, foi detido na quinta-feira. A polícia, porém, não pode prendê-lo devido à legislação eleitoral – que determina que nenhum eleitor pode ser preso na semana das eleições, a não ser no caso de prisões em flagrante ou cumprimento de sentença condenatória por crime inafiançável. Dessa eu não sabia!
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5) Mais uma vez somos tratados como palhaços. Celulares e qualquer aparelho de radiocomunicação são proibidos nas seções eleitorais. Apenas as cadeias "permitem" seu uso! Cidadão livre é revistado, achincalhado, apatetado. Afff.
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6) O eleitor deve seguir o bom senso e evitar usar trajes que possam ser considerados ofensivos ao pudor e aos costumes na hora de votar. "Segura o Tchan. Tô ficando atoladinha. Vai saradão, vai saradão". kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Sunga nem pensar. O homem beringela não poderá votar. hahahahahha. Alguém pode me dizer o que é pudor e costume neste país?
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7) Mais regras do TSE. O eleitor pode usar camisetas, bonés, broches ou dísticos, bem como adesivos em veículos, com menção a candidatos no dia da votação. Mas a manifestação deverá ser individual e silenciosa. Entendeu? Afinal, estamos indo ao velório do Brasil, nada mais justo que seja em silêncio e respeito aos mortos.
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8) Nossa demorei tanto para achar na net os nomes e números dos candidatos à presidência 2006 que faço questão de compartilhar com vocês nobres eleitores:
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9) Acho que a Lolô é uma boa pedida, quase uma boa idéia (51) para esse primeiro turno. Ontem, nas considerações finais, ela chorou. Defendeu com assertividade "suas" idéias. Prometeu o "imprometível". Parece um tanto "emocional-impulsiva" (alguns terapeutas diriam "desequilibrada", os mais ortodoxos chamariam de "louca"). Como o Raul Seixas já disse que "de perto ninguém é normal", só falta na cadeira do rei uma mulher com TPM. Acho que votarei nela em solidariedade! Afinal, somos parecidas. hahahaha.
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10) Algumas coisas não precisam ser ditas.
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11) Por que ninguém explica direito qual é a função do voto nulo? Se ele não tem função por que existe?
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12) Paradoxo: Os analfabetos podem ser eleitores, mas, tal como os inalistáveis, são absolutamente inelegíveis (CF, art. 14, § 4º). Como assim? Eta Brasil! Será por isso a campanha do voto consciente? Esqueceram de incluir os candidatos analfabetos funcionais? Acho que não, sobrariam vagas.
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13) Por hoje é só pessoal! Lembrando: a lei é seca. Porre só em casa e na TV. Votar bêbado nem pensar. Votar em bêbado também não, certo?
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14) Beijundas!

29 setembro, 2006

Frases da noite e do dia... Bobbio...


Título - Por dentro e por fora: na bolha
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Fotografia
Data: setembro/2006
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Pensando bem...


"Se o mundo do futuro se abre para a imaginação, o mundo do passado é aquele no qual, recorrendo às nossas lembranças, podemos buscar refúgio dentro de nós mesmos, debruçar-nos sobre nós mesmos, e nele reconstruir nossa identidade".
"Cultura é equilíbrio intelectual, reflexão crítica, senso de discernimento, aborrecimento frente a qualquer simplificação, a qualquer maniqueísmo, a qualquer parcialidade". (1968)



Frases de Norberto Bobbio

28 setembro, 2006

O AI-5 e seus efeitos culturais

Quem engole o quê?

O dia começa. A grana some. O trabalho aperta. O homem agarra. A mulher chora. A criança corre. O velho cai. A comida acaba. A passeata começa. O grito alastra. O povo sente. A morte chega. A gente pensa.

Somos blocos de areia. Esculpidos pelo tempo. Dores sulcando. Alegrias alisando. Desespero aguando. O horizonte se corta. A maré derruba. A mão ergue.

Somos grãos de areia. Esvoejando ao momento. Sonhos iludindo. Mentiras acordando. Olhares se trombando.

Famintos. Caramujos rastreando tocas. Para engolir. Grades. Comida. Gente.



Soll

Somos devoradores?




Título: Quem engole o quê?
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Fotomontagem
Data: setembro/2006
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Gente, eu tinha feito um texto ótimo para estas fotos. Mas, um "pau" no computador me fez perder tudo. Então, ficam aqui as imagens falando por si mesmas. Ah, era um poema. Perdeu-se no mar virtual do meu PC surtado. Que pena! Palavras que voam não voltam mais...

27 setembro, 2006

URGENTE: surge um novo mal em Brasília...

Olá leitores queridos,

Canetas, papéis e idéias. Ou idéias, papéis e canetas? Não. Papéis, canetas, idéias… Hum… Melhor dizer: loucura, compulsão, obsessão. É. Aqui estamos. Um grupo de escritores. Do Mal e do Bem. Do escritor à escritura. Contando. Rindo. Proseando. Chorando. Profetizando. Gargalhando. Poetizando. Sim. Juntando nossas almas em fragmentos de histórias. Finalmente (para nós!), um encontro de escritores apaixonados por literatura. E, mais. Pela escritura. Afinal, viver é juntar palavras. Ou não? Bem-vindos montanas e montanos!


Nosso blog acaba de nascer.


O mal por categorias
Aqui o mal geral
Contos
Debatendo
Entrevistas
Mal do dia
Montanas
Montano por um dia
Outros Escritos
Poesias
Resenhas
Sobre Títulos…

Opine. Participe! Repasse! Divulgue!


Blog: http://maldemontano.wordpress.com/

E-mail: maldemontano@gmail.com


Beijos montanosos para todos!

Fernanda Benevides Carvalho
Selena Carvalho
Solange Pereira Pinto
Valesca Monte

24 setembro, 2006

Frase do dia...

"Não se suporta testemunhas de nossa precariedade. Tem gente que não casa para não ser descoberta. Tem gente que não se separa para não ser desmascarada. Tem gente com pavor de intimidade, a que existiu ou a que existirá com a limpeza. No fim do dia, após a faxina, entende-se que a falta de amor denuncia mais do que o amor".

Fabrício Carpinejar
Trecho do texto "Faxina". Leia na íntegra...

Arte em família - Gustave Canelli


A arte que trago hoje é mais que é especial. É do meu primo Gustavo (Gustave Canelli), que mora em Campos/RJ. É um artista muito bom. Bom é pouco, ele é excelente! Confiram abaixo algumas de suas obras.

Para mais informações, ele tem uma comunidade no orkut.

Criatividade e competência: "mal" de família (hahahahah!)

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Imagens autorizadas pelo artista Gustave Canelli
Lágrimas.
Desenho feito em papel colorido. Grafite, lápis carvão e pastel




Desenho em grafite e lápis pastel


Vô Amaro. Oléo sobre tela.

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É o não é magnífico?

bjcos!

Indiana Roger, o caçador de orgasmos perdidos

Onde está Wally? Pelo MSN, juro que nesta madrugada me diverti muuuuuiito. Conversava com um amigo de Santa Catarina sobre o episódio "Cicarelli" tão comentado na semana. Depois de muito trololó, ele me disse: "temos que achar esse vídeo". Procuramos no youtube, no google, no rapidshare. Achamos o Jacaré Banguela (que prometia baixar o vídeo). Caímos em pegadinhas. Vi o homem beringela. Assistimos um monte de trash. Chegamos tarde para uns (os vídeos já estavam fora do ar) e rimos um bocado. Eis que de repente, ele acha um vídeo chamado "Amarante e Cicarelli" no youtube e depois outro na íntegra num blog. E ele diz: "vai lá. Corre lá. Antes que tirem". Eu pensei: "tirem o quê"(risos). Foi hilário. Lá estava no meio da música, encaixado, e com o final "pois é". Indiana Roger completou, "esse foi o orgasmo mais difícil que tive que buscar". É. Pelo jeito, não só o mais difícil, mas o mais procurado na última semana. Ele foi dormir. Eu ri. Essa foi a caçada de Indiana Roger, com o vento frio batendo na janela... É. Né. hahahahaha.

Outros mares...

Enquanto o namoro aquático da Danielle Cicarelli esquenta a net, outros mares esquentarão o "Sempre um papo" na próxima terça-feira (26/9), 19h30, no Teatro da CAixa Cultural (Setor Bancário Sul). Entrada franca.
Heloísa Shürmann lança o livro "Em busca do Sonho"(Ed. Record), no qual relata 20 anos de viagens. Foram 118 mil milhas náuticas navegadas, 54 países visitados e muita aventura. Na primeira delas, iniciada em 1984, os Schürmann passaram dez anos no mar. Enquanto navegavam, os filhos cresciam a bordo.

Se você não conseguiu assistir à aventura de Cicarelli no mar da Espanha, confira o relato da família Schürmann no Sempre um Papo. Pelo jeito se aventurar por oceanos dá prazer...

23 setembro, 2006

O mar quando quebra na praia é bonito...



Cicarelli, orgasmos e hipocrisias

por Solange Pereira Pinto



Será que cada um sabe mesmo de si? Parece que não. Procuram saber mais a respeito dos outros. Quantos estão realmente preocupados em ter prazer, ser feliz, gozar a partir da própria vida? O que é agressivo? Fazer amor no mar? Ser assaltado por um arrastão? Se banaliza a violência para se cultuar escondido o amor? Não entendo!

Lendo os comentários, das inúmeras matérias sobre o vídeo do casal na praia espanhola, vejo que sempre a vida estará dividida em times. O mundo parece feito de torcidas. De rivalidades. Cada torcida, óbvio, defende ardorosamente seu time. Ultrapassando o futebol, passando pelo sexo, dinheiro e poder. Ampliando tabus. Eta vaidadezinha humana! Inveja é uma merda publicam os pára-choques de caminhões.

Puritanos, cínicos, calhordas, beatas, reprimidos – todos com telhados de vidro – levantando bandeirinhas de “bons-costumes”, do “atentado ao pudor”, do “pecado”, da “família cristã”, dos “execráveis pagãos”. Para quê? Racionalidade? Afinal, quem prova que somos assim tão “civilizados”? “Vá cuidar da sua vida/ Diz o dito popular/ Quem cuida da vida alheia/ Da sua não pode cuidar”, canta Itamar Assunçao.

Essa coisa de separar o mundo em bem e mal é uma coisa cansativa. Produzir julgamento parece o passatempo mais praticado dos seres humanos. Enforca? Mata? Esfola? Lincha? Marginaliza? As classes dos que são bons e dos que são maus. As divisões, os separatismos, dos “donos da verdade”. Em tela critérios pessoais somados ao senso comum caminhando pela falta do que fazer ou dizer de produtivo. Mediocridade mesmo! Mesquinharia!

Além de se esgotar na net atrás do vídeo “Cicarelli transa no mar”, alguém tem lido algo produtivo? Misturando tudo, quem sabe tentar entender “Memórias de minhas putas tristes” (Gabriel García Márquez), ou se bastar com o “Veneno do Escorpião” (Bruna Surfistinha), ou o agora recém-lançado “Depois do escorpião” (Samantha Moraes)? Melhor ler “Quem”... Ai , ai, ai...

Bem que a discussão poderia se elevar. Mas não. É preciso dizer se Cicarelli é menina de bons princípios ou vagabunda. É preciso dizer que mulher que goza e tem tesão não é lá essas coisas. É preciso dizer se a celebridade pisa na bola ou se bate um bolão. É preciso olhar para o outro e apontar o dedo, para esconder as próprias mazelas. É preciso se investir diariamente de juiz para rotular, botar no banco informal dos réus, sacanear o outro e elevar a própria e falida moral.

Toscos. É o que somos. Urubus de vilezas. Açougueiros de plantão. Dublês de matadores de aluguel. Piratas da felicidade alheia. As músicas, os livros, os semanários, as novelas, os noticiários, os fotógrafos, os vídeos-amadores estão aí para mostrar quem realmente somos nós.

Afinal, todo mundo quer saber com quem você se deita, nada pode mesmo prosperar. A música de Caetano “Luz de Tieta” é perfeita para o caso Cicarelli. Mas, o povo quer mesmo é ver o naufrágio do Titanic para contabilizar mortos, lamber as carniças e chupar os ossos, acreditando-se deuses, para além do bem e mal, imortais. Eu, particularmente, ainda prefiro um orgasmo com quem se queira nas ondas do mar, para que a vida não fique tão estreita.

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Luz de Tieta
Caetano Veloso


TODO DIA É O MESMO DIA,
A VIDA É TÃO TACANHA
NADA NOVO SOB O SOL
TEM QUE SE ESCONDER NO ESCURO
QUEM NA LUZ SE BANHA
POR DEBAIXO DO LENÇOL
NESSA TERRA A DOR É GRANDE
E A AMBIÇÃO PEQUENA
CARNAVAL E FUTEBOL
QUEM NÃO FINGE,
QUEM NÃO MENTE,
QUEM MAIS GOZA E PENA
É QUE SERVE DE FAROL
EXISTE ALGUÉM EM NÓS
EM MUITOS DENTRE NÓS
ESSE ALGUÉM
QUE BRILHA MAIS DO QUE
MILHÕES DE SÓIS
E QUE A ESCURIDÃO
CONHECE TAMBÉM
EXISTE ALGUÉM AQUI
FUNDO NO FUNDO DE VOCÊ,
DE MIM
QUE GRITA PARA QUEM QUISER OUVIR
QUANDO CANTA ASSIM:
ETA,
ETA, ETA, ETA,
É A LUA, É O SOL É A LUZ DE TIETA,
ETA, ETA!
TODA NOITE É A MESMA NOITE,
A VIDA É TÃO ESTREITA
NADA DE NOVO AO LUAR
TODO MUNDO QUER SABER
COM QUEM VOCÊ SE DEITA
NADA PODE PROSPERAR
É DOMINGO, É FEVEREIRO,
É SETE DE SETEMBRO,
FUTEBOL E CARNAVAL
NADA MUDA, É TUDO ESCURO
ATÉ ONDE EU ME LEMBRO
UMA DOR QUE É SEMPRE IGUAL.


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21 setembro, 2006

Curiosidades... o bocejo...

Li uma matéria interessante. Os enigmas do Bocejo. (por Robert Provine)

Primal, irreprimível e contagiante. Diz que o gesto revela a base evolutiva e neural da empatia e do comportamento inconsciente. Aliás, tente ler sem bocejar, convida a matéria.

Enquanto isso, eu não paro de bocejar aqui. hahahaha. Vamos aos trechos:

"[...] Imagine um bocejo. Você alonga os maxilares, abrindo os lábios escancaradamente, toma fôlego profundo seguido por uma expiração mais curta e termina fechando a boca: ahhh... Você acaba de se juntar aos vertebrados do mundo inteiro num dos rituais mais antigos do reino animal.

Os mamíferos e a maioria dos outros vertebrados bocejam: peixes, tartarugas, crocodilos e pássaros. As pessoas começam a bocejar bem cedo - uma evidência de antigas origens. Também chamado de oscitação ou boquejo, o bocejo aparece no fim do primeiro trimestre do desenvolvimento humano pré-natal e é evidente em recém-nascidos.

Trata-se de tema de grande riqueza para interessados nos mecanismos neurais do comportamento, já que sua natureza simples e sem variação permite uma descrição rigorosa, primeiro passo para a investigação de mecanismos neurais. Essa aplicação do enfoque de "sistemas simples" diz respeito aos seres humanos que se ocupam de suas atividades normais; não há necessidade de usar bactérias, moscas-das-frutas ou nematóides nas pesquisas. Pode-se aprender muito experimentando em si mesmo e observando o colega Homo sapiens. [...]
[...] Existem três variantes de bocejo usadas para testar hipóteses sobre forma e função. Se estiver bocejando agora, observe em você mesmo e tire suas próprias conclusões sobre o mecanismo de base. Nem todo mundo, porém, tem o mesmo entusiasmo por tal auto-experimentação. Mesmo os entusiastas julgam conveniente realizar esses experimentos sozinhos.

Bocejo de nariz fechado: ao perceber o início do bocejo, aperte o nariz para fechá-lo. A maioria das pessoas diz que consegue executar bocejos de nariz fechado perfeitamente normais. Isso indica que a inspiração no início de um bocejo e a expiração no término dispensam as narinas - a boca oferece passagem de ar suficiente. Testemos agora algumas proposições sobre o papel da boca e da mandíbula.

Bocejo de dentes cerrados: ao perceber o início do bocejo, cerre os dentes, mas inspire normalmente pelos lábios abertos e dentes apertados. Essa variante dá a sensação de ficar preso no meio do bocejo. Mostra que a abertura da boca é um componente essencial do complexo programa motor do bocejo; a menos que seja realizada, o programa não continuará até o fim. Além disso, revela que o boquejo é mais que respiração profunda porque, ao contrário da respiração normal, a inspiração e a expiração não podem ser tão bem realizadas através dos dentes cerrados quanto pelo nariz.

Bocejo nasal: essa variante testa a adequação da vias aéreas nasais para sustentar o bocejo. Ao contrário da respiração normal, que é igualmente bem realizada pela boca ou pelo nariz, o bocejo é impossível através apenas da inspiração nasal. Assim como o de dentes cerrados, o nasal fornece a sensação insatisfatória de ficar em meio ao bocejo. Inspiração pela boca é um componente essencial do padrão motor do bocejo. Já a expiração pode ser feita igualmente bem pelo nariz ou pela boca. [...]
Para ler Bocejos na íntegra clique aqui.... hahaha você não vai parar de bocejar!
No final fala sobre as crenças populares. Será que só o entediado e o sonolento bocejam?

Desconfigurando geral!


Título: Face de gelo e limão
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Fotografia digital
Data: 2006
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Um copo. Água com gás. Gelo. Limão. Máquina fotográfica. Eis que surge a face...

19 setembro, 2006

Desenhando com hashis

Fotos, desenhos e texto por Solange Pereira Pinto


Eu "ajeitando" as linhas para formar o desenho IV...



Desenho III


Desenho II


Desenho I

Domingo confuso. Sono após uma festa. Trabalho pendente. Várias fomes e muitos enjôos (literais e figurados). E, é claro a cabeça orbitando (sempre! Oh, coisa!). Para afastar os fantasmas, acendo uma vela. Para afastar a intriga, um incenso. Para a afastar a minha piração, uma volta sem rumo. Chave na ignição, lá vou eu...
Depois, sentar num Café. Pedir uma água com gás ou uma cerveja (quem sabe um chocolate quando o tempo está frio demais) ou vinho. Não importa. Pedir algo para beber e degustar pensamentos. Um passatempo que curto. Sentar acompanhada de cadernos, livros e canetas. Acender as idéias, soprar linhas.
Estava euzinha incomodada sobre os limites humanos. O que é loucura? O que é sanidade? O que é normal? Essa droga de racionalidade nos coloca em questões, né? E, pior sempre sem repostas.
Depois da água com gás. Enquanto as bolinhas subiam (ou desciam?) as perguntas aumentavam e respostas afundavam. Parei para não pirar! (Adoro clichê de mesa de bar. Eita, mais um. rsss). Mudei o assunto. Fiquei a pensar sobre os "limites" da arte.
Antes de abraçar Morfeu fui jantar. Um novo restaurante Japonês (Sumô na 204 sul). Entre papos e sushis peguei os hashis e fui desenhar. Material: prato ovalado branco, fios (muito finos) de cenoura, nabo e pepino, molho shoyo, agridoce, mão esquerda, idéias desordenadas, inquietude, um par de hashis.
O processo criativo pode ser algo interessante. Já vi arte feita de gelo, de chocolate, de areia e de outros ingredientes. Resolvi arriscar. O que seria possível fazer com fios de legumes decorativos dos pratos de sashimis? Era uma conversa "difícil". Um pouco "tensa", talvez. Molha daqui, escorrega dali, embebe uma dúvida acolá, uma resposta atravessada...
Olha no rosto. Olha o garçom. Olha nos olhos. Dá uma gargalhada. Olha para as outras mesas. Abaixa os olhos. Levanta o sorriso. Esconde a raiva. Abafa da tristeza. Engole um sushi. Toma um saquê. Fecha os olhos. Pisca. Fala. Escuta. Atropela. Chora. Evita. Envolve. Olha novamente, agora, o prato e vamos lá. Criar! Vamos criando os discursos e "ilustrando" as conversas (hahahha).
Durante as criações (acima) passei por momentos completamente diferentes. Acredito que James Joyce diria que meus "desenhos" - quase narrativas pictóricas -, conduzidos pelos hashis, fossem fluxos de consciência e Freud talvez dissesse associação livre . Essa observações pouco importam (apenas me lembrei de Joyce e Freud agora). Na verdade o que eu queria era experimentar essa arte, desse jeito, nessa hora, com hashis, molhos e fios, durante um papo escaldadiço.
O fato é que realmente fluiram no prato (o mesmo usado para todos os desenhos) idéias, pensamentos, emoções. Sem esboço. Sem plano. Sem tempo. Durante as falas (pensadas?) de um lado, surgiam as imagens (impensadas?) de outro, mexendo daqui e dali. Loucura?
Para os três desenhos eu dei um "título provisório". Em outra oportunidade posso dizer. Mas, por enquanto, gostaria da sua opinião. O que revelam? Que emoções passam? O que representam? Quem quiser colaborar é só postar aqui nos comentários... I, II, III e IV... Vamos arriscar?

16 setembro, 2006

O hibisco

Imagem e texto por Solange Pereira Pinto
O hibisco
Nesta semana ganhei uma flor. Simples. Do gramado. Da redondeza.
Nesta semana ganhei um hibisco. Caído do galho. Da imensidão.
Nesta semana ganhei a flor-vermelha que estava entre o parque e o lar.
Chegou e me disse:
-- Olha, mamãe, o que eu trouxe para você! Beijou tímida minha face.
Olhos doces. Os dela. Entre minhas pilhas de papéis. Minhas urgências azedas.
Todos os dias uma pedrinha, um galho, um pirulito, um sorriso, uma flor.
Um jeito para chamar minha atenção. Arrancar-me da cadeira. Espantar minha loucura.
Lá vinha, eu, carregada diariamente no pensamento e no coração da minha filhinha.
Nesta semana ganhei a mim mesma, que ando tão distante do presente. Da lucidez.
Voltei a mim em forma de flor. De hibisco. Por que a criança me encontrou. Lá jogada na rua.

14 setembro, 2006

Amor... Frase regada a vinho

Capa do meu diário de 1993 (hehehe)

Panfletos e roteiros de viagens (Foto: Solange Pinto)

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"Não sofremos exatamente por 'perder' um amor,
mas porque 'perdermos' os nossos planos ".

Ramon Targino
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Ouvi essa frase ao som de Elis e ao sabor de tinto. Pensando bem. Amores vêm. Amores vão. O amor é um só. Aquele que a gente sente e vai ofertando ora para um, ora para outro. O ser amado muda, não o amor. Mas, os planos nem sempre são nossos somente. Muitas vezes nascem do encontro com a pessoa X. Às vezes são como filhos concebidos a dois. Por exemplo, montar um restaurante à beira-mar com aquele namorado tão aventureiro e expert na cozinha... ele se vai... se vai o sonho... se vai o plano de vida litoral... E, quando era você quem vivia o sonho dela, o plano dela, e foi embora podendo construir seu próprio desejo?
Pense bem. Quantos planos se foram com seus amores? Quantos planos paridos juntos? Quantos planos abortados? Quantos amores se foram? Pergunto-me mais: quantos amores virão para compartilhar planos que hoje são simplesmente meus? Esse talvez seja o amor mais difícil. O que chega e encontra tudo quase mobilhado. Ou se faz a reviravolta, ou ele nem entra pela porta... Será? Nem sempre amores ficam. Nem os planos também. Sei lá...
Solange PP

13 setembro, 2006

Ciúme sob pedra

Imagem e texto por Solange Pereira Pinto




Mais uma página do diário. Particularmente as memórias vieram também com um guardanapo. Um desenho feito em mesa de bar (provavelmente). Uma abreviatura. Duas iniciais. Um sorriso, digamos, indecifrável. Envergonhado? Tímido? Sarcástico? Irônico? Brincalhão?
As páginas me contam que eu estava especialmente feliz naquele dia. Fato nem sempre registrado, pois meus diários se parecem mais com muro de lamentações. Digo, os antigos diários. Faz tempo que não abro um em papel (rssss). Às vezes penso em voltar às canetas. Quem sabe?
Gosto de canetas coloridas, recortes, lápis de todas das pontas. Essas coisas. Sou tarada em papelaria. Maluquice total. Se eu tenho uma compulsão (uma das... rsss) é por novidades de papelarias. Furadores. Colas. Réguas. Papéis de todos os tamanhos. Êta vício!
Mas, hoje me lembrei de ciúme. Navegando na net e na vida, vi o quanto de amor exclusivo e sufocado se deseja nesse mundo. Até cansa. Tem testemunho ciumento em MSN, orkut, telegrama, diário, telefonema, carta anônima, bilhete em pará-brisa, espelho, guardanapo, papel higiênico, saco de pão, porta de banheiro, caderno de faculdade, quebra-sol, talão de cheque, porta de elevador, até em flanela eu já vi. E, porque não dizer, na nova onda: blogs.
O ciumento encontra espaço e cria situações para "gritar" medo, insegurança e raiva. Lá vai ele, na fúria emotiva do ciúme, escolhendo adjetivos, descompondo substantivos, achincalhando pronomes para compor seu texto de "olha só para mim".
Eu confesso. Já senti muito ciúme. Alguns justificados. Outros surtados. A maioria, talvez, invencionice da minha imaturidade. Não vou aqui defender ou atacar o tema. Falta paciência para isso agora.
Noto que quanto mais forte é a queda d'água mais pedras se deslocam. As menores, mais frágeis, são lançadas metros longe. As rochosas, mais robustas, vão perdendo lascas. Por isso, as pedras não podem parar. Ser pedra que espera? Presa? É preciso movimento. É necessário se polir. Seja pela ventania, seja pelo riacho.
E o ciúme? Que fique sob a pedra, bem longe de mim. Estou mais para água e vento. E as pedras vão rolar para o bem. Que atire a primeira pedra... quem nunca sentiu ciúme... Este substantivo quero bem longe do meu dicionário!

O telefonema da semana passada

Foto e texto por Solange Pereira Pinto


- O que você está pensando da vida seu infeliz? Trepa com outra mulher e manda flores para mim? Por que você não mete esse buquê no rabo daquela vaca?

- Você está maluca?

- Ah, ah, ah, você acha que eu sou idiota? Não me venha com cantilenas baratas e as mesminhas desculpas dos últimos dez anos! Estou de saco cheio desta relação, desta vida de merda! Está esperando o quê para carregar suas malas de vez?

- Você está histérica, mulher. Que porra de...

- Cala a boca! Cala essa sua boca nojenta! Seu estúpido, imoral, babaca!

- Tá maluca? Endoidou? Cê tá falando do quê?

- Ah, ah, ainda por cima é irônico! Vou dar na sua cara seu...




Num golpe rápido, Luiz segura os braços de Crisálida evitando que o tapa lhe espatife os óculos na face. As crianças passavam o fim-de-semana na casa dos avós. As malas de couro negro esperavam na garagem. Subiu para buscar o pintassilgo. Crisálida atirou pela primeira vez. Orgulho. Raiva. Há dois anos moravam no apartamento luxuoso da cobertura. Detalhadamente preto e branco. Sofás. Móveis. Tapetes. Quadros. Enfeites. Pouca cor. Recém-decorado por Flávia. Com os olhos espatifados a porta se fechou. O vaso de estanho fincou marca na parede. Ficaram caídas. Dúzias de flores vermelhas esparramadas junto aos cacos de cristais boêmia no canto direito. Do parapeito a água amarelo-esverdeada escorria pela sacada riscando prédio abaixo. O entregador chegara poucas horas após Luiz avisar Flávia que ele se mudaria naquela noite de sábado. Não passava do meio-dia.

Frase da quarta

"É melhor ser autor do que ser réu".

Euzinha (se plagiei, juro que não sei de quem foi!")

Raízes da mentira



"Mentir é normal, universal, natural e, em muitas situações, pode ser uma atitude benéfica ao mentiroso, já que alivia pressões psíquicas. [...] A biologia evolutiva não defende a convicção popular e reconfortante de que a mente humana é ferramenta para o autoconhecimento e a busca da verdade. [...] A capacidade de dissimular foi um fator precioso na seleção natural da espécie e decisivo para a sobrevivência. Talvez a poeta Muriel Rukeyser, citada no livro, tenha razão e, de fato, o mundo seja feito de histórias, não de átomos. E histórias, é bom lembrar, são invenções humanas".


Fonte: texto editado (pg 14) Revista Viver Mente & Cérebro nr 159, abril/2006.

12 setembro, 2006

Nem todo terror derruba torre - 11 de setembro


Título: Você tem sede de quê?
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Fotografia digital (fusão e manipulação)
Data: 11/09/2006

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Brasil. Brasília. 11 de setembro de 2006. Época seca. Eleições chegando. Seca? de emprego. Seca? de ética. Seca? de dignidade. Seca? de moradia. Seca? de saúde pública. Seca? de congresso funcionando. Seca? de vergonha na cara. Seca? de vagas nas escolas. Seca? de segurança pública. Seca? de transporte público decente. Seca? de providências.
Brasil. Brasília. outubro de 2006. Época cheia. Cheia de promessas e de filipetas de candidatos. Enchente de corrupção. Córrego de mensalão. Alagados de falcatruas. Chuva de cretinice. Enxurrada de eleitores desavisados. Povo suado.
Uns secos e outros molhados.

Solar dos Príncipes - Marcelino Freire

Painel Cidade Cantada em vários tons (2006)



Hoje finalizei a aula de Comunicação Organizacional (1º semestre de Administração) com o conto Solar dos Príncipes (do livro Contos Negreiros, de Marcelino Freire).

Após a leitura pedi aos alunos que registrassem, em uma ou duas frases, algo que representasse o texto. Uma idéia. Um sentimento. Uma mensagem. Um olhar.

Então, vamos ver o resultado?
Logo abaixo 22 rápidas visões do criativo conto Solar dos Príncipes.
  1. “Rico visitando uma favela é visto como uma esperança. Pobre visitando um rico é visto como uma ameaça”.
  2. “Estão abertas às portas da discriminação, gravando!”.
  3. “Classes médias e altas têm um pouco de navio negreiro”.
  4. “Impressão generalizada: homem negro, pobre e morador do morro é bandido”.
  5. “Rico visita pobre. O pobre mostra. Pobre visita rico. O rico esconde”.
  6. “O preconceito da classe média com os negros”.
  7. “O racismo é maior entre pretos e pobres”.
  8. “Em favela de rico, preto pobre não tem vez”.
  9. “Quando se quer relatar a pobreza, a tristeza, a angústia, ou mesmo, a alegria momentânea do pobre é fácil. Mas, quando se quer sentir a realidade da classe média, o racismo entra em ação”.
  10. “A falta de oportunidade por causa do preconceito social”.
  11. “Em um filme, entre dois indivíduos, o preto é sempre o suspeito”.
  12. "Um paradoxo mal compreendido”.
  13. “A gente não ouve samba. A gente ouve barulho de tiro, muita bala. [... ilegível] da favela, sou pobre, com orgulho”.
  14. “O discriminado de portas abertas”.
  15. “Sou negro. Quero a liberdade de ir e vir”.
  16. “Preconceito e segurança dependem dos olhos de quem vê”.
  17. “Olá, seu porteiro, é o morro na fita!”.
  18. “Um síndico do prédio bem animado que não queria nada com nada”.
  19. “Relatos de um filme de pobre”.
  20. “Quando somos pobres somos vistos como um nada”.
  21. “O difícil é fazer alguma coisa, ainda que essa coisa seja cinema feito por gente de cor”.
  22. “Os ricos têm segurança e se escondem. Os pobres não têm segurança e sofrem por serem negros e pobres”.

Obs.: Os alunos pediram que seus nomes não fossem revelados.

11 setembro, 2006

Frase de filha

O pesadelo



"Manheeeeeê.... (grito no meio da madrugada) VEM FAZER CARINHOOOOOOO! (mãe levanta exausta, com sorriso sonolento no rosto). O que foi filhinha? Ela não abre os olhinhos e diz: "Eu estava tentando um sonho e veio um pesadelo no lugar"... Fiz o carinho. Ela voltou a dormir. Eu não. Fiquei pensando...



A frase é sábia. Comigo também tem entrado pesadelo no lugar de sonhos... até acordada... Afff!

Manoel de Barros

Título: Desfiguradas na madrugada
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Fotografia digital/photoshopada
Data: 08.09.2006
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Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente Nada


de "O Guardador de Águas"

I

Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
- Imagens são palavras que nos faltaram.
- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira.
Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo)
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
Outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem com palavras.

Para ler mais clique aqui.

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observação: Depois dos últimos posts só Manoel de Barros para salvar esse blog!
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Angel Duarte e Thales Júnior

Imagens e texto por Solange Pereira Pinto




Ontem foi dia de mico (meu é claro). A festa da Marcella estava muito animada. Teve inclusive show do Thales Júnior e banda, com a canja do Angel Duarte. Ouvimos pop rock, dançamos, bebemos, papeamos. Mas, como tem gente que não se cansa (rss, eu). Resolvi improvisar depois da cantoria profissional (afinal músicos merecem descanso também) um karaokê. Imaginem o resultado. Eu, totalmente desafinada, fazendo "eco" enquanto a Onésia soltava sua bela voz. Somente hoje foram me contar, né. Ela cantava e eu terminava as frases "... um bêbado trajando luto... (luuuuuuuuuuuuuuto)... me lembrou Carlitos (carliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiitosssssssssss). Entre os parênteses era euzinha. Que horror! Hoje sobraram as gargalhadas e as maravilhosas empadas da festa. E, ai, ai, ai, uma leve dor de cabeça envergonhada. Mas que foi animado, isso foi!

09 setembro, 2006

Frase da noite

"[...] Um elefante incomoda muita gente [...]
Dois homens se beijando incomodam muito mais [...]"
Bruno Toletino



Pequeno verso editado do livro A imitação do amanhecer.

Calaf - arte popular...

Imagens e texto por Solange Pereira Pinto
Coisa nossa...

...embala personagens da noite.


Gente... samba...

Gente... procura...


Gente que se acha entra na frente da foto dos outros...


Moda? Correntes grossas (prateadas) no pescoço e bonés.



François, Laurent, Fabian, Rachid. França samba!

Madrugada: uma arte possível?

As crônicas noturnas continuam. Ontem foi a vez de samba, suor e cerveja. O bar Calaf (não sei dizer o endereço rss) estava mais que lotado. A banda Coisa Nossa agitava a troca de pares e olhares e bebidas e sacolejos e beijos nas bocas e desistências e tchaus. Uma de nossas personagens terminou um namoro de mais de ano (há três semanas) e estava lá sorridente com o ego nas alturas.

Tenho que registrar, coisa irritante é homem "pedir" passagem no melhor estilo pitbull trombando na gente com os bíceps anabolizados e cara de malvados. Eu hein, juram que gostam mesmo de mulheres? ou preferem pares e espelhos? Eca! Mas, até que tem gente educada, que põe levemente a mão nas costas, ou ombros, e pede "com licença". Isso sim é civilizado.

O gostosão da camisa sete (isso mesmo tinham números na camiseta do rapaz) era a figura carimbada. Parecia atacante perdido em campo. Ia de um lado para o outro investindo, driblando, e saiu sem fazer gol. Num escanteio quase total.

No meio do aperta-esbarra-empurra-agarra (e no final da agitação quando infelizmente se acendem as luzes) saem pérolas hilariantes. "Cadê o meu, ô safada?" (que mal gosto hein ficar com um grosseirão desses). Eu daria um garrafada num tipo desse.

Tem gente que cisma com boca e pergunta "você tem dono?". ahn? "Sua boca tem dono?" Epa! Como assim, dono? "É. Sua boa é maravilhosa etc" (obscenidades totais). Acho que é a mesma coisa de perguntar se seu cérebro tem dono. É cada uma!

No estacionamento, um quarteto de rapazes (de bonés e correntes no gogó, é claro) soltam a melhor para as mulheres que passavam. "Ei cabelo de minhoca!" (kkkkkkkkkkkkkkk) Dessa eu tô rindo até agora. Cabelo de minhoca hahahahah.

Depois de tudo isso, e outras que a gente faz questão de esquecer, vem o homem com nome de flor e diz "vou tomar um caldo para ter o que vomitar quando chegar em casa". Sem comentários.

Ainda assim tinha o som incentivando "tem que me prender... tem que me seduzir... me deixar louca por você..." ou ainda, "oh coisinha tão bonitinha do pai..." ou quem sabe "amor se eu chegar mais tarde por favor deixa a porta aberta para eu entrar...".

Pontuação da sexta-feira? 85% de aproveitamento! Fracionado da seguinte forma: 45% para as gargalhadas que demos e 30% para a música e 10% para o pilequinho.

Então pois, a arte possível da madrugada é chegar em casa lembrar das esquetes, selecionar as fotos e brincar no photoshop. Isso sim, 180% de aproveitamento. Gostaram das imagens?

Dias melhores virão, um clichê mais que necessário. Saravá! Oxalá! Trololó! Blábláblá! Até a próxima crônica das madrugadas surreais da Capital Federal de Alice. Como diria a rainha "cortem-lhe as cabeças!". Fui.

PS: Esqueci do "Zé goteira". O cara depois de umas tentativas de ficar com uma garota disse a um amigo vaza, vaza, vaza... Ele sim tinha um papo goteira!

08 setembro, 2006

Fragmento de um diário

Imagem e texto por Solange Pereira Pinto




Perdi a cabeça


Continuo remexendo. Haja papela! Aff. Mas a verdade é que eu adoro meus papéis. Escritos toscos. Ingênuos. Piegas. Verdadeiros. Retratos fiéis de palavras jogadas sobre as linhas sem qualquer superego. Ontem, depois de um almoço de família (pleno feriado bom para descansar), fui olhar velhos diários. Eis que acho essa relíquia (hahahahha). Eu completamente apaixonada! Adolescente sucumbindo de amor. Perdendo a cabeça entre as dunas de Cabo Frio. Olhando miniatura por miniatura de gente na praia para achar o amado. Só os adoecidos de paixão são capazes disso. Lançar os olhos na imensidão da areia por horas. Mapeando grão por grão até encontrar o sorriso que acende a tremedeira e dá água na boca... Oh, se dá!

Como oxigenar a poesia...



Como oxigenar a poesia, sempre tão asfixiada por clichês e rimas fáceis?


"Mergulhar fundo na linguagem, não se importando se vai faltar ar lá embaixo. Henri Michaux diz que a alma não voa, a alma nada. Concordo com ele. O poeta não pode se sentir dono de uma voz. Ela mais será dele quando mais lhe faltar. O erro é a casa da verdade. Subverter o lugar-comum, sair do jogo, do trocadilho, do jogral. Falar só quando se tem necessidade, quando é impossível adiar. A verdade não é um hábito como a mentira, a verdade rompe hábitos. O poeta é a instabilidade cardíaca. Concorda para discordar logo em seguida. Não conheço nenhum poeta aposentado. Ou se é para trabalhar toda a vida ou nunca foi". Fabrício Carpinejar

Leia na íntegra...

07 setembro, 2006

Brasil Brasileiro - arte



Título: Brasil Brasileiro
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Mista
(jornal, papel machê, acrílica)
Data: 2000


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2º Curto-Circuito Poesia no Conic

"Nunca me sinto pobre/ Ao contemplar as estrelas./ Qualquer doido (eu)/ Possui/ O latifúndio do céu./ Aguardente negra e gratuita/ A noite me embriaga./ Sonho melhor / Acordado".
Noturno n°1, Cassiano Nunes


O Conic (Setor de Diversões Sul) reúne no segundo sábado de cada mês poetas, músicos, artesão e artistas. O 2o Curto Circuito Poético acontece no próximo dia 9 de setembro, às 10h (entreo Quiosque do Ivan e o Teatro Dulcina). Ao meio dia haverá o lanche comunitário patrocinado pelo livreiro Ivan Presença
O poeta Cassiano Nunes será o homenageado do dia. Seus versos serão declamados, cantados e representados. As Bonequeiras do Varjão exporão seus produtos artesanais no local: bonecas, bolsas e bordados. "A poesia veio ocupar as manhãs de sábado aqui no Conic", diz o livreiro Ivan Presença, organizador do evento junto com os poetas Paulo Cac e Luis Turiba.

Poetas convidados: Alan Viggiano, Alexandre Marino, Anand Rao, Angélica Torres Lima, Denise Cruz, Ellen Oléria, Francis Mary, Jason Tércio, Joanyr Oliveira, Larissa Malty, Leonardo Almeida, Lisianny Oliveira, Luis Turiba, Maíra Oliveira, Maria Maia, Nonato Veras, Nicolas Behr, Paula Zimbres, Robson Anderson, Sylvia Cyntrão, Thiago Petra, Thomaz Coelho, Walter Silveira

Apoio Cultural: Quiosque Cultural – SDS, Prefeitura do SDS – CONIC e Restaurante Mistura Brasileira





Fonte e contatos:

Frase da madrugada

Mulheres conversam no boteco. Homens olham. Surge a frase:

“Não estou com essa bola toda. Apenas com a trave, a grande área e o goleiro”.


Final de campeonato!

3x4

Imagem e texto por Solange Pereira Pinto (2006)

sou lenta. sou frágil. sou pequena. sou devagar. sou preguiçosa. sou gorda. sou rabugenta. sou pequena. sou frágil. sou lenta. sou descabelada. sou precipitada. sou alienada. sou marrenta. sou frágil. sou lenta. sou pequena. sou faladeira. sou ingênua. sou chata. sou briguenta. sou lenta. sou pequena. sou frágil. sou irritada. sou burra. sou birrenta. sou infantil. sou lenta. sou frágil. sou pequena. sou doente. sou louca. sou otária. sou poeta. sou pequena. sou frágil. sou lenta. sou brega. sou mau. sou mimada. sou imoral. sou frágil. sou lenta. sou pequena. sou repetitiva. sou carente. sou descrente. sou docente. sou pequena. sou frágil. sou lenha. E o mundo que se exploda! em 3x4 em 3x4 em 3x4 em 3x4.

06 setembro, 2006

Blog do dia - Setor Literário Sul

Foto: Solange Pereira Pinto
Liana Aragão



Vocês sabem que sou garimpeira. E, também, guardadeira rsss.

No mar da net tem de tudo, das praias poluídas aos santuários cristalinos.

Nesta semana conheci uma pessoa que dança com os mais belos corais: Liana Aragão.

O blog é imperdível. Inteligente, atualizado e com dicas valiosas.

SLS Traz comentários, críticas, notícias de eventos literários, lançamentos, saraus etc.

Segundo Liana, que é escritora, em Brasília as coisas também acontecem! Confiram Setor Literário Sul (SLS).

Sem dúvida, há mais que política e seca nesta cidade, ainda bem...

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A seguir um trecho do texto Paraty 2006 (August 24, 2006), muito bom, publicado no Setor Literário Sul, de autoria de Marcelo Mirisola


"... Devia chamar Supermercado Companhia das Letras (leia-se Unibanco). Seria a única coisa honesta que eventualmente poderia acontecer nesse lugar. João Ubaldo Ribeiro entendeu o safári que era isso aqui, e declinou do convite. Ou ainda. O vaivém de artistas e gente metida a artista para cima e para baixo é uma invenção dessa editora-agência bancária para promover seus autores, e futuros devedores. Nada mais do que isso. Foi assim até a segunda ou terceira edição. O negócio cresceu, a mídia mordeu a isca, e já estava dando muito na cara. Não podia ficar desse jeito. Aí convidaram uma enxurrada de pangarés de outras editoras, rappers, caetanos, chicos e tipos afins metidos a escritores para animar a festa. Até o Gugu Liberato, na segunda ou terceira edicão, apareceu por aqui. Dos "artístas", a meu ver, o animador de auditório foi o mais autêntico. Uma vez que não teve de representar nada diferente do que efetivamente faz e do que realmente é. Um palhaço sem talento no picadeiro de um riquíssimo cirquinho de horrores. Paraty, 2006." Leia aqui na íntegra

blábláblá... novo em cada amanhecer...

Fotos e texto por Solange Pereira Pinto






Blábláblá. Café da manhã. Escovar os dentes. Sair de casa. Blábláblá. Ser formiga. Ser cigarra. blábláblá. Rebobina. Dormir até tarde. Almoçar. Entrar na net. blábláblá. Ser cigarra. Ser formiga. Opção? Blábláblá. Vamos novamente. Acordar. Fazer isso. Fazer aquilo. Blábláblá. De outro jeito. Não acordar. Querer morrer. Blábláblá. De novo. Nem dormir. Levantar. Blábláblá. Outra forma. Amanhecer. Fazer amor. Sorrir. Blábláblá. Muda tudo. Madrugar. Pegar o ônibus. Trabalhar. Blábláblá. Inverte. Levantar cedo. Entrar no carro. Pendurar o paletó. Blábláblá. Agora do avesso. Barriga vazia. Descer o morro. Blábláblá. Muda a fita. Hospital. Bala perdida. Blábláblá. Troca o canal. Criança na escola. Lancheira. Caderno e lápis. Blábláblá. De outro tom. Menino na rua. Chiclete no sinaleiro. Moedas. Esporros. Blábláblá. Câmera lenta agora. Mulher parindo. Marido bêbado. Greve. Blábláblá. Outra vez. Mulher dando a luz. Marido presente. Hospital particular. Blábláblá. Troca o filme. Soco na cara. Cabeça quebrada. Um par de tênis. Blábláblá. Corta! Repete. Mulher vai às compras. Babá de uniforme. Motorista espera. Blábláblá. Muda a cena. Chefe puto. Salário atrasado. Fila grande. Blábláblá. Troca a lente. Homem alto. Bom terno. Carro do ano. Blábláblá. De outro ângulo. Casal passeia. Quadra tranquila. Arbustos verdes. bláblábla. Reticências. Mais um dia começou.

05 setembro, 2006

Uniesco na Feira do Livro

Ontem os alunos do curso de Administração do Uniesco (Taguatinga) foram à Feira do Livro de Brasília. Além do relatório de campo (solicitei vaaaários itens), puderam observar como está a administração do evento, dos estandes etc.
Durante a atividade "aula-extra" participaram de momentos culturais no Café Literário, na exposição "Evolução da Escrita”, na arena cultural.
Na foto, apenas alguns dos representantes dos mais de 50 alunos que compareceram para me ajudar no lema: incentivo à leitura na educação superior, por que não?
Parabéns galera! Um pontinho para cada um que estava lá! hahahahaah bjim

Júlia foi à feira com seus balões







Hoje (4/9) – Na Feira do Livro de Brasília teve conto e poesia. História pra criança curiosa (que lá pouco havia).

No Café Literário estava "Júlia e os Balões". Grandes, coloridos e até pequeninos saíam voando dos olhos de André Neves, que contou um pouco sobre como é ilustrar livros infantis.

Ao lado de Marco Coiatelli, o “pai” da menina dos balões, Neves falou sobre essa boa parceria, e, também, sobre o “anonimato” em que vivem os ilustradores. “Toda criança sabe o nome do autor da história, mas quantas sabem quem fez os desenhos?”.

É verdade André, poucos se recordam daqueles emprestam o olhar desenhado que ajuda a fantasia ganhar contornos, colorindo ainda mais as páginas recheadas de imaginação.


Ler um livro ilustrado é com certeza ganhar duas histórias de presente. Que o diga os leitores pequeninos!


Durante o bate-papo André declamou uns versos. E, eu, que já havia comprado o livro, fiquei namorando um trechinho da história de Coiatelli, ou melhor, uma fala de um dos balões de Júlia “somos muito felizes com as surpresas da vida e, enquanto não partimos, brincamos de fazer o outro feliz...”



É. Literatura se parece com esse brinquedo capaz de fazer a gente voar.
Solange Pereira Pinto

03 setembro, 2006

Postais de poesia

Título: Empilhadeiras voláteis
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Postais de poesia
Data: Rio de Janeiro, 1997
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Entre Parênteses - É isso. A única coisa que remexer não dá é tranquilidade. Sobra angústia ou saudade. Que pode ser boa. Ontem revirei guardados. Encontrei postais de poesia que eu adorava fazer. Fiz muitos no Rio de Janeiro, numa temporada de férias. Fiquei namorando e relebrando a história de cada um. O bastidor. A viagem. Então resolvi compartilhar com vocês um pouquinho disso. Essa poesia asfaltada que empoeira a goela e nos transforma em empilhadeiras voláteis, equilibristas de outros corpos.

Poesia


Título: Mais que concreto
Autora: Solange Pereira Pinto
Técnica: Postais de poesia
Data: Rio de Janeiro, 1999

02 setembro, 2006

Música no Café com Letras - 203 sul



Programinha para a noite
Hoje (sábado 2/9) o "QUARTETO FORA DE SI" se apresenta no Café com Letras, que fica na 203 sul, à partir das 21h. Confiram o trabalho dessa moçada. Couvert artístico R$ 5,00 (valorizem o trabalho do músico!). Contatos com a banda aqui. De repente nos esbarramos por lá.
bjim.