13 março, 2007

Uma pausa


Depois de uma antes da próxima
Autora: Solange Pereira Pinto
Ano: março/2007
Técnica: fotografia (Pátio Brasil)
Prefácio
Este post ficará confuso e banal.
Introdução
Tenho lido muito. Visto muito. Ouvido muito.
Quantos pés tenho para tantos sapatos? Quantos braços para tantos adereços? Quantas cabeças para tantos chapéus? Quantos corpos para tantas roupas?
A vida está lotada.
De calorias, de pensamentos, de idéias, de vontades tolas, de desejos rápidos, de vitrines convidativas, de questionamentos, de livros.
A Terra está cheia de gente.
De músicas, de CDs, de DVDs, de vídeos, de MP3, de computadores, de exames eletrônicos, de cirurgias avançadas, de vacinas, de impressoras, de papéis velhos, de softwares, de fios, tomadas, de consumo de energia.
O planeta está sozinho.
Na fome, na doença, no frio, na angústia, no desamor, na piedade, no desemprego, na violência, no abuso, na guerra, na seca, nas queimadas, nas derrubadas, nos assassinatos, na carne viva, na morte.
Não escrevi nos últimos dias.
Faltam palavras. Elas se debruçam embaralhadas sobre a mente e imobilizam meus dedos. Tenho vivido de rascunhos de idéias, de temas relâmpagos em dias de sol.
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Um exemplo, a frase que me martelou por dias: "sofremos na medida da nossa necessidade de viver..."
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Outra, "engordar é engolir mágoas e angústias junto à comida..."
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Mais uma, "em setembro de 2006 começou o ano judaico de 5767..."
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Continuando, "a literatura brasileira da atualidade é escrita, predominantemente, por gays..."
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Ainda, "o inferno e o paraíso estão dentro de cada um de nós, basta escolher em qual ficar..."
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E, "cada período da história é feito por determinadas características de época; como se existisse um 'gene' que produz o homem que produz o que produz para ser história; uma lógica interna que permite a emergência dos saberes...".
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Melhor dizendo, "cada época histórica possui sua própria episteme, o solo do qual emergem os saberes, que ao mesmo tempo é'sua condição de possibilidade e também sua conformação..."
O universo é feito de dúvidas.
O discurso gera o pensamento ou o pensamento gera o discurso? Quem gera a ação o pensamento, o discurso ou a vontade? A existência precede o ser ou a essência vem antes? Quem pensa mais é mais infeliz do que quem pensa menos? O que é felicidade? A ignorância é que gera o caos? Ou o caos existirá independentemente de nossas vontades? A água vai acabar por atitudes negligentes dos humanos ou ela acabaria de qualquer forma neste ciclo da natureza que coincide com a época em que vivemos? Se as noções de sujeito são históricas, quem somos nós neste ponto da existência? Investir em cooperação, invés de competição, geraria um "mundo" melhor? O que é educar?
O cosmos é Deus.
Por que a necessidade de um Deus criador? Por que nós somos feitos à sua semelhança? Para quê serve o juízo final? Se é mais fácil um pobre de espírito passar para o reino dos céus, que vantagem se tem na vida evoluir o espírito? Por que vivemos na cultura da miséria e da pobreza? Por que ter sucesso é um desejo escondido e vergonhoso? Por que é melhor dar a outra face e ser humilde? Por que não crer no "Deus" bíblico é motivo de espanto?
Cada ser é uma galáxia.
Não saberemos para aonde vamos e nem de onde viemos. É preciso saber? Para quê perguntar? Não basta saber que vamos hoje à noite tomar um chopp com os amigos e dar boas risadas? Ou que esta tarde de sol promete piscina? Por que essa prisão de passado e de futuro, com um descaso com o presente?
Conclusão
Nem metade das idéias vieram até este blog, agora. Tomo um copo com água gelada. Teclo mais uma frase, para em seguida dar o "publicar", mesmo que ninguém vá ler. Assim, passei uma hora e produzi um rascunho para os próximos anos, de coisas que li no passado. Viver é paradoxal.

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