07 outubro, 2006

Apelando aos céus, ops, ou melhor, aos amigos...

Fotografia de Ana Luppso e texto de Solange Pereira Pinto
Ontem foi dia. Quem me conhece bem e me acompanha pertinho sabe. Depois de ondas lunáticas, visto que a loucura está solta no planeta Terra, resolvi fazer contatos de terceiro grau. O marido bidimensional da minha amiga diz que é bobagem esquentar os miolos com a existência. Sábio moço! Mas, eu que vivo pegando carona em raios de lua para chegar em Saturno, não consigo ficar só por aqui, simplesinha, não. Eu “vou indo” (eita eita) por lugares inacreditáveis. Dai o que pegou? Eu precisava de rezas! Sim, daquelas de quem acredita. Porque oração de quem tem fé deve ser poderosa. Eu mesma (que não consigo essa façanha) apelei para os amigos. Óbvio. Até a empregada de outra entrou no jogo, para por meu nome num papelzinho na igreja evangélica. Tá valendo! E de velas, incensos, reikis, papéis em altares, pai-de-santo, água benta, alho, cruz, alfazema, comigo-ninguém-pode, pai-nosso-que-estais-no-céu, sal grosso, ave-maria, pimenteira, e toda sorte de rituais e pendengas, hibernei para a sorte virar. Não é que virou? Velhos amigos vieram revisitar o templo. Inacreditável. Sabe aquelas pessoas que você não conversa há muito? Então, fizeram contato! Eu que tava muito yin, fiquei mais yang e forte. Acolhida. Isso é pra lá de bão sô! Somando-se todos os papos, eu conversei por horas. E, o que vale essa vida se não for para se comunicar? O problema é que me comunico DEMAIS! Como diz, meu ex-marido, sou “banda larga” no dial. Então, fui fuçar. Para não perder o costume. (A pessoa mal se recupera da gripe e pula no oceano em cambalhotas!) Curiosa que sou, encontrei umas pérolas: "aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira" (Cecília Meirelles) e "o essencial da vela não é a cera que deixa suas marcas, mas sim a luz que ela liberta" (Antoine de Saint Exupéry). Frases reconfortantes, não é mesmo? Mas, a que realmente me pegou “de jeito” foi: “a sociedade prepara o crime, o criminoso o comete”. Essa está martelando até agora. E, haja sabedoria para fugir da cena na hora certa! Oxalá! Salve, salve! E a chuva hoje não pára. Troveja em Brasília.


2 comentários:

Jorge P. Guedes disse...

Não é que a reza tá dando certo?
Cá estou de novo, lendo e gostando...gostando e lendo...às 5:00 da madrugada!!!
Olha, gostei mesmo de seu estilo de escrita, com todo aquele enriquecimento vocabular que os brasileiros trazem ao Português.
Por cá, muita gente está sendo colonizada pela palavra, de tanto ver novals brasileiras...mas não tem mal, não, que assim ficam mais ricas...isto se não esquecerem o Português de Portugal.
Mas, como um dia destes vamos todos acabar por falar castelhano... já não sei se será tão importante assim!
Bom, fora de gozação, como vocês falam aí, o importante é seguir em frente, cabeça erguida e orelha atenta. E "banda-larga!"

Já parou de chover?

Um beijo de Portugal
Jorge

\o/ disse...

oi Jorge! que bom que gosta daqui, das minhas letras rssss. acho que vou mandar rezar mais ahahaha bjao