17 julho, 2006

Escolhido no palheiro...

A gente sabe que a net é uma rede de infinitas ligações.

Se entra por uma porta, abrem-se as janelas e de repente perdemos o fio de Ariadne ...

Estamos no labirinto e a volta é difícil. (haverá volta?).


Hoje, navegando sem rumo certo, para fugir das obrigações diárias (rumo sempre em mira), encontrei uma pérola.


Dei de cara com uma das preciosidades que a internet nos apresenta,
e que sem essa imensidão virtual, com poucas chances, conheceria.

Encontrei A saga de um artista impublicável e catador de sucatas.


Fiquei vidrada! Li por horas o seu blog.

Olhei suas fotos.

E, admirada fiquei com a capacidade de existir que alguns seres têm.

Uma vida de dureza e arte.

Uma vida com mais razões que a própria razão consegue explicar.

Uma vida vivida, vívida, vivaz.

Eu, aqui, com vontade de correr, de gritar, de sucumbir, de chorar, de morrer.

Ele, lá, com vontade de viver, de viver, de viver.

Nossa...

Vejo lá um homem, jovem, com verdadeiro senso crítico e sem as firulas de um discurso bem-arranjado.

"Eu sou um poema de sangue... Nunca me ajoelharei diante dos meus sonhos".

Seu auto-retrato.

Ele, de lá, na metrópole, jogado aos leões no Coliseu da grande São Paulo, sobrevivendo quase imune, estufa o peito e diz: vem!

Ele, que se ressente revelando que pobres discriminam pobres, me ensina que meu poema é de dúvidas.

Ele, o artista impublicável, encontra rimas a cada hora para não desistir dos seus versos.

Sim.


Morando em 37m2, esse rapaz contém um universo dentro de si.

Ele não se cala. Não se intimida.

Ele ousa. Ele grita com tintas.

Ele corre com sonhos.

Ele não morre, ele transforma lixo em arte.

Ele transforma tragédia em beleza.

Fico agora pensando: que vontade de vida é essa?

De onde vem sua força?

De onde retira seu ânimo?

Que capacidade de transformar...

E, ele mesmo já havia dito:

"Eu sou um poema de sangue... Nunca me ajoelharei diante dos meus sonhos".


Será que me faltam os sonhos ou o sangue?

Qual é o meu lema? (já derrubei tantas certezas...)


Dormirei com o meu poema de dúvidas....


Solange

Um comentário:

Anônimo disse...

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