18 abril, 2008

Mãe de Isabella publica texto no Orkut em homenagem à filha

Interessante esta forma de falar da morte, de pensar a morte, de se fazer o luto de alguém que ama. Gostei!

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Diário de S. Paulo

RIO - A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, publicou na quinta um texto no Orkut em homenagem à filha, que faria seis anos nesta sexta-feira:


"A morte não é tudo. Não é o final. Eu apenas passei para a sala seguinte. Nada aconteceu. Tudo permanece exatamente como foi, Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos permanece intocada, imutável. O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos. Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira que sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor. Ria como sempre fizemos das piadas que desfrutamos juntos. Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim. Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em casa, como foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou sombra. A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma continuidade absoluta e inquebrável. O que é esta morte senão um acidente desprezível? Porque ficarei esquecido se estiver fora do alcance da visão? Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo, bem próximo, na outra esquina. Está tudo bem!"
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O texto postado é a tradução de um poema de 1910, que foi escrito pelo padre e poeta inglês, Henry Scott Holland para o sermão da missa de morte do rei Eduardo VII. O texto foi publicado pela primeira vez em 1919.

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