09 novembro, 2006

Karlheinz Stockhausen - um músico apenas?



“[...] Minha composição é uma obra aberta, assenta sobre áreas múltiplas, é o novo aspecto da Arte. Assim, voltando à sua pergunta, estas pessoas, os performers, materializam conceitos musicais, para além das academias. Nas academias diz-se o que e como se deve fazer, exigem uma obediência estrita, limitam. Com a música/perfomance temos outras formas de interpretação fora dos complexos cristalizados na interpretação acadêmica. [...]
[...] Em todas as cidades e aldeias há os loucos, pessoas que falam duma maneira estranha, criticam a maneira de ser das pessoas ditas ‘normais’, inventam uma maneira original de estar com o mundo. Seria necessário, e significado de liberdade, integrar esses loucos, fazer da vida social um novo conceito de teatro [...]
[...] Eu não estudo, não tenho mestres, observo, estou presente, vivo e experimento. Fiquei como uma criança quando, pela primeira vez, assisti a um espetáculo de teatro Gagaku no Japão. [...]
[...] Deve-se aprender com a autenticidade dos diversos conceitos que cada povo tem na música. [...]
[...] Os partidos políticos, a meu ver, deviam deixar de existir, dividem as pessoas e guiam-nas para a luta ideológica. Todas as pessoas de classes, raças e povos estão representados na minha música. Há dias, eu votei por carta na minha aldeia, com cujos habitantes estabeleço a mais cordial relação. Mas eu pergunto, porque é que o meu voto tem o mesmo valor que o deles? Eles querem ter um carro, fartarem-se de comer, menos trabalho e eu quero o contrário: não quero um carro, quero comer frugalmente e sem carne, quero trabalhar mais. É impossível, é ridículo, devia desaparecer a Guerra[...]"
Trechos de uma entrevista com o músico, compositor alemão Karlheinz Stockhausen

Fonte

5 comentários:

Anônimo disse...

soll, nossa missão é nos infiltrarmos nos meios acadêmicos para minar de dentro, aos poucos, e quem sabe ver a estrutura ruir um dia hehehehe, bjinho!

\o/ disse...

boto fé! já andei pensando nisso, em ser uma bomba relógio academica rsrsss bjs

Anônimo disse...

Concordo com a Manoela e o Stockhausen. Tudo continua conforme as regras e leis e ninguém está chegando a lugar algum, então o negócio é criar o novo através de uma destruição artística, digamos. Enfim, se seguirmos os modelos atuais de bom comportamento, dificilmente sairemos desta pasmaceira que se tornou o país e o mundo. Na verdade está faltando um pouco mais de ódio contra todas as coisas estabelecidas. O que eu quero dizer é o seguinte: o cidadão não tem mais o direito de errar, os vigilantes da perfeição estão à espreita para condenar. Dia desses, num lago daqui, seis crianças num pedalinho viraram acidentalmente o mesmo e morreram afogadas. Teve um imbecil da tv e jornal, chamado Luís Carlos Prates, um pilantra que ganha muito dinheiro fazendo paletras para escolas particulares e metido a intelectual perfeito condenou, de forma indireta e valendo-se de sua retórica reacionária e careta, que os pais teriam culpa. Os pais, coitados, sem estudo e cultura, sem recursos, sem uma área de lazer decente para as crianças, sem tempo para cuidar delas, não têm culpa alguma. As crianças morreram. Acidente. Acontece. Ficam vivos esses pseudointelectuais de merda que, bem empregados em redes de tv que não têm credibilidade alguma para dizer o que é certo e errado, ficam assim, explorando a dor dos miseráveis. Por isso eu digo: as vozes mais loucas tem que se fazer ouvir, de forma estentórica. Que importa se morrermos? Já estamos nesta casa da grande cagada deste que saímos do útero. Então...o negócio é destruir de forma organizada o que já está organizado de forma a tornar as pessoas infelizes, títeres de um sistema de vida que não dá certo.

Anônimo disse...

Rogério, vamos tomar uma cerveja? Vamos Soll? Um bom trio! Bjo!

Anônimo disse...

com certeza Mano, o Roger é impar!! rs pena que mora lá em Tubarao!!! longe né! tomemos entao uma cerveja virtual! bjs soll