22 maio, 2010

Nanoarte

Nanoarte 5 - Bolero de Ravel - FAPESP, CNPq/INCTMN/CMDMC, UNESP, UFSCar, USP, IPEN
A natureza é uma escultora por excelência. A escultura que ela realiza é grandiosa, podendo nos conduzir, lentamente, à serenidade, como ocorre quando ouvimos O Bolero de Ravel. Há um ponto de encontro entre a Nanoarte e a música, e, até mesmo, uma solene cumplicidade entre forma e som. A Nanoarte revela aos olhos o oculto da natureza, tornando palpável ao racional aquilo que é inatingível ao ser humano. Há um movimento de controle da razão pela música, que desperta sentimentos, os quais escapam como fumaça ao controle da razão e do belo, conduzindo-nos a uma espécie de mergulho no infinito devaneio. Ao emergirmos, há a sensação de paz e tranquilidade espiritual. A Nanoarte pode ser compreendida como um estudo do fenômeno de uma imagem poética quando a imagem emerge na consciência como resultado dos sentidos e dos sentimentos. Pode ser também compreendida como algo que produz uma luz interior, uma visão interior num mundo cercado e dominado pela racionalidade. A Nanoarte nos conduz à imaginação: a natureza imagina e a natureza é sábia. Nas palavras do filósofo Bachelard: Bastará olhar um álbum de amonites para reconhecer que, desde a era secundária, os moluscos construíam seus caramujos seguindo as lições da geometria transcendente. Os construíam suas casas sobre o eixo de uma espiral logarítmica. (...) Os caramujos são luminosos de espírito logarítmico. E na poesia de Paul Valéry: Um cristal, uma flor, um caramujo se destacam da desordem ordinária das coisas sensíveis. Eles nos são objetos privilegiados, mais inteligíveis a nossa visão, se bem que mais misteriosos a nossa reflexão, que todas as outras coisas que vemos indistintamente.


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